— Ela é tão bonita. — Lucca disse, com brilho nos seus olhos.

— Deixe-me chamá-la. — Anunciei e caminhei até a mesa onde Scarlett estava sentada.

— Scarlett? — Chamei e ela olhou para mim com um sorriso no rosto.

— A Nessa Carter, pois é? — Ela perguntou e eu assenti.

— Sim e aquele rapaz ali. — Apontei para o Lucca. — é o seu filho.

 — O meu Lucca? — Scarlett perguntou, levantando e eu afirmei com a cabeça. — Ele está um moço.

— E por quê não vais falar com ele? — perguntei e Scarlett segurou a minha mão.

 Caminhamos até a mesa onde Lucca estava sentado e sentamos nas cadeiras em frente a dele.

— Mãe, és tu? — Lucca perguntou sorrindo e ela sorriu limpando uma lágrima do olho direito.

 — Lucca, meu filho... — Ela foi interrompida por um abraço. Um abraço molhado por conta das lágrimas intensas que caiam dos olhos do Lucca.

— Me desculpa por não ter estado contigo esse tempo todo.

— Não precisas pedir desculpa mãe. A culpa não é tua. Nem minha e nem de ninguém, apenas do Richard. — Lucca replicou, limpando as lágrimas da mãe.

— Meu filho, da última vez que eu vi você, tu tinhas apenas dois anos e o teu pai conseguiu a tua guarda.

— Mãe, podes explicar-me ao menos o que aconteceu? — Lucca perguntou.

— Ok. Nos anos 2000, eu conheci o teu pai. Ele era encantador na época, estava com alguns amigos no bar onde eu cantava e quando acabei de cantar ele aproximou-se de mim e quis conversar. Num momento relutei, mas depois de tanto encanto eu não resisti e decidi viver uma aventura com ele. Nos encontrávamos na relojoaria do avô Bennett, o avô da minha melhor amiga, Gwen. Mas quando eu fiquei grávida de você, ele começou a diminuir o afecto. Até que você completou dois anos e ele arrancou-te de mim. Eu tentei lutar na justiça, mas ele disse que além de levar-te para longe de mim, ele destruiria a minha vida profissional. — Explicou Scarlett, limpando algumas lágrimas.

— Mas, ele disse-me que tu estavas morta. Se não fosse a Nessa e as amigas, eu nunca teria encontrado você. — Lucca disse alegre. — Mas finalmente eu encontrei a minha verdadeira mãe.

— Muito obrigada, Nessa. — Scarlett disse para mim e eu sorri.

— Não precisa agradecer. Eu também estaria procurando a minha mãe a todo custo se eu não estivesse com ela. — Eu disse.

— O meu pai disse que queria falar comigo logo a noite. Eu e a Nessa temos que ir, mas foi muito bom falar contigo. — Lucca abraçou mais uma vez a sua mãe e saímos do restaurante.

— Tu estás tão feliz. — comentei e ele gargalhou de felicidade.

— Não imaginas o quanto, meu amor. — Lucca disse, abrindo a porta para mim e eu praticamente paralisei o meu corpo em frente a porta: meu amor. — Nessa? Tu estás bem?

— Sim, sim. — Respondi, ainda meio nervosa e entrei no carro, no banco de trás.

— Menino Lucca, o seu pai ligou, queria saber onde tu estavas. — Anunciou o motorista e Lucca revirou os olhos.

—E  tu denunciaste-me ao meu pai? — Lucca perguntou, fechando a porta.

— Não, eu disse que o menino queria tomar sorvete com alguns amigos.

— Muito obrigado. — Lucca disse para o motorista, batendo os ombros com as suas mãos.

O caminho de volta a casa foi totalmente silencioso, o Lucca beijou-me antes de eu descer do carro e desejou uma boa noite. Eu entrei na minha casa e subi as escadas até o meu quarto.

 Eu entrei na minha casa e subi as escadas até o meu quarto

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Entrei na minha casa alegre. Pela primeira vez a auréola desta casa não mudou o meu humor.

Subi as escadas até o meu quarto e liguei o meu rock num volume bem alto. Troquei de roupa, vesti um calções preto e camisa branca com caveiras, tirei o meu colar e coloquei um par de meias pretas.

Deitei-me na cama com o meu exemplar de Hamlet, e fiquei lendo até escutar a porta do meu quarto sendo batida.

Levantei-me da cama e desliguei a música, abri a porta e meu pai entrou no meu quarto.

— Filho, como tu estás? — meu pai perguntou e eu arregalei os meus olhos.

— Eu estou bem, pai. — redargui, fechando a porta e lancei-me na cama. — E o senhor?

— Eu estou bem meu filho, ótimo demais até. — ele respondeu, olhando para a janela.

Algo estranho vindo dele.

— Sabes, eu sempre amei a tua mãe. — Meu pai  confessou e soltou um longo suspiro. — Quando a conheci era como se tivesse encontrado o meu baú de tesouro no fim do arco-íris. Ela era tão doce e delicada, mas não tinha como eu ficar com ela, a Nicole e eu já estávamos casados e os nossos pais queriam a união entre as nossas famílias. Tentei lutar pelo meu amor com a tua mãe, mas colocaram-me uma condição: ou vivo na miséria com a tua mãe, ou, uma vida totalmente estável e calma com a Nicole. Eu obviamente escolhi a vida estável pois a tua mãe estava grávida de você. Quando você nasceu, eu fiquei imensamente feliz, pode não parecer pelos meus atos, mas você é o meu filho favorito, eu fiquei orgulhoso de mim, por ter tido um filho com o amor da minha vida. — Meu pai olhou para mim e sorriu. Primeira vez que eu via um sorriso dele para mim. — A Scarlett não queria que eu convivesse contigo por estar casado com a Nicole, mas eu também não queria estar longe do meu filho querido. Então lutei pela tua guarda e fiquei com você, ela tentou, mas Nicole a ameaçou e depois disso, fiquei a criar-te, mas sempre que acontecia alguma coisa entre mim e os teus irmãos, Nicole dizia que eu sempre dava atenção ao filho de fora e não aos dentro. Eu juro para você meu filho, que não foi realmente a minha intenção criar-te dessa maneira, foi apenas para o teu bem, pois eu amo-te muito.

— Pai tu me amas? — Perguntei indignado. Aquilo sim, que era novidade. — Eu nunca sai fora dessa casa para ir ao parque contigo ou tu me deixares na escola. Nunca fui numa lanchonete numa manhã de domingo após ter caído inúmeras vezes tentando aprender a pedalar uma bicicleta. Eu senti a tua falta esses anos todos, mas a Stacy, ela não sentiu, nem me fale do Brunno.

— E por isso que eu estou pedindo desculpas meu filho. Pois não foi realmente a minha intenção fazer-te isto. — Neu pai disse, limpando uma lágrima do seu olho direito e uma luz apareceu atrás dele.

Toda aquela energia negativa que eu sentia nessa casa desapareceu, a auréola do meu pai finalmente estava limpa e cintilante.

— Pai, eu perdoo-te. — falei, levantando-me da cama. — Agora, ao menos posso abraçar-te?— perguntei e o meu pai abraçou-me. Senti o amor que ele nunca havia me dado nesse abraço. O carinho e atenção que tanto falhou a partir dele.

Finalmente pude sentir o famoso amor de pai. De ter o meu pai por perto, eu pude sentir o que é ter um pai!

Enviado Pelo CupidoKde žijí příběhy. Začni objevovat