Capítulo 17 - Tramóia e armação

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CAPÍTULO XVII

TRAMÓIA E ARMAÇÃO

Era manhã de sábado, e havia trabalho.

Anna acordou indisposta, com dores por todo corpo e também na cabeça. Pensava o tempo inteiro no desentendimento que teve com Brian e no fundo sabia que Maya tinha razão em tudo o que especulou.

— Sempre vivi sem o Brian e não vou morrer se ficar sem ele. – disse a si mesma, tentando ser forte. — Tenho que ter mais amor próprio! – concluiu se levantando e indo direto para baixo do chuveiro.

Tomou um banho bem gelado, se vestiu e partiu para a batalha.

Para ela, o mais difícil seria ver o amado e não falar com ele.

Ao chegar à emissora, foi fazer sua tarefa rotineira. Conferia uns e-mails num notebook em cima de uma mesinha quase de sua altura, quando ouviu uma voz masculina atrás de si.

— Bom dia, senhorita prancheta! – o operador de câmera a cumprimentou com um sorrisão.

— Oi, está melhor? – quis saber virando-se para ele, com o mesmo sorriso.

— Bom, eu não morri. – riu.

— Sorte a minha. Já pensou passar minha juventude na prisão? – brincou.

— Seria um desperdício...

— Seja mais claro. – Anna pediu se aproximando.

— Você tem muitas qualidades para ficar atrás das grades, além de ser uma ótima arremessadora. – ele explicou rindo.

Anna soltou uma risadinha e perguntou:

— Você trabalha aqui há pouco tempo, não é? Nunca te vi por aqui antes.

— Nunca me viu ou nunca me reparou... – ele olhou para a credencial dela e completou: — Anna Lyes?

— Acho que nunca te vi... – Anna olhou para a credencial dele também e leu seu nome: — Olliver Silveira.

— Fui transferido para esse núcleo há uma semana. – esclareceu o operador de câmera.

— E eu te dei as boas vindas.

Olliver gargalhou e concordou:

— Pois é, foi inesquecível.

— Está doendo muito?

— Não, já passou, mas... Por que você estava tão revoltada?

— Ah, foi uma coisa sem importância. – Anna desconversou, coçando a cabeça com delicadeza.

— Imagina se tivesse importância... – Olliver ironizou. — Já pensou se pega na pessoa errada? Nem todo mundo aceita um curativo desse tamanho na testa.

— Não quero nem pensar. Obrigada por me emprestar sua testa. – ela riu.

— Não tem de quê. Quando precisar, estou inteiro ao seu dispor.

— Ótimo!

— Não me leve a sério, Anna Lyes!

— Ok, Olliver Silveira.

Essa conversa definitivamente mudou o dia da auxiliar de produção e mudou para melhor. Sentiu que a carga negativa dos últimos momentos vividos por ela, magicamente havia saído, pelo menos por alguns instantes. Olliver dava sinais de que talvez pudesse vir a ser um bom amigo e uma nova amizade viria muito bem a calhar no momento.

Vida de estrela 1 - Os Encantos da Estrela Esquecida - COMPLETOOnde as histórias ganham vida. Descobre agora