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·Samuel Alencar

Ela pensa que eu não vi, mas eu vi, puxar os dedos das mãos não era um comportamento normal da Emily, ela só fazia isso quando estava em seu estopim, ela estava prestes a explodir e estava tentando a todo custo o fazer agora, eu sabia que isso ia ser mais difícil para ela do que para mim, mas não imaginei que seria o suficiente para derrubá-la, talvez o fato de tudo ter a atingido como uma avalanche, a deixou desse jeito.

Mas por que ela tem que ser tão teimosa ao ponto de não pedir ajuda? Ela precisa de ajuda, então por que não pede? Eu também não estava bem com o fato de ter que ver aqueles dois, na verdade me sentia ansioso e um pouco bravo, depois de tudo o que passamos, estaremos mais uma vez frente a frente com as pessoas que tornaram da nossa vida um inferno completo.

Eu só queria que a Pri estivesse aqui junto a Carol, mas eu entendo o motivo de Emily não ter deixado elas virem, também não queria que as duas garotas estivessem na presença daquele verme.

Fui até a cantina como minha irmã havia me mandado, ped algo para comer e também pedi o café dela, esperei um tempo até ficar pronto e então voltei a sala dela, quando cheguei ela olhava alguns papéis, ela me olhou ao escutar a porta se fechar.

- Aqui - lhe entreguei o café, ela sorriu.

- Obrigada, Sam - disse e bebeu um pouco - Desculpe por ter que ficar aqui me olhando trabalhar - ela falou com um sorriso culpado.

- Tudo bem, aproveito e aprendo um pouco com a melhor - falei e ela sorriu voltando a atenção para os papéis.

Eu me sentei em um sofá que havia em sua sala e comecei a comer, muitas pessoas entraram na sala para entregar mais papéis a Emy, acho que eram os relatórios do tempo em que ela ficou fora, ela lia todos e assinava alguns, e com calma ia tomando o seu café.

Em um momento ela saiu da sala dizendo que tinha uma reunião para ir, ao ficar sozinho na sala, liguei para a Pri, ela queria me contar uma coisa quando estava no carro, mas acabou não contando quando viu a Emy dirigindo, ela demorou um pouco mais logo atende.

- Oi, Sam. Tudo bem? - perguntou ao atender.

- Mais ou menos, Pri. Já falamos com o Dr. Fletcher e ele explicou direitinho como vão ser as coisas - falei um pouco triste.

- Como está a nossa garota? - ela perguntou e eu suspirei.

- Péssima, mas contendo tudo.

- Ela sempre faz isso - Priscilla bufou.

- Enfim... Queria me contar algo naquela hora que eu tava no carro? - perguntei e ela me olhou pensativa, mas logo arregalou os olhos.

- Tá sozinho? - eu concordei um pouco confuso - É que eu não quero que a Emy escute.

- Fala logo, Priscilla! - exclamei em tom baixo.

- A Malu ficou com algumas pessoas ontem na festa - ela falou - E pelo que sei, ela e a Emy tiveram um.... Momento... Antes da Emy ir embora com você - franzi o cenho, um "momento"?

- Como assim um "momento"? - perguntei e ela me olhou com cara de tédio.

- Do tipo que, se uma delas fosse homem, você seria titio - ela falou de forma debochada, eu fiz uma cara de nojo ao entender.

- Bem que dizem que curiosidade faz mal - falei e ouvi ela rir - Cê sabe que ela vai descobrir, né? - perguntei ela suspirou derrotada.

- Eu sei - falou de forma triste - Como será que ela vai reagir?

- Se fosse antes, eu diria que ela daria a volta por cima e tentaria deixar de lado, mas agora.... Ela não tá bem, Pri - falei preocupado.

- Nós vamos cuidar dela, em breve eu e a Carol vamos voltar, e vamos estar com vocês, ok?

- Ok. Bom, tenha um bom dia - falei e ela sorriu.

- Você também - ela desligou e eu deitei no sofá colocando o celular em cima do meu peito.

E acabei por pegar no sono.

"- Sam, se esconde - a voz chorosa de minha irmã soou pelos meus ouvidos - Se esconde no baú, ok? - ela me pedia de forma desesperada, mas eu não estava entendendo nada.

- Quelo fica com vucê, Emy - falei e a vi tremer ao escutar uma batida na porta e gritos, ela me olhou de novo e sorriu.

- Vamos brincar de esconder, você vai ficar no baú e eu vou buscar o Léo, para ele te encontrar, gostou? - ela perguntou e eu sorri animado.

- Ok - Emy me ajudou a entrar no baú, antes de fechar ela fez um sinal de silêncio para mim, e então fechou, tinha uma fresta no baú.

Consegui ver quando Emily tentou sair do quarto, mas o nosso pai entrou e a segurou pelo pescoço.

- Cadê aquele moleque? - perguntou com uma voz grave.

- Não vai tocar no meu irmão - ela disse e recebeu um tapa no rosto, eu me encolhi dentro do baú.

Quando ele a largou, Emily olhou na minha direção e então se virou e empurrou o nosso pai para fora do quarto dela com força, e passou correndo por ele, o fazendo ir atrás dela, comecei a chorar lá dentro, até que acabei dormindo, quando acordei já estava de manhã e Emily me levou para me arrumar para a escola, ela estava toda machucada e disse que faltaria naquele dia."

·Emily Alencar

Eu mostrei a carta para o Olívio quando saí da sala, ele leu para mim, pois eu não tinha coragem de ler, basicamente na carta é o meu pai pedindo desculpas por tudo, e eu não pude deixar de ficar incrédula, ele realmente acha que um pedido de desculpas vai apagar tudo o que aconteceu, que vai tirar as cicatrizes que carrego até hoje? Físicas e psicológicas? Ele tá louco se realmente acha isso.

Quando voltei para a sala já um pouco irritada encontrei com o Sam dormindo no sofá, o celular apoiado no peito, suspirei e andei até ele, coloquei o celular em cima da mesinha de centro e o cobri com um cobertor que tinha ali, a sala estava muito fria. Voltei a me sentar em minha mesa, o enjoo tinha passado um pouco mas, eu ainda me sentia um pouco tonta.

Assim que abri o computador dou de cara com uma página de um site de fofoca, normalmente eu não ligaria, mas então vi o nome da Malu, então decidi ver.

"A influenciadora, Malu Camargo, aproveitou bastante a noite passada, as férias estão acabando e ela já está aproveitando o título de solteira"

Ok, nem queria ver mesmo.

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Só porque amo vocês.
Eu não vou mais postar com tanta frequência já não tenho mais capítulos prontos, então o próximo provavelmente vou lançar na quarta.

É isso, beijos.

Family Issues | MalufcaWhere stories live. Discover now