Capítulo 2

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Acordei por volta das seis da manhã. O sol fraco ainda mal estrada pela janela. Me remexia em meio ao lençol e o cobertor. Sentei na cama e me espreguicei. Ainda me sentia cansada, mas tinha que trabalhar, mesmo que fosse sábado. O despertador antigo ainda tocava sobre o criado-mudo. levantei a minha mão para desligá-lo.

Levantei e fui direto para o chuveiro. O banheiro ainda estava escuro e precisei acender a luz no interruptor ao lado do espelho.

Abri o chuveiro e senti a água quente escorrer pelo meu rosto e meus cabelos. Ela ajudava a espantar o sono, também outros sentimentos ruins que pensavam sobre minha mente durante a noite.

Desliguei o chuveiro, puxei uma toalha branca e me enrolei nela. Respirei fundo ao limpar o espelho embaçado e me encarar. Mais um dia, Suzana. Você consegue!, disse a mim mesma em meio a um fracasso de sorriso que se tornou uma careta. Há dois anos, eu vivia um dia de cada vez, preocupando-me em apenas passar por ele.

Meu telefone tocou. Estranhei a ligação, mas quando se trabalhava para a polícia, não havia uma diferenciação de horários em que se pode ou não receber chamadas.

Voltei para o quarto e peguei o aparelho sobre a cômoda.

– Bom dia!

A empolgação do outro lado da linha quase me contagiou.

– Bom dia, Ana. – Minha voz não soou tão animada quanto a dela.

– Eu só liguei para lembrar da prova dos vestidos segunda à noite.

– Não sei por que você me quer como sua madrinha. Ana, tem tantas amigas.

– Quem seria melhor do que a minha queria irmã para ser minha madrinha. A final é o meu casamento. – A voz de Lisa era pura empolgação. – Além disso, Gustavo também não tem um par. Vão ficar ótimos juntos!

- Isso se ele for.

- A vai sim, nem que eu tenha que buscar nosso irmão mais velho pela orelha.

– Segunda-feira à noite? Estarei lá.

- Obrigada, Suz! Eu amo você. Até segunda.

- Também te amo, irmãzinha. Nos vemos segunda-feira.

Desliguei o telefone é o joguei dentro da minha bolsa que havia deixado sobre uma poltrona ao lado da janela.

antes de desligar o telefone.

Troquei de roupa, peguei minha jaqueta, a arma e o distintivo e tranquei meu apartamento. Ao passar pela entrada, vi o porteiro cochilando perto do balcão. Assim como ele, ninguém estava disposto a acordar cedo naquele dia.

Desci de escada até a garagem, peguei meu carro e dirigi até a delegacia. Havia muitos carros na via expressa para um sábado de manhã, mas nada que retivesse o trânsito. Parei o carro na porta da delegacia, joguei a chave na bolsa e entrei.

- Bom dia. – O vigia acenou para a mim a me ver passar pela porta do departamento de homicídios da polícia civil, onde ficava a minha sala. – Madrugou hoje, detetive?

– Apenas preocupada com o meu trabalho. – Coloquei minha bolsa sobre a mesa.

Sentei-me e peguei minhas anotações junto com algumas fotos do local. Aquele era um caso que deveria ser bem tranquilo. Flagrante não exigia confissões ou muitas provas, entretanto, conversar com o porteiro, me fez pensar que só sabíamos de uma parte da história. Eu precisava saber de tudo antes de colocar um homem no banco e de réu de um tribunal. Peguei o telefone sobre a mesa, ao lado de alguns papéis, disquei um número.

O preço da verdade (degustação)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora