5º Capítulo: Confusão na hospedaria

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- Eu sei que ficamos bem próximos recentemente... – sentiu-se corar. – Mas, nós nos conhecemos a apenas alguns dias e...

- Calma, Katherine. – pegou-a pelas mãos novamente. – Se quiser, posso dormir no chão. Não vou ultrapassar os seus limites.

- Promete? – encarou-o, sentindo-se relaxar.

- Prometo... – começou a puxá-la em direção à porta de entrada da hospedaria.

- Obrigada... – seguiu-o.

- Prometo não fazer nada pervertido com você... – sorriu malicioso. – A menos que queira. – piscou.

- ÂNGELO! – deu-lhe um tapa no braço, repreendendo-o.

- Ah, Katherine... Você é única! – puxou-a para dentro, gargalhando. – Vamos ver nosso quarto, querida esposa. – piscou, fechando a porta atrás de si e conduzindo-a até o balcão, onde a mulher que o atendera os esperava.

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- Esse é o quarto que vão ficar. – abriu a porta e os chamou para dentro. – O banheiro fica lá fora e a fossa foi limpa há três semanas, então, está em ótimas condições. – abriu a janela e apontou para a direção em que o banheiro ficava. – Mas, se preferirem, temos três urinóis de baixo da cama. – puxou o manto grosso de pelos, que cobria a cama, mostrando os apetrechos escondidos. – Eles são higienizados todos os dias, mas, se resolverem defecar neles, devo informar que, neste caso, é obrigação dos hospedes limpá-los. – virou-se e continuou a mostrar o quarto e a explicar as regras do lugar.

Katherine tentou reprimir uma careta diante das informações sobre a fossa e os urinóis e continuou a acompanhar o discurso da mulher. Seus ouvidos registravam tudo automaticamente: nada de brigas; fornicação apenas depois que a lua estiver alta no céu ou quando a hospedaria já estiver fechada; idas ao banheiro usando a porta dos fundos, que fica sempre aberta; não esquecer de tomar cuidado com o terceiro degrau da escada; trancar a porta por segurança; a tina e o jarro de água sobre a escrivaninha poderiam ser usados a vontade e o jarro poderia ser reabastecido quando quisessem, usando uma torneira do lado de fora, próxima à porta dos fundos; danos físicos e materiais aos hospedes não eram preocupações da hospedaria; contudo, danos de qualquer tipo aos objetos, ao prédio ou aos funcionários do lugar, seriam devidamente cobrados...

Entre uma recomendação ou outra, Katherine observava o quarto: uma cama simples de solteiro; uma janela retangular e larga; cortinas toscas e vermelhas, ou ao menos deveriam ser quando ainda não estavam desbotadas; um criado mudo bem simpático com um charmoso vaso com jasmins; uma escrivaninha simples, com a tina e o jarro de latão, além de um banquinho acolchoado; e um baú velho acomodado aos pés da cama, ocupando o papel de armário.

Assim que terminou de explicar e apresentar tudo, a proprietária caminhou, calmamente, até a saída do quarto, despedindo-se do casal.

- Eu realmente espero não ter confusões por aqui.

- E não terá, ao menos não por nossa parte, senhora. – assegurou Ângelo, acompanhando-a até a porta.

- Ótimo. – moveu a cabeça, em um gesto de aprovação. – Se sentirem fome ou sede, há uma porta ao lado do balcão que dá acesso à nossa taverna, que fica ao lado. – sorriu. – Ela fica aberta durante a noite toda e temos orgulho de nossa cerveja e assado de carneiro.

- Parece delicioso! – retribuiu o sorriso e virou-se para Katherine. – Não é mesmo, meu amor?

- Com certeza! – respondeu sobressaltada. Não esperava ser incluída na conversa e, principalmente, ser chamada de forma tão intima.

A Protegida e o PríncipeOnde as histórias ganham vida. Descobre agora