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Menos ódio, mais amor.

Renato Cardoso. 2008

— O que tu quer aqui moleke? — o tio Carlão pergunta e eu engulo seco.

— Quero um trampo, senhor! — respondo firme.

— Quantos anos tu tem?

— Treze.

— Quer trabalho pra que? — ele passa a mão no cavanhaque e me encara firme. Pode meter a marra que for, medo eu não tenho.

— A mulher que morreu na rua de baixo era minha coroa. — solto. — tenho mais ninguém agora não, morrer de fome não vou, descer pra pista onde posso se morto também não. Única forma pra mim lutar pela minha vida é essa, Chefe.

— Treze anos...impressionante! — murmura. — vou te passar a visão aqui menó, quero que tu abraça, tá ligado?

Balanço a cabeça em confirmação.

— Tu entra nessa vida, dificilmente tu sai, principalmente se tu ir subindo teu cargo. Responsa é braba e redobrada! Mais lá pá frente, tu não vai conseguir sair não, só se for pra cadeia ou pro inferno, que é lugar de criminoso. — ouço tudo atento, tava decidido já. — Vai fechar mermo?

— Vou.

Meu destino final agora é esse.

×××

Meu protegido.

Desculpem a demora pra postar, ontem acabei caindo de moto e eu não muito legal, mas quando eu poder atualizar a história, atualizo.

M.

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