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(Vision of Eros)

Foi no dia 30 de novembro de dois mil e vinte e um. Era um dia normal, eu tinha acabado de sair do meu trabalho. Fiz a minha rotina habitual fui comprar cigarros ao quiosque mais próximo e fui andando a pé até ao shopping. Estava frio eu tinha umas luvas que estavam meio rasgadas Elas eram de lã, bem quentinhas, ótimas para aquecer as mãos em um dia frio de outono. Estava vestindo a mesma jaqueta de couro de sempre que me foi dada por o meu avô antes de morrer, dentro dela estavam os meus documentos e um isqueiro. As minhas calças estavam rasgadas, não por moda e sim por desgaste. As minhas sapatilhas encontravam-se molhadas junto com as minhas meias. Tinha tudo para ser um dia normal. Com alguns trocos que eu tinha guardado resolvi ir comprar umas sapatilhas para a minha irmã mais nova. Ela estava sofrendo bullying na escola por que as delas estavam rotas então eu fui comprar umas para elas. Lembro-me que nessa altura todos me olharam de lado, provavelmente julgando a minha roupa, provavelmente achando que eu os ia assaltar. Entrei em uma loja de calçado e fui escolher umas para levar a ela, escolhi umas rosas que pareciam combinar muito com ela. Foi aí que ouvi barulhos de gritos vindo do lado de fora. Uma multidão avançou para dentro da loja gritando para fecharem as portas, dizendo que o diabo estava lá fora pronto para matar todos que se encontra pela frente. Um homem de meia idade se aproximou de mim ele estava sangrando, eu olhei para ele aterrorizado. Ele estava tentando vir para mim, mas acabou caindo no chão ficando sem se mover. Corri até ele, eu queria levar ele para um lugar seguro com alguém que o pudesse ajudar. Sem me importar com a existência do diabo naquele shopping fui até ele sem pensar duas vezes, sem hesitar, com vontade de ajudar ele. Quando me abaixei, ouvi o barulho de uma arma sendo recarregada bem perto de mim. Olhei para frente e vi o tal de diabo. O meu corpo parou de funcionar no momento, é como se todo ele tivesse virado pedra e não se movesse do lugar, os tripulantes da nave espacial do meu cérebro estavam a avisar-me que havia turbulência, mas antes de agirem eles entraram em pânico e fizeram a nave ficar parada que nem o meu corpo. Fechei os olhos achando que seria melhor morrer assim, sem ver o meu fim acontecendo.

Eu estava ajoelhado com os olhos fechados e com as mãos juntas pedindo a Deus para me salvar. Naquele momento senti umas mãos me segurando. Achei que eu tinha morrido, mas quando abri os olhos me deparei com uma mulher linda. Eu estava do outro lado da loja junto com aquele homem, eu tinha passado de um lado para o outro em uma questão de segundos. Perguntei-me se ela era um anjo enviado por Deus para me salvar. Ela tinha cabelos longos pretos e uns olhos esverdeados. Vestia uma camisa branca com umas calças pretas e umas sapatilhas All star nos pés. Ela estava sorrindo, um sorriso notório. Ela olhou para mim e desapareceu num piscar de olhos.
A situação continuou caótica. Eu conseguia ver tudo mesmo estando no fundo da loja. O homem ao meu lado tinha se curado magicamente. Tinham crianças chorando, dizendo que os pais tinham as abandonado para fugir. Acho que isso não são pais, acho que são monstros. Eu vi a garota de antes correndo contra ele ela jogou uma prateleira com roupa em cima dele o fazendo cair no chão. O atirador ainda conseguiu atirar nela. Naquele momento lembro-me de chorar após ver ela com uma bala na cabeça. O que mais me surpreendeu foi que ela continuou se mexendo para espanto de todos. Tinha pessoas que diziam que ela era uma santa de Deus que nos vinha proteger. As pessoas começaram a ficar desesperadas, com aquela situação. A garota pisou na mão dele e retirou a arma da mão dele. Era como se ela fosse uma deusa, ela ergueu a arma para o alto e atirou-a para longe. Não me lembro muito bem do resto, mas lembro-me de tentar tirar o meu celular do bolso e ver que ele estava estragado. A polícia chegou e a mulher de cabelos longos correu na direção da área designada para os funcionários. Eu comecei a correr atrás dela, não sei porque fiz isso. Nem sei se me arrependo de ter feito isso ou não. Porém eu fiz o que achei que tinha a fazer e corri atrás dela. Eu a persegui por aquela área. Era um tipo de armazém, ela corria bem mais rápido que eu. Eu gritava com todas as minhas forças para ela parar. Eu não esperava ela parar, mas ela parou. Eu abrandei a minha velocidade e olhei para a beleza dela.

DBM (Don't blame me)Where stories live. Discover now