- O que me fez merecer essa honra de dançar com você? - brincou Alec para o loiro. - Não vai querer me dar outra aula de ética, vai?

O Khari riu, levantando as mãos - sem tocar nas do garoto.

- Peço perdão por isso, eu fui um pouco... - tentou achar as palavras. - rude?

Eles giraram.

- Eu diria formal - corrigiu Alec.

- Tenho que admitir, você não é do tipo que leva críticas e não faz nada - comentou. - Eu aprecio isso.

"Você é cruel quando está com raiva, eu gosto disso."

Sua mente voltou para o passado, e ele se xingou mentalmente por isso. Estava dançando com Atlas, esse que o elogiava.

Mas seus pensamentos sempre voltavam para algo - ou alguém - que não deveria.

Casa.

- Obrigado, e eu gosto do seu cabelo - respondeu.

- Me sinto lisonjeado por ter sua atenção e seu elogio - retrucou formalmente, e eles deram os braços, girando no lugar. - Mas eu gostaria de te convidar para algo...

- Que seria? - perguntou o outro, curioso.

Atlas iria continuar, mas sua fala foi interrompida pela a outra mão de Alecsander sendo puxada. Fazendo-o soltar do Khari.

- Você se importa? - perguntou Aemond para o amigo, não realmente esperando uma resposta.

- Não... - respondeu o loiro, derrotado, voltando ao seu lugar.

- O que tá fazendo? - perguntou Alec, tentando não se distrair com o toque em sua mão.

Era diferente do toque de Atlas, era eletrizante.

- Achei que soubesse que isso se chamava dança - ele separou suas mãos, levantando no ar. Alec fez o mesmo, e eles se moveram no salão.

Outros continuavam tão focadas na falsa harmonia, que não interromperam em nada.

- Não seja tão malvado - brincou Alecsander, um beicinho de criança magoado nos lábios. Aemond sentiu vontade de o morder. - Se vai me obrigar a dançar com você, faça meu tempo ser gratificante.

Ele é bom - pensou Aemond, seu olhar focando intensamente no outro. O cheiro bom de pétalas de rosas, doce e amêndoa.

A última palavra o trazendo lembranças de quando o garoto roubou amêndoas cobertas de açúcar no festival.

O platinado trincou o maxilar, seu plano era retirar o olho do cacheado. Mas onde ele estava no momento?

Pensando ou não se deveria deixar a vingança de lado, e o segurar enquanto enfiava a cabeça na curvatura de seu pescoço, para guardar todos os detalhes de seu delicioso cheiro.

Eles deram seus braços, girando juntos em seguida. O platinado ousou encostar seus lábios levemente na orelha de Alec, voltando a falar:

- Aliás, adorei a trança no cabelo - sussurrou e um elogio calmo e sincero, ele se afastou.

Alec sentiu o coração palpitar tão rápido, que poderia jurar que estava morrendo.

- Foi uma ótima dança, ratinho bastardo - passou por ele e voltou ao seu lugar.

O cacheado se forçou a fazer mesmo, não queria demonstrar que isso o afetou.

De uma maneira boa ou ruim.

Era de Aemond que estavam falando, obviamente ele não iria elogiar e não devolver uma de suas provocações.

Sentou em sua cadeira, bem no momento em que Alicent chamou os guardas para levar o rei aos seus aposentos.

O velho não parecia bem, não que ele estivesse antes, mas parecia pior agora.

Alec olhou para Luke, que olhava para o porco que tinha sido posto na frente do platinado.

Lucerys encarou Alecsander, segurando o sorrisinho zombeteiro. O cacheado mais velho também tentou segurar, mas era quase impossível quando se tinha um irmão mais novo que olhando fixamente para ele.

Alec não sentiu vontade de rir de Aemond, mas sim de Lucerys.

Péssima escolha.

O platinado mais velho socou a mesa, levantando em um impulso. Ele segurou a taça e rebateu com palavras:

- Um tributo final - começou, Helaena e Jace pararam de dançar. - A saúde dos meus sobrinhos. Alec, Jace, Luke e Joffrey. São rapazes bonitos, inteligentes...

Silêncio.

- E fortes - terminou.

- Aemond! - repreendeu Alicent.

- Venham, vamos beber em homenagem a esses quatro jovens Strong - continuou Aemond.

- Que admirável, tio. Você conseguiu ver tudo isso na gente com apenas um olho? - rebateu Alec, seu sorriso em deboche.

O platinado apertou a taça, prestes a cair na provocação do cacheado.

- Como eu não poderia notar quatro garotos Strong no castelo? - retrucou.

- Você tem uma visão muito ilimitada, já tentou olhar além dos muros... ou do tampa olho? - fingiu se corrigir, e Aemond caiu na armadilha.

Mas antes disso, Jace também foi junto.

- Repita o que disse agora! - exclamou Jacaerys.

- Por que? Foi só um elogio - o platinado se aproximou do outro. - Você não enxerga assim?

Jace deu um soco em Aemond, que não deu nem um passo para trás. A taça ainda em sua mãos quando ele empurrou o garoto ao chão.

Luke se levantou para ajudar, mas Aegon bateu sua cabeça na mesa.

Gota d'água.

- Fica quietinho - sussurrou Aegon.

- Tenta de novo - rebateu Alec, o puxando para longe de Lucerys, o cacheado jogou o vinho em seu rosto e o chutou para o chão. Seu pé em cima da garganta de Aegon. - Uma tentativa, e eu quebro seu pescoço feito uma galinha - ameaçou.

- Por que diria uma coisa dessas na frente de todos? - Alicent puxou o braço de Aemond.

- Eu só quis expressar o orgulho que sinto da minha família, mãe - respondeu o platinado. - Embora me pareça que meus sobrinhos não sintam o mesmo!

Ele se soltou da mulher.

Os guardas seguraram Luke e Jace, quando se aproximaram de Alec, Daemon interviu.

Os dois mais novos correram em direção do tio mais velho, mas o padrasto Targaryen se opôs.

- Esperem! Esperem! - ele exclamou, se pondo na frente de Aemond.

- Para seus aposentos, todos vocês. Agora! - mandou Rhaenyra.

Alec retirou sua bota do pescoço de Aegon, mas não antes de deixar um leve aperto no lugar.

Um aviso.

O cacheado olharia a sola depois, caso Aegon tivesse sujado seu calçado.

Ele seguiu para o quarto com os irmãos, mas deixou um olhar de diversão para Aemond.

Os jogos começaram.

𝐁𝐋𝐎𝐎𝐃 𝐍𝐈𝐆𝐇𝐓𝐌𝐀𝐑𝐄 ✦ ʜᴏᴜsᴇ ᴏғ ᴛʜᴇ ᴅʀᴀɢᴏɴOpowieści tętniące życiem. Odkryj je teraz