Fiquei ali a noite inteira, e nem vi o dia amanhecendo. Acabei dormindo no sofá do estúdio, e acordei com milhões de ligações do meu pai e mensagens mandando eu ir pra empresa.
Apenas ignorei, porque ele sabe que eu não piso naquela empresa. Acho que ele se esqueceu, de quando me humilhou na frente de todos os funcionários da empresa, me chamando de fracassado e inútil. Que a empresa nunca iria pra frente se um dia wu administrasse.
Mais na verdade meu sonho sempre foi, abrir um estúdio de artes com minhas obras. Mesmo de longe a minha irmã mais velha, vendi as minhas telas em Londres, quando eu ainda fazia. Com 14 anos eu tinha mais de 100 mil na conta, porque eram artes que chamavam a atenção das pessoas. Eu parei de pintar quando minha mãe piorou, e no ano seguinte Catherine partiu meu coração e me deixou.
E hoje 3 anos depois, alguma coisa me fez querer pintar de novo, não fazia ideia do que tinha despertado em mim aquela vontade. Fui até o mercado mais próximo, e comprei novas tintas, pincéis, telas grandes e um cavalete de pintura novo. Meu pai me mandou milhões de mensagens me xingando como sempre, porque não tinha ido pra empresa dele.
Era sábado de manhã, e como todas as manhãs a casa ficava silenciosa e vazia. Só eu e minha irmã em casa, e os empregados também. Quando entrei pela porta dos fundos, ela estava sentada na ilha da cozinha organizando alguma coisa, ela me viu com sacolas e perguntou:
- Isso são tintas? - perguntou ela, com um sorriso no rosto.
- São, acabei de voltar da loja e agora irei descer pra pintar. - respondi, levantando as sacolas.
Quando estava descendo para ir para o porão, ela correu até mim e disse:
- Festa de boas vindas para Lúcia, aqui em casa às oito. - ela percebeu minha cara de deboche, e terminou de dizer. - Não adianta arrumar desculpas, e pra você ir e ser gentil.
Balancei a cabeça pra ela, e continue descendo as escadas. Coloquei cada coisinha no seu lugar, e ao terminar percebi o quanto tinha ficado a minha cara.

 Coloquei cada coisinha no seu lugar, e ao terminar percebi o quanto tinha ficado a minha cara

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Me sentei de frente para tela, e comecei a desenhar sobre ela. Comecei a desenhar um olho com lápis preto, e só fazia oque minha cabeça mandava. E mesmo depois de muito tempo, eu ainda sabia desenhar como antes, só que agora de uma forma menos sombria e escura.
As horas se passavam e eu nem percebia, apenas continua desenhando. O olho finalmente ficou pronto, porém olhando demais para aquele olho eu percebi que faltava alguma coisa. E aí resolvi colorir ele de castanho, apenas os olhos e a pupila, o resto ficou preto e branco enquanto so o olho tinha cor e iluminação.
Enquanto eu finalizava o desenho, senti alguém entrando na porta e me observando. Fiquei parado, e uma mão delicada encostou no meu ombro.
- Você tem um dom Oliver. - disse Júlia, que ficava admirando o quarto e as pinturas antigas. - Já pensou em ser pintor? Ter seu estúdio e mostrar suas obras?
Me virei para ela, e respondi:
- E eu já pensei, porém meu pai quer que cuide da empresa e administre ela. - respondi, abaixando a minha cabeça.
E assim como a minha mãe fazia, Júlia se aproximou e levantou meu rosto e sorriu.
- Mas e você quem decidi, oque quer fazer e ser. - Júlia se sentou e voltou a falar. - Nunca deixe as pessoas decidirem, por você. Essa escolha e sua, e mesmo que não seja a certa, ela ainda vai ser sua.
Sorri de volta, e ela saiu me deixando sozinho para refletir. E por um lado a Júlia tinha a total razão, eu não devia deixar meu pai decidir a minha vida, não era meu sonho administrar a empresa e cuidar de negócios. Porém o meu sonho era pintar, ter meus quadros expostos em paredes museus de artes.
Acabei pegando no sono por algumas, e acordei com barulho de música e pessoas conversando na área da piscina. Me levantei e subi as escadas, e não tinha nenhum adulto em casa, provavelmente meu pai e a Júlia estava em algum jantar chique.
Ao chegar na área da piscina, tinha umas 8 pessoas. Os nosso amigos mais próximos, estavam todos sentados em frente à fogueira conversando e comendo marshmallow, como sempre fazíamos nos finais de semanas.

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