Wickedness

Camila

— O que pensou que ia conseguir com isso? Evitar que eu seguisse com a minha vida me prendendo a porra do seu negócio? - Seu questionamento de sangue quente era tremendo, Dinah apertava com força seus pulsos, a empurrando para afastar de Normani enquanto a mulher se realinhava para se colocar de pé, em uma posição menos vulnerável do que sentada olhando a latina se debulhar em cima de si em raiva.

— Ela interferiu no meu negócio, você fazia parte do produto, não é como se não soubesse. - Normani tentava suas alegações a serem compreendidas, mas Karla não se deixava levar por sua opinião manipuladora, não era o que de fato acontecia para que ela fosse usada como um produto que ela detinha poder.

— Você mexeu com a pessoa errada, não é dona da porra da minha vida, eu faço o que desejo, isso sempre foi o que aleguei desde que cheguei aqui!

— Eu dei tudo o que tem até aqui, todo o dinheiro para comprar um apartamento em tempo recorde, clientes e um negócio, não seja uma ingrata! - O retruque raivoso da cafetina potencializava as sensações para a latina, que não conseguia se conter no lugar.

— Vá se foder se eu não fosse uma tremenda gostosa nada disso seria possível, assim como está penando para conseguir colocar Sofia na porra do seu eixo, eu sou o que você tinha de maior valor, e por decisão minha eu saí disso, se voltar a tocar em Lauren ou a se enfiar na minha vida eu te denuncio no primeiro momento pra polícia, vai fazer a droga do seu negócio na cadeia sua desgraçada e não vai respingar um centímetro sequer em mim porque você sabe quem eu tenho do meu lado agora, ela nunca me deixaria ser presa! - Seu indicador apontava adiante em promessa eterna, empurrou Dinah para que ela a soltasse. Karla se foi pisando depressa sobre os saltos, seu corpo irritado e a mente à milhões.

Ao entrar em casa novamente procurou seu telefone, ligando para Lauren de imediato, não importava que fosse tão tarde e que ela já tivesse dormindo em repouso, sua necessidade em saber o que havia acontecido parecia superar aquilo. Porém a mocinha da igreja não atendeu, tocou tantas vezes que mal podia contar entre suas tentativas.

Entre as tentativas, decidiu-se, caminhando para o quarto de Juan ela se aproximou da cama, se curvando para abaixar do lado dele, sabia que ainda era madrugada e que as coisas ficariam confusas para uma criança entender entre o caos.

— Juan... acorde... - Pediu baixinho, tocando em seu ombro para que ele se movesse. Ele demorou alguns segundos até reagir a seu contato, seus olhos confusos na feição dela que o olhava de pertinho.

— Vamos trocar de roupas? Temos que ir a El Paso. - Ele achou por um segundo que ainda estava dormindo, os olhos se fechando tentando entender o que acontecia, mas ela tocou em seu ombro em incentivo que pudesse levantar.

— Temos que resolver algo na igreja, vamos ver seus amiguinhos. - Sua dose de incentivo pareceu ter mais efeito no garoto que se moveu sonolento, se levantando para que pudesse ajudá-lo a se trocar. Tudo o que ela tinha em mente era resolver a confusão, não estava em seus planos que Lauren modificasse as coisas mais dali em diante.

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Lauren tinha uma sequência de semana difícil de sono, seus olhos perdidos no celular ao seu lado no colchão, sempre acorda no início da manhã, pertinho das 4 da manhã perdida em pensamentos. Seus olhos viajaram pelas ligações perdidas, deixando o celular de lado ao imaginar os motivos para que ela a ligasse naquele início de madrugada.

Seu alívio era não ter visto a ligação no momento que havia acontecido.

Era complicado que colocasse sua família no caminho dos problemas novamente depois de tanto tempo, não desejava que as coisas acontecessem como aconteceram no passado, era o maior motivo para que se mantivesse afastada, imaginando que entre suas tentativas a latina iria desistir em breve, sabendo que o fato de deixá-la implicava que voltaria a fazer o que fazia em Houston, os atos ilícitos para conseguir dinheiro fácil enquanto cuidava de uma criança que não tinha nada a ver com a situação.