Starfall

28- A PEDRA DA LUA

— Eu passei a minha vida tentando esquecê-la, tentando ser alguém normal, e eu conseguir, me formei em psicologia, me divertir com muitas mulheres até eu encontrar sua mãe, que me deu um casamento e dois filhos incríveis, mas.. eu sabia que faltava um pedaço, sabia que dentro do meu peito estava vazio—  contou Jack, com os olhos mirando para o chão, parecia envergonhado, era verídico no rosto abatido os erros que carregava.

— Era ela, A perséfone. O verão era quente e selvagem, dava um gosto sempre novo na minha vida, assim como a primavera, aquela brisa que me trazia o cheiro dela de novo, fazia eu ser jovem outra vez— Pai do garoto começou a resplandecer intensamente, com uma transição na sua fisionomia. Ele otimizou todas rugas e linhas de expressão, se tornando um adolescente outra vez, com traços belos e interessantes de serem vistos, assim como as flores que percorria por todo seu corpo, floresceram e explodiram suas cores em tons pastéis.

— Mas o inverno— um tom amargo contaminou sua voz— é cruel, doía dentro do meu corpo, e o outono me esmagava com tédio e vazio— disse, tornando-se sua forma original, velho e sombrio, sem brilho ou vegetação sobre sua pele, todas a flores que havia nele apodreceram e se tornaram frias.

Os três garotos estavam paralisados, não conseguiam se mover ou falar alguma coisa que reduzisse o impacto daquela bizarrice.

— Eu estava atordoado, queria apenas ter uma vida normal, sem todo esse fantasma dela que insiste em perseguir minha mente. Anos depois encontrei um rapaz caminhando sozinho no meio da noite, sobre a ruas pacatas de Rosewood Day, foi apenas um encontro acidental para descobrir que aquele era Daniel Gregori, o anjo que roubou Perséfone dos meu braços naquela tarde— relatou, e Harry como seus outros dois amigos ficaram curiosos, mas com vestígios de medo, naquele momento, saber demais era um peso.

— Ele me contou sobre Rachel inglesa, disse que a matou por um bem maior.

Todos estremeceram.

— Eu me recusei a acreditar até ouvir algo mais inacreditável.

— O que?— a pergunta pulou para fora da boca de Harry, como um foguete.

— Todos os anos, uma estrela cadente cai do céu, traindo tudo que não conhecemos do espaço. A queda ocorreu com um pedido, e meu foi entregue, a Perséfone. Daniel me disse que ela era uma, e como punição, ele buscou arrancando o brilho dela, o coração do peito dela, para que ela nunca mais brilhasse abaixo das nuvens.

— Segundo aquele anjo, as estrelas escolhiam seus humanos prediletos, e quando chegavam na terras, cumprem seu objetivo, destruir os humanos, e na tentativa de fugir da dor daquela perda dilacerante, eu ajudei Daniel em sua caçada— confessou o mais velho, logo após uma das risadas explodir o barulho no ar de novo.

— Já chega! Eu não aguento ficar nesse lugar. Harry temos que ir!— Zayn se ergue e deu dois passos para trás, com a esperança que os outros tivessem  a mesma atitude que ele.

— Isso é mais sobre vocês do que imaginam— Jack sorriu, como um palhaço macabro.

— Do que você está falando?— perguntou Liam, arqueando as sobrancelhas.

— Depois de múltiplas experiências, chegou um momento em minha jornada em que me atrevi a tirar mais uma estrela da terra, mas não pude imaginar que tinha deixado escapar algo pior.. A sombra.

— Quem é essa sombra?— perguntou Zayn, fazendo aspas com os dedos magros.

— Assim como existem estrelas para iluminar o céu, existem sombras para escurecê-lo. E ultimamente ela tem causado um estrago tremendo nessa cidade, mas com um objetivo— explicou o homem velho.