18. Linda

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Quando você me vê fugindo
Corra atrás de mim, não me deixe ir.

Thuy - Universe

Por Jennie

- Admiro mulheres como você.

Ji-yong Kwon estava de volta e eu já tinha me arrependido de ter flertado com ele.

- Obrigada? - perguntei sarcástica.

- Sem julgamentos. Quero dizer, eu trabalho com ela.

Ele estava querendo sugerir alguma coisa. Essa parte estava bem clara. Mas o quê?

- Perdão?

- Eu ganho mais de trezentos mil por ano, sabia? - Ele piscou um olho para mim e beliscou minha cintura. Não enfiei o punho no meio das suas fuças porque imaginei que ele estivesse temporariamente maluco para me tocar com esse nível de liberdade.

- Não sei do que o senhor está falando e, Kwon... Não me toque sem minha permissão. - Eu não ia falar de novo. Na próxima vez ia receber meu punho nas fuças, e deixei meu tom afirmar isso bem claramente.

- É claro que não sabe - riu. - Você, uma advogada ambiciosa que mora do outro lado do país veio até aqui só para ajudar a herdeira Baxter com sua mudança. É claro. Vocês devem ser muito amigas. - Virou o que sobrava da sua dose de uísque - Ou você está apaixonada. É claro - riu. - Muito conveniente.

Senti o gosto da bile na minha garganta e queria que ele dissesse mais alguma coisa inapropriada.

Qualquer coisa que justificasse o tapa que eu ia dar em sua cara em um futuro muito próximo.

- Você não me conhece, Kwon. - Para o inferno com a educação. Eu ia ser grossa e ele ia ouvir. - Não defina uma pessoa que você não conhece por clichês. Pode ser perigoso.

- Você é uma mulher muito bonita. E, não me leve a mal, eu entendo a ambição. Aqui. - Ele me deu um cartão e pegou mais um copo de uísque da bandeja de um garçom. - Quando ela te largar, e ela vai te largar, liga para mim. Podemos compartilhar ambições - sorriu, colocando o copo na boca. - Posso te ajudar com algumas coisas e você, pode... me ajudar com outras.

Coloquei o cartão dentro do seu copo e vi o papel se dissolver no líquido.

- Não recuse um homem só porque ele não é o homem mais rico do mundo, srta. Kim. Amanhã, ele pode ser a melhor que a senhorita pode conseguir. - Ele soou irritado.

- Se você acha que eu preciso de alguém para o que quer que seja, claramente, não me conhece.

Ele me observou como se decidisse se fazia mais algum comentário agressivo ou se me beijava.

Para mim não importava, de um jeito ou de outro ele ia levar um murro. Era só uma questão de tempo.

- Não te dói? - perguntou. - Pessoas como ela, que podem ter tudo simplesmente pelo fato de terem nascido?

- Você também não conhece Lalisa, Kwon. Parece que tem o péssimo costume de julgar as pessoas sem qualquer conhecimento.

- O quê? Ela teve uma vida difícil? Fala sério, Jennie? O que é o pior que pode lhe ter acontecido? Sua Ferrari nova veio na cor errada? E o que é o pior que já aconteceu na minha vida? Na sua? E na de milhões de pessoas como eu e você? E ela... Ela só precisou nascer. Não digo que odeio a mulher, quero dizer, não é culpa dela. Mas é difícil não a invejar ou não ressentir a injustiça da vida.

- Não existe vida fácil.

- Não... Mas existe vida mais difícil. Sabe o quanto eu tive que batalhar pela posição que tenho hoje nesse escritório? Quanto tempo de trabalho escravo, horas e horas de sono e de descanso perdidas. Tanta coisa de que eu tive que abrir mão só para conseguir galgar esse lugar, um milímetro de cada vez. E ela? Ela já tinha o emprego mesmo antes de vir fazer a entrevista.

4 Weeks of PleasureOnde histórias criam vida. Descubra agora