CAPÍTULO 7 - CULPA

237 37 94
                                    

  Acho que uma das decisões mais difícil da minha vida, foi a que tomei

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

  Acho que uma das decisões mais difícil da minha vida, foi a que tomei. Ficar longe da Natalina, estava me destruindo. E eu me perguntava a todo instante, o porquê estava sofrendo tanto, por alguém que mal conhecia.

  A verdade é que sentia ao contrário, sentia que a conhecia muito bem, ao menos seu corpo não sai da minha lembrança, nossas poucas conversas eram repassadas mil vezes ao dia pelo meu cérebro. Sua entrega, o conforto que ela me trouxe. Tudo que aconteceu entre nós, foi surreal.

  Acredito que histórias como a nossa, são bênçãos e acontecem poucas vezes na vida, mas assim como a luz vem, às trevas também e eu me sinto engolido por elas.

  Já fazem exatamente vinte dias que não a vejo, que não saio de casa nem para comprar comida. Tenho medo de vê-la e fraquejar, eu não posso!

  — Rodrigo abra aqui! — As batidas misturadas a voz do padre me fazem respirar fundo. — Rodrigo! — Brada e me forço a levantar da poltrona e ir atendê-lo.

  — Bom dia, André. — Falo ao abrir a porta.

  — Bom dia? Sabe que horas são?

  — Não! — Caminho de volta até minha poltrona. Agarro minha garrafa de whiskey e bebo alguns goles.

  — Sério isso, meu Deus! — Encaro o padre que me olha incrédulo. — Você está se acabando, Rodrigo!

  — Eu não ligo.

  — Deveria! — Ele senta-se no sofá a minha frente. — Você está magro, anêmico.

  Dou de ombros e continuo bebendo. O padre levanta-se balançando a cabeça em negação. Ele esfrega o rosto sem paciência.

  — Vá atrás dela! — Olho rapidamente para ele. — Por que não vai atrás da garota? Sei que está assim por causa dela.

  — Eu… Não posso.

  — Por quê? O que está acontecendo? Sei que você nunca se relacionou seriamente com ninguém, sempre pensou somente na profissão, mas também sei que, você a olhava de um jeito que, nunca olhou para ninguém!

  Respiro fundo, sentindo a inquietação voltando a me dominar.

  — Rodrigo, pelo amor de Deus! O que está havendo?

  — Eu não posso ficar com ela. É trágico, não é cômico… Estraguei a vida dela!

  — Do que está falando?

  — O menino… Que morreu por minha culpa, em São Paulo é irmão dela!

  — Quê?

  — Isso mesmo que ouviu.

  — Mas como isso é possível? Ela morava em São Paulo!

  — O destino a trouxe para cá, e justamente para minha vida. — Sinto meu peito doer, de uma maneira que me mata.

COM AMOR NATAL: UM CONTO DE DE NATALOnde histórias criam vida. Descubra agora