Então eu noto Freen entrando no refeitório e sinto meu coração dar um breve pulo dentro do peito só de vê-la.

Nam segue meu olhar e então solta uma risadinha, me cutucando com o cotovelo.

— Ah, você está toda apaixonadinha — ela provoca, e eu a empurro de volta.

— Paraaaa.

— Ela não te merece — Troye diz, mas ele está sorrindo também, e Nam se estica sobre mim para dar um tapinha no braço dele.

— Muito leal da sua parte, Sivan— ela diz, e ele sorri para ela.

Então Nam se mexe na cadeira, pega o garfo e complementa:

— Sabia que descobriram quem estava soltando informações de Freen para os jornalistas? Era a Elisabeth! Minha antiga colega de quarto que virou colega de quarto de Freen, dá pra acreditar? — Ela sacode a cabeça.

— De todas as pessoas que poderiam ter sido, era a cavaleirinha.

Ela abaixa o tom de voz.

— Aparentemente ela descobriu que os jornais pagam bem pelas fofocas da vida de Freen e ela queria uma nova... o que era mesmo, Troye?

— Uma sela luxuosa? — Ela dá de ombros. — Não sei, não gosto de cavalos, para o horror do meu pai.

— Ela não tem, tipo, doze anos? — pergunto. — Uma garota qualquer do sétimo ano estava vendendo fofoca?

Mexendo nos próprios feijões sobre a torrada, Nam olha para mim.

— Eu te falei, querida — ela diz. — É outro mundo.

Mais tarde, naquele dia, estou sentada no meu quarto com Freen. Nam nos deixou sozinhas para que pudéssemos ter alguma privacidade, e estou na cama enquanto Freen está sentada na escrivaninha, as duas trabalhando em nossos artigos para a aula de literatura da sra. Collins, mas, de vez em quando, nós damos uma espiada uma na outra por cima do notebook até que, finalmente, Freen fecha seu computador com um gesto sonoro e se joga na cama para se deitar ao meu lado.

Rindo, fecho o meu notebook e me inclino para afastar seus cabelos do rosto. Ainda é uma sensação estranha me aproximar e tocá-la dessa maneira, mas eu gosto.

Freen também gosta, eu acho, e ela se vira para deitar de costas e olhar para mim com seus cílios longos naqueles lindos olhos.

— Você está me distraindo — digo a ela, que ignora, estendendo a mão para entrelaçar nossos dedos perto de seu ombro.

— Qual é a graça de pegar uma amiga de colégio se não dá pra distraí-la do dever de casa?

As palavras são leves, provocativas, mas elas fazem com que uma parte daquele brilho que eu estava sentindo se dissipe.

Amigas que se pegam.

Amigas que se beijam.

Mas Freen não é Sana, eu me recordo, e me inclino, ainda tímida enquanto a beijo.

Mas Freen definitivamente não é tímida e me beija de volta colocando a mão na minha nuca, e logo não estamos apenas nos beijando, mas nos pegando além disso, e meu artigo, notebook e meu próprio nome já estão praticamente esquecidos.

Não é apenas por causa do beijo (embora eu goste bastante do beijo), mas por tudo.

O jeito como os dedos de Freen dançam sobre qualquer extensão de pele descoberta, transformando lugares que eu nunca achei muito sensuais – a dobra do braço, os espaços entre os dedos, minha testa – em pontos pulsantes de desejo.

SUA ALTEZA REAL - FreenbeckyWhere stories live. Discover now