Natalina é uma jovem que, vive as inconstâncias da vida, carregando dores, tristezas e segredos. Em uma noite decidida a acabar com tudo, ela caminha rumo a escuridão...
Rodrigo é um homem que se fechou após uma tragédia em sua vida, deixando o lad...
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Estava no carro observando a chuva através da janela. A entrada do hospital estava tão calma que me surpreendeu. Algumas vezes me sentia em um filme, onde a situação não me parecia real. Tudo estava pacato demais e me assustava, mas de um jeito, que parecia que, não havia forças em mim, para nada!
Eu tinha vontade de gritar, de berrar, mas não conseguia! Estava preso no meu próprio medo e sofrimento.
Os dias se passaram sem eu perceber. Às vezes ia em casa só tomar um banho e voltava o mais rápido que podia. Dormia sempre no meu carro e mesmo com todos falando que precisava descansar em casa, não me importava! Continuava ali, mesmo que, do lado de fora do hospital, aguardando uma notícia boa, eu só pedia isso mentalmente: “Uma notícia boa, que me desse uma esperança.”
Tinha medo de estar longe quando ela acordasse. Eles já haviam tirado a sedação dela, agora, ela precisava reagir, dar sinais.
Fora cinco dias em coma induzido, e há dois dias que estão esperando que ela reaja. Pude vê-la algumas vezes, e isso me assustou, pois, observá-la inerte da maneira que estava naquele leito de UTI me chocou, mas também me deu esperanças: percebi o quanto a amava e sabia que jamais a vida seria a mesma sem ela. Natalina foi o meu presente, o mais lindo e arrebatador presente de Natal.
Agora os dias estavam ainda mais cinzas, sem cor. Não haviam sorrisos, não haviam carinhos, não havia seus lábios rosados, nem suas bochechas coradas, não havia nada que me fizesse sorrir, pois a única que conseguiu isso, estava em um leito de hospital, lutando pela vida.
Me agarrei as lembranças dos nossos momentos e liguei o carro, eu precisava ir até um lugar.
Dirigi até a paróquia, estacionei o carro e desci caminhando até a porta. Entrei no local que estava vazio. Fui até uma fileira de bancos que ficavam na metade da igreja. Olhei para o altar e senti minhas pernas tremerem, sentei no banco e respirei fundo. Meu coração batia tão forte, que achava que ele sairia do corpo em um pulo só.
Olhei mais uma vez para minha frente e não consegui dizer nada, mas chorei. Chorei igual uma criança assustada. Estava com medo. Fiquei tão nervoso em dado momento, que soquei o banco a minha frente. A dor foi aguda e se espalhou por toda mão e meu braço. Mas me fez lembrar que eu estava vivo e que Natalina precisava de mim, do meu controle.
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