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·Emily Alencar

Ok, ok, respira, inspira, respira, inspira. Fala sério quem foi o idota que disse que isso funciona, essa porra não serve de nada. Eu estou em casa, já estava de madrugada, o Sam já havia dormido, ele estava quieto durante o dia inteiro, talvez por sono, ou se preparando para o dia de amanhã.

Eu deveria estar fazendo o mesmo e descansar para não vomitar na cara do canalha, a quem geneticamente e infelizmente era meu pai, aquele filho da puta desgraçado, e também tem a porra da foto que vi na merda daquele computador, eles realmente tinham que tirar uma foto dela beijando outra pessoa?

Parei de andar de um lado para o outro, o que aliás, eu estava fazendo a muito tempo, meus pés já estavam doendo de tanto andar, quase cai ao parar, mas consegui manter o equilíbrio, minha cabeça girou e eu me sentei na cama, a minha tontura ainda não havia passado, na verdade, agora a minha cabeça parecia pesar uma tonelada.

Me levantei da cama com cuidado e andei até o banheiro, me sentia estranha, eu tombava para os lados e mal consegui chegar ao banheiro, ao chegar liguei a banheira e me sentei no chão esperando encher, talvez isso me ajudasse a relaxar, quando a banheira encheu, eu me levantei e tirei toda a roupa, entrei na banheira sentindo o meu corpo arrepiar.

Me deitei na banheira sentindo o meu corpo afundar cada vez mais na água. Como seria estar no mar e sentir as ondas passando cada vez mais por você? E a cada onda que passasse, levasse embora tudo aquilo que te machucava, tudo aquilo que doía, que levasse suas inseguranças e seus medos. Senti meus olhos arderem e ao menos percebi que havia lágrimas no meu rosto

Por que tudo isso está acontecendo agora? Meu avô morreu, me deixando um império para cuidar, e me deixando por conta própria para lidar com o meu pior medo, mal me recuperei da morte dele e já vou ter que ficar cara a cara com o homem que fez da minha vida um inferno. E também tem ela, talvez não tenha significado nada para ela, não dessa fez, ela devia estar confusa e carente, ela acabou de terminar um relacionamento, como eu sou idiota.

Deixo a água cobrir o meu rosto enquanto prendo a respiração, o sentimento de vazio me consome por completo, eu não ouço nada, não sinto nada, e não quero sentir, por que sentir dói de mais e eu já estou farta de sentir dor, será que as coisas poderiam ser diferentes? Ele mudaria se tivesse uma segunda chance? Ela me amaria se não tivéssemos nos afastado? Ele estaria vivo se eu tivesse passado mais tempo com ele?

Eu não sei, e não saber é algo agonizante, será que eu sou tudo o que o Sam e a Prica precisam? E se eu não for? Eles são tudo o que tenho, e eu não poderia pedir nada melhor que isso, que tê-los comigo. Sinto a minha garganta se comprimir em sua busca por ar, mas contínuo de baixo d'água, até que sinto meu corpo dar um impulso espontâneo me fazendo sentar na banheira, respiro fundo, recuperando o ar e fecho os olhos, não importa o quanto isso me acalme, sempre que saio, tudo volta.

Saio da banheira e pego uma toalha começando a me secar, uso o secador para secar o meu cabelo e vou em direção ao closet, visto a minha roupa íntima e também uma camisola de seda, vou em direção a cama e me deito, fecho os olhos na intenção de dormir e fazer tudo aquilo sumir nem que seja por alguns minutos, mas eu não consigo, não consigo dormir.

Me levanto e saio do meu quarto, vou em direção ao meu escritório e resolvo ver alguns papéis sobre a empresa, como não estava conseguindo dormir então eu iria trabalhar, pelo menos assim eu me distraio um pouco.

[Quebra de tempo]

Passei a noite em claro como era de se esperar, eu já havia terminado de assinar e analisar todos os papéis, coloquei eles em uma pasta para levar a empresa e sai do escritório, desci as escadas e fui a cozinha, iria preparar o café da manhã, fiz panquecas, cortei algumas frutas, passei o café e fiz suco de laranja, arrumei a mesa e subi para chamar o Sam.

Family Issues | MalufcaTahanan ng mga kuwento. Tumuklas ngayon