1 mês depois...
Lorena
As coisas definitivamente mudaram nas últimas semanas.
Depois daquele dia, voltamos pra favela, sentamos e conversamos. Descobrir que a minha coroa estava enfrentando um câncer de mama e eu não tinha noção.
Achava que ela estava indo pro trabalho mas o seu salário era a herança, e o tratamento foi metade do dinheiro. Eu estiva chateada mas pensei na possibilidade de perder ela durante aqueles dias, e perdoamos uns aos outros.
Na real o Thiago, meu pai, não quis perdoar. Mas eles são amigos, pelo menos ele fala que não conseguiria ficar com ela mas é todo preocupado em levá-la pro tratamento.
Estou trabalhando diariamente pra conseguir pagar aos poucos o dinheiro que o Índio tirou da comunidade pra pagar a dívida do CDD. Ele não aceita o dinheiro, mas um dia vai.
Sobre eu e ele, estamos bem próximos. Ainda não transamos, estamos aguentando durante 1 mês, mas não tá fácil nessas últimas semanas.
O Luan descobriu que não é o pai do filho da Mayara, ela voltou pra Penha depois que soltou a bomba na favela. E o meu melhor amigo está até hoje tentando se redimir comigo.
Carol assumiu o Paquetá, ela fez uma escolha, finalmente. O PH tá seguindo em frente também.
Aluguei um barraco próximo a casa da minha mãe, estou morando com a Carol. Dividimos o dinheiro e os horários de tudo.
Sair do trabalho sentindo meus pés inchados por conta da caminhada que eu fiz ontem.
Luan: Nossa senhora. -encostou do meu lado tentando caminhar na mesma velocidade -Tá gostosa hoje.
-Valeu, corno manso. -respondi rindo
Luan: Cansa nunca? -riu alisando a cabeça
Eu e a Carol rimos tanto quando descobrimos sobre essa treta, que quando ele parou pra me contar que não era o pai eu senti dor no estômago.
-Não posso perder oportunidade. -respondi parando de caminhar
Luan: Hoje tem baile, vai brotar?
-Talvez, vou pensar. -prendi meu cabelo e ele se aproximou beijando o meu pescoço -Para Luan.
Luan: Saudades do nosso lance. -sussurrou
-Pena. -encarei ele fazer birra me segurando
Luan: Hoje, eu pulo a varanda e nós faz aquele sexo bolado. -beijou minha têmpora
Agora não temos mais uma janela pra pular, era só entrar pela porta da frente. Privilégio de morar sozinha.
-Sonha mais, amor. -sussurrei atravessando a rua e ele colocou a mão na cintura seguindo pra viela
Sorrir internamente dele e virei procurando a chave pra entrar em casa. Não achei, então fui pra casa da minha mãe.
-Tô entrando. -gritei abrindo a porta e vi ela e a tia Júlia
Julia: Amor da dinda. -levantou me abraçando -Gostosa.
-Saudades de tu. -beijei a bochecha dela e virei pra minha coroa -Na paz, dona Fernanda?
Fernanda: Tô suave, depois liga pro teu pai, ele tava te procurando. -olhei o relógio
-Perdi minha chave, tô com preguiça de viver hoje.
Julia: Tem baile hoje, já tô chamando tua mãe.
-Eu tô pensando se eu vou, ou não. -resmunguei me jogando no sofá
Fernanda: Cadê o Índio? -encarei ela -Saudades do Marquinhos, vi ele com a Marina mais cedo.
Além das coisas estarem mudadas, agora minha mãe aceita o Índio. Depois que ele pagou a dívida ela passou a amar ele, apoia até nós dois.
-Não vi ele hoje, talvez mais tarde no baile.
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FAVELA VIVE (REVISANDO) + (CONCLUÍDA) REPOSTANDO
Ficção GeralFavela do Vidigal - Triângulo amoroso! "Todo mundo tá ligado que ela é a minha de fé, aí de quem cometer o pecado de cobiçar minha mulher....abrir um salão pra você dentro da minha favela." -Poesia Acústica 13 (+18)