Por Jennie– Que bicho te mordeu?
– Quê? Nada.
Ela estava estranha.
Tirei os ovos da geladeira e os coloquei sobre o balcão.
– A gente precisa ir ao supermercado comprar algumas coisas para hoje à noite. Já falei com o pessoal da vizinhança. E você precisa contar quantas pessoas do escritório vêm.
– Acho que umas quatro ou cinco. Fora a minha avó.
Eu nunca tinha imaginado como seria a sensação de uma estaca de madeira atravessando meu pescoço. Mas o que senti naquele momento deve ter sido muito próximo disso.
– Sua avó vem?
– Vem. E vai trazer alguém com ela. Pode somar mais duas pessoas. – Sua voz era fria e distante e eu me peguei repassando os acontecimentos da noite anterior. O que é que eu tinha feito para merecer essa mudança de comportamento?
– Achei que você não se dava bem com ela.
– Também não entendi. Mas ela apareceu no escritório ontem à tarde e eu acabei convidando-a sem querer.
– Se você não quer que ela venha, então desconvide.
– Só porque você não gosta de uma pessoa, não significa que pode desconvidá-la para uma festa na minha casa, Jennie.
– Não estou desconvidando ninguém, e sei muito bem que a casa é sua! Manobal, o que diabos você tem? E por que está dizendo que eu não gosto da sua avó?
– Você não ia me contar que ela esteve aqui ontem?
– Ia. Em algum momento. Mas se você já sabe, por que a charada?
– Talvez ela tenha te dito algumas verdades que você não tenha gostado de ouvir, e aí resolveu não me dizer que ela esteve aqui – chiou para si mesma e a minha visão ficou vermelha de raiva.
– É O QUÊ? – Levantei a faca para ela.
– Ei, ei! Calma!
– Calma é o caramba! A mulher veio até aqui e me acusou de me aproximar de você por dinheiro e você está dizendo que foram verdades? Quer dizer que você diz que não quer me machucar, que vai fazer amor comigo todos os dias e depois resolve que mudou de ideia e que pode me tratar como lixo?
– O que o cartão do médico estava fazendo em cima da mesa?
– Que cartão? Que médico?
– O Smith. Ou seja lá qual for o nome dele.
Puta que pariu. Esse drama todo era por isso?
– Eu estou com você, Manobal. – Baixei a faca e me surpreendi com o meu tom estava calmo. Mais que calmo… Estava sentido. – Eu disse que estava apaixonada por você e que queria ver onde isso ia dar. – Eu estava ressentida. – Aí você escuta umas três palavras azedas da sua avó, vê um cartão em cima da mesa e resolve que eu sou uma vadia que não merece consideração de novo. É isso?
– Eu sei que você ligou para ele ontem. Quando você disse para mim que estaria com a Rosé. Por que você não me explica, Jennie? – Ela parecia irritada. – Eu quero entender. – Ela não tinha o direito de ficar irritada.
– Você quer entender, sua imbecil? Pois então vem escutar de outra pessoa, já que a minha palavra não vale nada para você.
Puxei ela pelo pulso com violência e marchei através da sala e do jardim. Meti a mão na porta de Rosé como se o modesto pedaço de madeira fosse o responsável por todos os meus problemas.

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4 Weeks of Pleasure
FanfictionJennie Ruby Jane é uma advogada independente e ambiciosa, que não guarda espaço na vida para relacionamentos. A raiva que nutre pela sua colega de trabalho, Lalisa Manoban, compara-se apenas ao desejo secreto que sente por ela. Uma sequência de desv...