capítulo dois

Começar do início
                                    

"Ah" você se limita, uma névoa cobrindo sua mente nesse momento.

Joel vira o rosto para o seu "Entendeu?" seu hálito bate na sua boca e você morde o lábio concordando. Seu coração está acelerado, sente seu núcleo começando a esquentar, pulsando por alívio, Joel percebe o efeito que tem sobre você e sorri de lado, fazendo você corar e voltar os olhos para as plantas. Ele continua nessa posição próxima e segue as explicações.

"As madeiras do assoalho estão em boas condições?" você questiona quando vê que não tem nenhuma anotação sobre.

"Só vamos trocar algumas aqui e ali" o ar da fala dele chega nos seus ouvidos e você sente os pêlos do corpo se arrepiarem "seus avós investiram em materiais bons no piso" você lembra do chão sempre brilhando.

"Bom, pelo menos uma parte da casa está boa" você sorri de leve. Joel passa para o outro lado de você e uma mão dele cai na sua cintura, você esquece como respira. Os simples toques dele tem um efeito absurdo sobre você e isso assusta. O celular de Joel toca em cima da mesa e vocês dois saltam.

Ele pigarreia tirando a mão de você e pega para ver quem é "Desculpe, eu preciso atender" diz saindo para os fundos ganhando privacidade. Joel caminha para os lados enquanto fala com a pessoa do outro lado da linha, às vezes olha de canto para você.

"Está bem, estou a caminho, querida" você ouve o final da ligação quando ele volta para dentro. Querida. Seu estômago revira em desconforto ao ouvir ele chamando outra pessoa por algo tão carinhoso. Você se sente idiota em achar que ele seria solitário, era só olhar para ele que dava para sacar que devia ter várias mulheres desejando-o tanto quanto você. "E-é surgiu um imprevisto" Joel diz sem jeito, sem olhar você nos olhos. Deve estar com vergonha por ter sido pego enquanto flertava.

"Claro, vai lá" você diz dando espaço para ele e apontando para a porta.

"Outra hora continuamos, desculpe" Joel sai apressado da casa e você fica ali parada onde será a sala, continuamos o que? A reunião ou você me deixando louca?

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Seus colegas de trabalho insistiram tanto para você vir ao happy hour que acabou cedendo, você estava cansada da semana mas interagir com eles seria bom. Estavam todos sentados no bar, conversando animados e bebendo. Você já havia bebido algumas cervejas e notava os olhares de um de seus colegas, Richard. Maria estava sentada ao seu lado e conversava com outras pessoas do bar, ela era muito sociável. O bar estava em meia luz e tinha uma pista de dança, logo Maria pegou sua mão com um olhar animado.

"Não, nem pensar" você responde já imaginando o que ela fará a seguir.

"Sim, senhora, vamos para a pista de dança" respondeu já puxando sua mão, você começa a rir e a acompanha, vendo que não teria saída. Maria tinha esse poder de conseguir as coisas e às vezes você agradecia por ela te tirar da zona de conforto.

Vocês chegam à pista e começam a dançar, você está sem jeito se balançando. Maria olha com uma sobrancelha arqueada.

"Vamos, quero ver o seu gingado de latina, deixa a música entrar no meu corpo" você ri da forma que ela espera que latinos dancem, mas ouviu sua dica, fechou os olhos e deixou a música entrar nos seus ouvidos, logo você já pegou a batida e estava dançando mais animada. Você balançava seus quadris ao som de uptown funk, se soltando cada vez mais e sentindo a cerveja fazendo efeito junto. Sentia que tinha alguém observando, Maria dançava por perto e conversava com um homem de cabelos pretos, cujo rosto era familiar, mas você estava envolta na música e não queria prestar atenção nisso agora.

Depois de algumas músicas seu corpo já estava suado e você foi até o bar para beber algo. Você vê Richard se aproximando.

"Você dança bem, estrangeira" Richard diz com um sorriso nos lábios, sua voz está arrastada, levemente bêbado.

H O M E  -  JOEL MILLER Onde histórias criam vida. Descubra agora