12. Vai embora

1.3K 155 52
                                    

Por Jennie

- Você quer me contar o que aconteceu?

Eu tinha secado minhas lágrimas, mas o gosto salgado ainda estava grudado na minha pele.

- Jennie, por favor, me diga que ela não te bateu.

Ela tinha os olhos semicerrados e preocupados cravados em mim. E eu comecei a rir. Era um riso louco.

- Eu cai do telhado. Fui buscar a bola que os moleques chutaram lá e me distrai.

- Se distraiu?

- Vendo Lalisa se masturbar. - Ela abriu a boca e manteve a boca aberta. Sem querer, aquela garota esquisita tinha se tornado minha confidente. Não sabia como tinha acontecido ou se aquele era o jeito certo. Nunca tive uma confidente antes. - Mas não, Roseanne, ela não me bateu.

- Tudo bem. Mas o que houve?

Apoiei minha cabeça contra a parede e fechei os olhos.

Vamos, Jennie. Diga as palavras em voz alta.

- Estou apaixonada por ela.

- E isso é ruim porque...

- Porque ela estava na cama com outra mulher.

- Agora? Cachorra traidora!

- Não exatamente. Nós não estamos juntas, então... - dei de ombros.

- Ah. -Ela olhou ao redor, confusa. - Mas ela correu atrás de você. Ela largou a outra na cama?

Era verdade. Ela podia simplesmente ter fechado a porta e voltado a montar na lambisgoia. Mas não. Ela tinha largado tudo e corrido atrás de mim. Mordi o lábio. Não queria depender de suposições. Tudo que eu sabia era que ela tinha desistido de mim e tinha saído com outra mulher. Isso era o que eu sabia com certeza.

Algumas batidas incisivas na porta e eu me sobressaltei.

Rosé passou o polegar nas minhas bochechas, limpando minhas lágrimas, e depois colocou o indicador sobre a própria boca indicando que eu ficasse em silêncio.

Ela girou a maçaneta e eu me encolhi no escuro.

- Olá, sou Lalisa Manobal. Sua vizinha. - Eu conseguia ouvir sua voz. Ela entrava em mim atravessando pele e carne. E, eu estava apaixonada por ela, mesmo. Certeza. - Você conhece minha amiga, Jennie Kim?

- Sim. Estávamos juntas hoje à tarde. Ótima pessoa. É linda, não é?

Enfiei a cara nas mãos. Não, Rosé, fique quieta.

- Ah, sim. Você a viu? Agora há pouco?

- Não. Acabamos de nos despedir. Ela foi para casa. O que houve?

- É que... Tivemos um problema e... Ela está machucada. Estou preocupada. Se a vir, por favor, diga a ela que ligue para mim ou que volte para casa.

- Ah, sim. Com certeza. Mas ela está bem?

- Espero que sim. Ela não devia estar andando por aí, está com o pé machucado.

- Se a vir, passarei o recado.

- Obrigada.

Rosé fechou a porta e voltou para o meu canto no escuro.

- Você ouviu? Ela está preocupada. Não era melhor...

- Voltar para dizer que entrei em desespero ao vê-la com uma mulher? Não. Má ideia.

- Olha, eu não entendendo desses jogos de sedução, ou seja, lá o que for que você esteja fazendo, mas ela pareceu honestamente preocupada.

4 Weeks of PleasureOnde histórias criam vida. Descubra agora