Em uma pequena cidade no interior do Peru, um grupo de pré-adolescentes decidem realizar uma sessão espírita para entrar em contato com a avó de um deles, que faleceu há mais de uma década.
Influenciados por livros de espiritismo e histórias duvidos...
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
Há muitos anos, na pacata cidade de Juliaca, no Peru, havia um conto que assombrava a mente dos seus moradores, envolvendo uma senhora cujo destino trágico se entrelaçou com o Dia das Bruxas. Senhora essa que se chamava Teresa Castillo, uma idosa de meia idade que nutria uma paixão profunda por suas tradições e costumes locais. Conhecida por sua habilidade culinária na preparação da famosa pachamanca, um prato tradicional que consistia em uma combinação de carnes suculentas e legumes frescos, cuidadosamente arranjados e cozidos em um forno subterrâneo.
Segundo contam, a lenda, na noite de seu falecimento, Teresa estava cuidadosamente preparando os ingredientes para a pachamanca. Porém, um acidente terrível ocorreu: uma falha na instalação elétrica da casa fez com que uma chama descontrolada se alastrasse pela cozinha, tomando conta do espaço e envolvendo tudo em suas brasas perigosas. Teresa acabou ficando presa no meio do incêndio e, infelizmente, não pôde ser salva.
A notícia da morte trágica de Teresa se espalhou como um vendaval pela cidade, deixando os moradores abalados. À medida que a notícia se propagava, surgiram muitos boatos que, aos poucos, transformaram a morte dessa senhora em algo além da tragédia que já era. Alguns começaram a associar sua partida ao próprio Dia das Bruxas, alimentando crenças de que ela vagava pelas ruas vazias da cidade como um vulto, envolto em um manto branco e com bobes entrelaçados aos fios de cabelo.
Nessa mesma época do ano, no Dia das Bruxas, a casa dos Castillo transformava-se em um espaço de suspense. O chefe de família, filho de Teresa, o senhor Alberto, contava as mais diversas histórias de terror. Seu repertório de contos assustadores impressionava a todos, fascinando até mesmo as almas mais corajosas. No entanto, havia uma versão da história de Teresa que todos os familiares já conheciam, menos o Chavez, seu filho, um jovem curioso de doze anos.
À medida que o jantar de pachamanca era servido, a família Castillo se acomodava à mesa com entusiasmo, e Chavez mal podia conter sua empolgação. A família estava reunida em volta da mesa, ansiosa pelo momento em que a narrativa começaria. Todos sorriam antecipadamente, conhecendo o senso de humor perspicaz de Alberto.
— Meu filho — iniciou Alberto, com um olhar misterioso nos olhos. — A sua avó Teresa, ela era uma senhora daquelas bem elétricas, sabe? Que não parava nem por um minuto. Como ela mesma dizia, ela era pau para toda obra. — Após uma respiração funda, ele continuou. — Mas a sua morte... hum... foi uma fatalidade que pegou nossa família de surpresa.
Chavez inclinava-se para a frente, curioso para descobrir mais sobre a avó que nunca teve a chance de conhecer pessoalmente.
— A verdade, meu filho, é que naquela fatídica noite em que a sua avó faleceu, enquanto ela mastigava com gosto a carne suculenta, um pequeno pedaço acabou ficando alojado entre seus dentes.
Os olhos de Chavez se arregalavam, enquanto ele imaginava a cena.
— Desesperada, ela tentou morder sua dentadura para ajustá-la, mas a dentadura deslizou, alojando-se em sua garganta e impedindo-a de respirar. — Um pouco da tristeza se refletia no rosto de Alberto, seus olhos se enchia de lágrimas. — Sufocada, ela se esbarrou em uma luminária, provocando uma faísca de energia que deu início a um incêndio em sua casa.