. nonagésimo segundo .

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« I think I'll miss you forever like the stars miss the sun in the morning skies. Later is better than never » [ Ouçam com summertime Sadness ] ps:eu chorei

"Disse-me que tinha uma semana " gritei-lhe.

Desesperava, cada dia um pouco mais.. e mais. As minhas mãos no peitilho da sua camisa demarcavam a minha frustração. Ele encolheu-se contra a parede, procurando uma forma correta de me responder ou acalmar. O meu sangue borbulhava e os meus olhos inchavam, dia após dia, como grandes e vistosas contusões.

" Rapaz, eu não posso ter controlo sobre isto, é uma doença progressiva! Disse-te que precisávamos de avançar o quanto antes "

Os meus flácidos dedos soltaram o tecido quando solucei pateticamente. O meu corpo cambaleou por isso eu estava a recuar. A minha cabeça girava dentro da sua própria diversão de feira que, no final, poderia perfeitamente ser terminal. Tomei o meu tempo, diante da cadeira destinada a um doente. As minhas mãos colocaram-se nela para meu suporte.

" Harry, passaram três dias, como vais resolver isto? Tu deverias procurar uma outra clin-"

" Não pode... " Balancei a minha cabeça. " Esta é... esta é a única no pais que pode ajuda-la, sabe disso tão bem quanto eu"

Não me encontrei ofensivo ou agressivo.

Denotei uma caminhada sua, pelo eco desgastante e graduado. " tu tens quatro dias. Esse é o meu limite e- Harry... rapaz, eu nunca saberei precisar o dela. Todavia, receio que não esteja tão longe assim, lamento rapaz. "

Ele dizia que lamentava, dizia que o fazia de verdade e que se pudesse ajudaria mas ele mente e é odioso. A situação é, em si, odiosa.

O meu organismo entrou em choque com a escolha das suas palavras. O meu peito descia e subia raivosamente, o meu corpo sobreaquecia e os limites experimentavam uma transformação; eles estavam a deixar de ser perspetiveis. O que é que eu poderia fazer? Sentia-me, descoordenado. Tão apático como desorientado e, ainda que entrelaçado por diferentes situações, hipóteses, medos e fúria, encontrei-me diante de uma estupida resolução repetindo a cada minuto um só pensamento: « eu daria a minha vida por ela » . Eu estava a prova-lo fazia três noites e com esta, quatro!

« Tudo o que eu quero para o Natal é que tu fiques comigo »

Recordava-me enquanto progredia até ao exterior, de como o disse, à dois dias atrás na véspera de Natal. O seu tom majestoso completava qualquer espaço por preencher e cobria os meus sentidos deleitando-me, profundamente.

inclinei o meu rosto quando o disse, na véspera de Natal. Estava rendido, de corpo e alma, a cada detalhe do seu rosto, do seu corpo, da sua personalidade. Estava rendido ao seu tom, estava rendido mas não em vão e parecia-me tudo tão bom.

« Bom.. » cantarolei naquele momento. « É só nisso que tenho pensado »

Como poderia pensar noutra coisa que não ela? Amava-a, com cada ponta do meu coração gravemente ferido, amava-a com toda a lucidez que restava e faria qualquer coisa por ela. Tinha a certeza disso enquanto abandonava os limites do hospital no interior do carro de Niall. De certo não se importaria visto que se mantinha, a meu pedido, perto de Bárbara durante a minha ausência.

Não tinha realmente um local onde ir. Nas ultimas horas, tinha perdido a casa, os carros e qualquer peça que me garantisse alguma quantia monetária o que deslocava a minha a mente na direção de um poço escuro e imundo cujo fim não existia. Então, seria uma queda contínua, sem fim, mas que a cada segundo diminuía as chances de poder alcançar a luz, de novo.

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