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Mariana 

Olhei pela janela vendo que o dia já estava começando a querer amanhecer. Me mexi na cadeira sentindo tudo doer e resmunguei de dor. Eu tinha pegado no sono aqui mesmo. 

Encarei o Vilão que estava a minha frente e apagado ainda. 

A médica disse que era só o efeito da anestesia passar para ele acordar. 

Ele passou por uma cirurgia para retirar a bala e teve diversas complicações e um dos motivos foi ele ter perdido muito sangue. 

Agora ele pelo menos já estava no quarto, o mesmo que o 2N exigiu que fosse só para ele. 

Vi ele se mexer e não demorou muito pra ele acordar. Ele ficou olhando tudo, maior cara de lerdo. 

Deixei ele na brisa dele até ele finalmente me enxergar aqui.  

Vilão: Tá fazendo o que aqui? — me olhou. 

Mariana: Bom dia pra você também, Vilão, tá tudo bem com você? Porque eu tô ótima. — perguntei irônica — Tá sentindo alguma dor? 

Vilão: Não viaja. Eu tô aqui desde que dia? 

Mariana: Há algumas horas. 2N tá resolvendo esses problemas aí que você sabe qual é, pediu pra eu ficar aqui contigo. Aliás, ele pediu, então eu vou avisar a ele que você já acordou. 

Vilão: Nem precisa, vou meter o pé daqui agora — encarei ele vendo o mesmo puxando alguns fios que estavam nele e se em seguida se sentar na cama. 

Mariana: Você andou usando que tipo de droga? Se liga, você acabou de sair de uma cirurgia, seus pontos vão abrir — me levantei indo até ele. 

Vilão: Nem se mete, pô, vou pra minha casa sim e ninguém vai me impedir não. 

Mariana: Então vai se foder — ele me encarou com maior cara fechada — não vou me preocupar com quem não se preocupa com si próprio, quer ir? Vai — dei os ombros. 

Ele me encarou sem nem se importar, e foi só esse filho da puta descer da cama que eu vi o sangue manchar a roupa hospitalar que ele estava. 

Mariana: Vai tomar no cu, eu te avisei não avisei? — me estressei de vez, maluco dessa idade querendo dar uma de mimado sem noção. 

Abrir a porta do quarto e dei de cara com a Milena, avisei a ela o que havia acontecido e ela entrou no quarto já levando tudo o que precisava. 

Milena: Já acordou causando como sempre em Vilão — falou com ele. 

Me joguei naquele inferno de poltrona e peguei meu celular ligando pro 2N, avisei que o outro tinha acordado e ele avisou que já vinha. 

Nesse meio tempo eu fiquei olhando a Milena refazendo alguns pontos que se abriram, e eu só admirava a forma em que o Vilão só olhava tudo sem nem ao menos reclamar, parecia que ele nem sentia nada. Vez ou outra fazia careta de dor, mas fora isso, ele nem falava nada. 

Ao contrário da Milena, que na sala ela era a única falante, puxava assunto com o Vilão e na maioria das vezes nem respondia ela. Já tava com vontade de segurar ela pelos ombros e mandar ela criar vergonha na cara. Ficar puxando assunto com um cara que não tá nem aí pra ela. 

2N: Coê, tu é pior que criança em filho da puta — entrou na sala batendo a porta e fazendo barulho. 

A cara dele chegar já chamando atenção de todo mundo. 

Vilão: Não gosto de hospital, não tem motivos pra eu continuar aqui, já tô bem — deu os ombros. 

Mariana: Agora... — murmurei baixo e os dois me olharam. 

2N: Vilão é pior que moleque pequeno fazendo pirraça, chato pra cacete. Já sabia que você ia querer ir embora mesmo, trouxe uma roupa pra tu — falou jogando a sacola na direção dele. 

Vilão: mete o pé então que eu vou me vestir. 

Me levantei e nem contestei. Se os pontos dele abrirem de novo vai ser nele mesmo, não é em mim. 

Mariana: Esse garoto é muito chato e teimoso. Puta que pariu. — falei quando ele fechou a porta do quarto. 

2N: Tu não viu nem metade da chatice dele — me encarou rindo. 

Ele ali me perturbando e do nada disse que ia fumar um cigarro lá fora, encarei ele que saiu e só aí que eu reparei que o outro lá tava demorando até demais no quarto. 

Só abri a porta e entrei de uma vez, sem paciência já. Quero ir pra minha casa logo. 

Vilão tirou os olhos do celular e me encarou. A gente esperando o bonito lá fora e ele estava mexendo no telefone.. 

Ele estava já vestido a bermuda, mas estava sem camisa. 

Passei meus olhos no corpo dele e pude ver pela primeira vez as tatuagens que ele tinha por ali, cobrindo toda a área do peitoral dele tinham dois anjos, um com um fuzil na mão e o outro fumando um cigarro. 

Sem contar que todo o braço esquerdo dele era fechado por várias tatuagens. 

E abaixo no umbigo naquela área mais próxima da virilha, tatuada por toda a barriga dele, estava escrito "loyalty".

Voltei meu olhar para o rosto dele e limpei a garganta antes de falar. 

Mariana: A gente já pode ir? — ele concordou. 

Mas sabe quando a pessoa quer te pedir alguma coisa mas tá sem jeito? Ele me olhou com essa cara 

Mariana: eu não mordo não, Vilão. Pode falar... — ri fraco. 

Vilão: Dá uma moral aí — esticou a blusa e eu fui na direção dele. 

Peguei a blusa da mão dele e senti o cheiro de perfume que tinha nela, fiquei no meio das pernas dele e o ajudei a vestir e quando terminei eu percebi que ele me olhou. 

Olhei para ele rápido e realmente confirmei que ele me olhava, fiquei sem graça, ou com vergonha, sei lá. Só sei que eu me afastei de perto dele. 

Mariana: Vamos? — olhei vendo ele concordar. 

Mente de Vilão Onde as histórias ganham vida. Descobre agora