13. Vou trazer a coleira do Love para prender você.

1.6K 148 34
                                    

Por Jennie

- Aqui - ela me deu o controle da tevê assim que decidiu que eu estava deitada e confortável o suficiente.

- Acho que prefiro ler.

- Aquela coisa horrível com estupradores e assassinos? 

- Não. - Eu sei que eu devia ter defendido a minha vontade, mas ela estava tirando a roupa e eu hesitei.

- O que... O que você está...

- Não vou dormir de coberta. - Eu pude vê-la usando nada a não ser sua calcinha preta por uma fração de segundo antes de ela se enfiar debaixo do edredom ao meu lado. - E não faça essa cara. Nós já vimos uma à outra em situações bem piores. - Ela me apertou em um abraço rápido enquanto me beijava na bochecha e depois em um breve selinho. Eu ri. Era verdade...

- Você tem certeza de que não quer que eu fique em outro quarto? Se você passou a noite em claro, devia dormir, e eu não quero incomodar. - Por nada no mundo eu iria querer sair dali e, sinceramente, não fazia a menor ideia de onde estava vindo tanta educação da minha parte. Mas Manobal tinha colocado o seu travesseiro no meu colo e se deitou de bruços com os braços ao redor do meu quadril e eu percebi que ela também não queria que eu saísse.

- Quando a gente te deixa sem supervisão você sai correndo por aí com esse pé machucado. Acho que vou ficar aqui para ter certeza de que você vai ficar quieta.

Coloquei as mãos em seus cabelos e comecei a fazer um cafuné lento e carinhoso. Ela gemeu baixinho. Em poucos minutos senti sua respiração ficar mais pesada e tive certeza de que ela tinha dormido.

Agora eu podia admirar cada linha, cada músculo torneado, cada centímetro de pele e cada fio de cabelo pelo tempo que eu quisesse e sem qualquer constrangimento. Ficava indo e vindo no cafuné, alternando com carinhos em seus braços e suas costas nua. Vez ou outra eu sentia seu abraço no meu quadril apertar involuntariamente e fiquei encantada por alguns minutos, vendo ela dormir e me aproveitando da liberdade absoluta para tocá-la.

Nunca me considerei uma pessoa muito romântica e, apesar de nos últimos dias ter começado a perceber que poderia conseguir ser romântica, ainda assim eu precisava confessar: ver uma pessoa dormir é chato.

Não tem nada de muito maravilhoso e encantador. Eu preferia Lisa acordada e me beijando enlouquecidamente. E depois que eu já tinha apertado cada pedacinho de pele que tive vontade, comecei a ficar entediada e acabei ligando a televisão.

Apertei o botão do mudo e escolhi um documentário legendado sobre o vale do Loire. Mantive minhas mãos em Lisa em uma mistura incessante de cafunés e carinhos enquanto alternava minha atenção da região francesa de castelos para sua respiração densa.

Love apareceu na porta do quarto e ficou lá parado por alguns segundos enquanto me observava. Imaginei que se ele falasse diria "Vocês já se entenderam ou vão continuar gritando? Porque se forem gritar eu vou dormir lá embaixo".

Dei algumas tapinhas na cama e ele abanou o rabo e aceitou o convite. Mas assim que ele colocou as duas patas dianteiras na lateral da cama eu me arrependi, empurrei suas patas com cuidado e indiquei que ele ficasse no chão.

Ele não era treinado o suficiente para entender de primeira. Mas entendeu ainda assim.

Recostei nos travesseiros e voltei a me concentrar no documentário. A legenda falava sobre arquitetura, arte e fatos históricos enquanto as imagens mostram castelos, florestas, tapeçarias e pinturas. Em algum lugar entre Chambord e Chenonceau, acho que adormeci.

(...)

Por Lisa

Era um pouco depois de meio dia quando acordei. A impressão que tinha era que tinha caído contra o colo de Jennie e apagado em poucos segundos. A tevê estava ligada no mudo e Jennie estava quieta embaixo de mim.

4 Weeks of PleasureOnde histórias criam vida. Descubra agora