Natalina é uma jovem que, vive as inconstâncias da vida, carregando dores, tristezas e segredos. Em uma noite decidida a acabar com tudo, ela caminha rumo a escuridão...
Rodrigo é um homem que se fechou após uma tragédia em sua vida, deixando o lad...
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Acho que uma das decisões mais difícil da minha vida, foi a que tomei. Ficar longe da Natalina, estava me destruindo. E eu me perguntava a todo instante, o porquê estava sofrendo tanto, por alguém que mal conhecia.
A verdade é que sentia ao contrário, sentia que a conhecia muito bem, ao menos seu corpo não sai da minha lembrança, nossas poucas conversas eram repassadas mil vezes ao dia pelo meu cérebro. Sua entrega, o conforto que ela me trouxe. Tudo que aconteceu entre nós, foi surreal.
Acredito que histórias como a nossa, são bênçãos e acontecem poucas vezes na vida, mas assim como a luz vem, às trevas também e eu me sinto engolido por elas.
Já fazem exatamente vinte dias que não a vejo, que não saio de casa nem para comprar comida. Tenho medo de vê-la e fraquejar, eu não posso!
— Rodrigo abra aqui! — As batidas misturadas a voz do padre me fazem respirar fundo. — Rodrigo! — Brada e me forço a levantar da poltrona e ir atendê-lo.
— Bom dia, André. — Falo ao abrir a porta.
— Bom dia? Sabe que horas são?
— Não! — Caminho de volta até minha poltrona. Agarro minha garrafa de whiskey e bebo alguns goles.
— Sério isso, meu Deus! — Encaro o padre que me olha incrédulo. — Você está se acabando, Rodrigo!
— Eu não ligo.
— Deveria! — Ele senta-se no sofá a minha frente. — Você está magro, anêmico.
Dou de ombros e continuo bebendo. O padre levanta-se balançando a cabeça em negação. Ele esfrega o rosto sem paciência.
— Vá atrás dela! — Olho rapidamente para ele. — Por que não vai atrás da garota? Sei que está assim por causa dela.
— Eu… Não posso.
— Por quê? O que está acontecendo? Sei que você nunca se relacionou seriamente com ninguém, sempre pensou somente na profissão, mas também sei que, você a olhava de um jeito que, nunca olhou para ninguém!
Respiro fundo, sentindo a inquietação voltando a me dominar.
— Rodrigo, pelo amor de Deus! O que está havendo?
— Eu não posso ficar com ela. É trágico, não é cômico… Estraguei a vida dela!
— Do que está falando?
— O menino… Que morreu por minha culpa, em São Paulo é irmão dela!
— Quê?
— Isso mesmo que ouviu.
— Mas como isso é possível? Ela morava em São Paulo!
— O destino a trouxe para cá, e justamente para minha vida. — Sinto meu peito doer, de uma maneira que me mata.