9. Lisa, não. Não quero fazer isso.

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Por Jennie

Não cheguei a bater a cabeça. Mas meu tornozelo não tinha ficado a salvo; o braço sobre o qual eu tinha caído também já tinha visto dias melhores. Manobal demorou menos de dois minutos para chegar até o quintal dos fundos. Com calças de moletom cinza e os seios apenas com um top, eu a vi pular os degraus que separavam o pórtico do gramado. Love chegou primeiro e, por incrível que pareça, não pulou em cima de mim, nem tentou me lamber. Era estranho, mas ele parecia saber que eu estava machucada e que não seria apropriado se jogar em cima de mim. Valeu, Love.

- Jennie! Jennie! Ai, meu Deus. Você está bem?

Ela estava ofegante quando se ajoelhou ao meu lado e me tocou com cuidado, indecisa se deveria ou não tentar me levantar.

- Você machucou a cabeça? Ou o pescoço?

Mas eu estava bem. A queda tinha sido alta, mas não tão alta.

- Estou bem - tentei me levantar, mas Lalisa queria que eu ficasse quieta.

- Acho que você não devia se mover. - Ela tinha a mão sobre o meu estômago, me mantendo deitada. Meu vestido tinha subido um bocado e eu tinha certeza de que minha calcinha devia estar quase à mostra. Mas Manobal já tinha me visto nua me masturbando, quase perdendo a toalha para um cachorro e em cima de um telhado assistindo ela se acariciar. Olhando em retrospectiva, deixar minha calcinha a mostra para Lalisa era quase irrelevante.

- Estou bem, é sério.

Tirei sua mão da minha barriga e me levantei. Eu ia dizer que tinha uma resistência bem alta para dor e que só precisava de um analgésico, mas levantar exigiu mais forças do que eu tinha imaginado que ia precisar e, de repente, meu tornozelo e meu pulso estavam latejando horrendamente com uma dor insuportável e eu gemi involuntariamente. 

- Você não está bem. Precisa ir pro hospital.

O fato de eu ter conseguido me sentar convenceu Manobal de que minha cabeça, pescoço e coluna vertebral estavam bem, e ela enfiou os braços por baixo das minhas costas e coxas e me levantou no ar.

- Eu acho que consigo andar - reclamei chorosa. - Não gosto que me carreguem. Coloque-me no chão.

- Cala a boca, Jennie.

Ela tinha um tom evidente de preocupação em sua voz, e meu corpo foi preenchido por uma sensação quente e agradável. Havia alguém cuidando de mim para variar. Era interessante.

Ela me colocou no banco da frente do carro e correu de volta para dentro de casa para buscar um casaco e prender o cachorro. Só então percebi que poderia ter aproveitado para espalhar meus dedos pelos seus músculos, sentir o calor da sua pele e experimentar mais toda a arte de toques proibidos que a situação permitia. Mas estava com muita dor e meu cérebro priorizou as coisas erradas. E de onde saiu tanta força?

Ela acelerou pela rua e os moleques abriram passagem para o carro antes de voltar a jogar bola. Segurei meu pulso e percebi que a possibilidade de ele estar quebrado era considerável.

- O que está sentindo? - Lalisa repetia a cada quatro segundos.

- Pode ser que eu tenha quebrado o braço. Mas estou bem, é sério. Já quebrei o braço antes. Não é nada demais.

- Tem certeza?

Eu não sei bem como funciona essa coisa de se machucar e ter alguém para cuidar de você, mas estava começando a parecer que dava mais trabalho do que se machucar sozinha. Eu tinha que respirar fundo, controlando a dor e ao mesmo tempo dar um discurso de incentivo atrás do outro para uma Lalisa que parecia mais assustada do que eu. Se eu estivesse sozinha ia poder gritar de raiva até chegar ao hospital.

4 Weeks of PleasureOnde histórias criam vida. Descubra agora