Capitulo 1

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CINCO ANOS ATRAS

Era uma noite fria e de lua cheia quando a senhora Kiattrakulmethee escutou primeiro o som de algo se quebrando fora do seu quarto, a mulher de mais ou menos 30 anos soltou um longo suspiro.

Uma das pestes acordou

Foi seu primeiro pensamento ao escutar o barulho. As vezes ela se pegava questionando por que diabos tinha tido tantos filhos e porque tinha que ser todos homens. A mulher continuou escovando seus longos cabelos pretos na frente do espelho. Ela era linda e jovem, seu amado marido tinha muita sorte de a ter. ela deu uma risadinha com o pensamento. Fazia muitos anos que eles eram casados e ela ainda o amava tanto. Desde o primeiro momento em que pôs os olhos nele não pode mais tirar, ele era bonito e rico. Tudo que ela poderia querer em um homem.

Alguns podiam dizer que ela era obcecada por ele, mas todos estavam errados, é claro. A mulher o queria com todo o seu coração e nada mais era que amor. Todos tiravam essas conclusões por causa da sua gravidez poucos meses depois de começar a namorar o homem, mas era obvio que engravidaria dele. Ela o amava com toda sua existência e precisava que ele ficasse com ela para sempre. Hoje seu filho mais velho tinha dezessete anos, poucas semanas para os dezoito, e havia puxada todas as boas caraterísticas que podia de ambos. Era realmente um adolescente bonito, mas também um garoto estranho. Até os quatorze era o ser humano mais doce e carinhoso que já vira, tanto que a enjoava. Mas depois virou alguém quieto e sempre fechado, às vezes olhá-lo a dava calafrios. Ela realmente não entendia por que seu marido dava tanta atenção aquele garoto esquisito.

Seu rosto se contorceu em uma careta de desgosto, ela esperava que esse fascínio pelo filho deles passasse em breve. Qual é, ela era jovem e bonita. Logo o homem perceberia isso e voltaria a parar de fugir no meio da noite.

O som abafado de algo grande caindo a fez se sobressaltar e soltar um rosnado de raiva, Deus salvasse o garoto que estivesse fazendo barulho àquela hora da noite. Ela levantou em um movimento brusco fechando o roupão ao seu redor e se dirigiu a porta. Ia ensinar uma lição ao peste que estava bagunçando aquela hora da madrugada.

Quando abriu a porta que dava para o mezanino com vista para o primeiro andar e lateral da escada, ela percebeu que todo hall estava na mais pura escuridão e a pouca iluminação que a permitia enxergar a lateral do seu filho parado estático no topo da escada vinha da lua que passava pela grande janela principal. Apertando mais o roupão ao seu redor a mulher deu um passo mais a frente olhando com desgosto o filho que tinha seu rosto banhada pela escuridão e sombras.

- Phuwin? - ela chamou sentindo um calafrio percorrer o seu corpo. O garoto era realmente estranho - o que você está fazendo aqui fora? Sabe que seu pai não gosta que fique fora do quarto esse horário.

Seus passos congelaram quando ela chegou na varanda do mezanino. Phuwin virou a cabeça fazendo a luz prateada brilhante da lua iluminar uma parte do seu rosto e o que ela viu a fez prender a respiração. O rosto do menino estava... vazio, frio. Parecia uma máscara colocada ali. Era assustador ver uma expressão daquelas em um adolescente de 17 anos. Ela engoliu em seco e quando o filho mais velho deu um passo para o lado em sua direção deixando assim a luz da lua passar por si e iluminar o fim da escada, sua boca se abriu em um grito mudo horrorizado, ela se atrapalhou com os próprios pés quando tentou dar uns passos para trás e caiu de bunda.

Não. Não. Não.

Não podia ser seu marido caído no fim da escada com o rosto ensanguentado e o pescoço em uma posição que deveria ser impossível. Ela tentou se arrastar para trás quando seu estomago embrulhou e lagrimas encheram seus olhos. Seu olhar voou novamente para o garoto que antes observava aquela cena com a expressão mais fria e apática que alguém jamais poderia ter, o horror bateu na sua cara quando Phuwin continuou a fitá-la intensamente e virou o corpo em sua direção. Seu instinto gritou e ela se arrastou para trás tentando se afastar ainda mais do garoto mesmo que metros ainda os separassem.

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