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Violet me empurrou para o chão de forma violenta e demorei a entender o motivo, porque perdi a noção depois de ouvir o barulho. Congelei. Nunca pensei que pudesse ser pega de guarda baixa.

— Não a encontrei, senhor — ela respondeu de forma firme, abaixando o olhar; o fez para de forma sutil, me encarar, como uma súplica de que eu não me mexesse.

— Isso é estranho — a voz se fez presente. Não era Jinx, ou qualquer outro conhecido dela que também já tivesse falado comigo, o que começava a me preocupar. Com o que ela tinha se metido dessa vez? Ou melhor... Com quem? — Ouvi dos outros que ela estava sendo atraída pra cá... Por você. O que não funcionou no seu plano, VI?

A identificação era um nome romano, não o apelido dela. Eu olhei e a encarei, tentando buscar uma explicação. O plano, desde o início, era me atrair até ali? Ela estava brincando comigo ou o quê? Agora, no meio do caminho, ela tinha decidido me defender?

Peguei minha arma e usei para bater na perna dela com força, me jogando para trás, rolando na direção de um latão que havia no canto. Estava agindo para me proteger, mas também por raiva. Uma mulher com raiva é uma mulher perigosa. O grunhido de dor que ela deu não me atingiu. Meu peito estava doendo mais do que qualquer golpe. Queimava, e eu pensei que o ar poderia faltar. Havia desespero na voz dela quando tentou respondê-lo de novo.

— Caitlyn, você precisa sair daqui — ela disse enquanto parecia parar no ar um soco que o cara tentava lhe dar. Provavelmente ele não estava sozinho e era isso que ela queria dizer, mas eu ainda estava ferida, com raiva; não iria sair dali até poder dar-lhe uma boa bofetada no rosto, nem que isso custasse a minha maldita vida.

A luta deles virou algo frenético e eu ouvia passos apressados por todos os lados, tentando ir parar ali. Outra risada cínica, mas essa, eu conhecia. Me encolhi atrás do lugar onde eu havia me escondido, tentando não ser vista. Àquela altura, sabia que o lugar estava sendo revistado pelos outros capangas do sujeito.

— Minha nossa... Vocês são tão bobinhos. Ainda não olharam pra cima? — Ela riu outra vez, atirando jatos coloridos que pareciam fumaça, mas tinham um cheiro horroroso que me fez tossir — A Chapeleira é uma chata, mas a minha irmã gosta dela. E ninguém vai machucar a minha irmã hoje. Tentem novamente outro dia, talvez eu esteja de mal humor. Not today!

Ouvi tantos sons de tiro que meus tímpanos pareciam explodir. Soltei um grito estridente e Vi se jogou por cima de mim, na tentativa de me proteger. Ouvia alguns murmúrios de desculpas que eram da parte dela, mas estava tonta demais pra discernir o que era real e o que era fruto da minha imaginação. Eu não me perdoaria se ela se machucasse, mas a culpa era toda dela.

Não sei como saímos de lá. Só sei onde acordei.

Estava no meu quarto e havia um pedido de desculpas pichado no espelho. A letra parecia infantil, mas a tinta era de cor azul, e essa cor eu conhecia bem.

Dizia "SORRY".

Procurada: VIIOnde histórias criam vida. Descubra agora