194

45.1K 3.6K 645
                                    

|| Henrique Martinez Mendes ||

Abri a porta da sala de reuniões e me sentei na cadeira da ponta, colocando minha pasta em cima da mesa

— Acho que já podemos começar. - O delegado falou se levantando — Primeiramente, boa tarde a todos.

Boa parte de quem esteva na sala respondeu ao boa tarde, eu não fui uma das pessoas.

— Pra começar a reunião, já vamos informar as atualizações. - O delegado da PC informou se levantando também — Um dos nossos informantes foi realizar uma entrega de mercadoria com o JV e acabou ouvindo coisas.

JV era o cara que estávamos procurando

— Eles vão pro interior dia 10, tem uma carga de armamento militar chegando pra eles por lá, e o JV vai ir junto.

Ergui as sobrancelhas, desconfiando do assunto

— Como ele conseguiu ouvir isso?

— Os dois estavam conversando e ele chegou, vendo que eles estavam conversando, permaneceu em silêncio ouvindo a conversa.

— E qual a probabilidade de ser uma armação? - Argumentei soltando meus braços — JV não é bobo, sabe que a polícia do Rio inteiro tá atrás dele, qualquer passo infalso ele cai. Por que ele sairia de onde ele está protegido?

Eles se olharam e eu esperei pela resposta

— Ele pode ter armado essa conversa, exatamente pra ver quem é o infiltrado, se realmente tem algum. - O Daniel continuou o raciocínio

— E eles com certeza vão mandar uma "equipe" pra receber essa carga. - O Daniel disse — Mas e o morro?

Bati na mesa, estourando de ideias quando lembrei das minhas anotações

— Qual foi o infiltrado que ouviu isso? - Perguntei pro delegado da PC

— Policial Barreto. - Me respondeu e eu ri jogando a cabeça pra trás

— Dia 10 ele precisa sair do mapa. - Falei puxando a folha na qual anotei que tinham chamado o Barreto pra uma conversa suspeita

Joguei a folha pro outro lado da mesa e eles pegaram a mesma lendo

Na conversa o JV perguntava o que ele tinha ido fazer ali, se tinha família, se tinha algum conhecido morando no morro

Ele não faz essa porra com ninguém

Não depois deles já estarem atuando pelo crime do lado deles.

— Filho da puta! - Jogou a folha da mesa — Ele sabe então.

— Talvez ele apenas desconfie. - Passei a mão no rosto — Jogou a informação pra ver o que vai acontecer.

— A gente mandar um esquema pra ir nessa informação, pode acabar com a vida do Barreto. - Outro policial da PM falou.

— É por isso que a gente vai precisar do Teixeira. - O André falou — Ele vai ter que ter toda a confiança lá dentro.

— Se o Teixeira conseguir informações contrárias, que sejam de fato as importantes, a gente consegue montar alguma coisa e chegar em algo.

[...]

2 dias depois. [5 de fevereiro, 00:49]

— Realmente vai ter esquema no dia 10, no interior. - O Teixeira informou no rádio, que estava ligado pra toda sala ouvir na nossa central de informática. — Mas é coisa pequena, não é armamento militar, vai ser importação de coisas da china, que eles encaminham pros camelodramos. Vai ir gente deles sim, então ainda é vantajoso mandar uma equipe pra lá.

— E o JV?

— JV já sabe que o Barreto é infiltrado, tem certeza disso. Falou na reunião agora a pouco - Suspirou — Vão matar ele no dia 10 pela tarde e mandar pra delegacia, essa é a intenção, ele precisa sair daqui o mais rápido possível.

— E aonde ele vai dia 10? - Perguntei

— Pelo o que eu sei, ele vai fugir por BH, e vai subir até a amazônia, e de lá....Só Deus sabe o caminho que ele vai fazer.

— Tem total certeza que só vão atrás do Barreto dia 10? - O delegado voltou a perguntar e ele concordou

— Só dia 10, ele tá enchendo o Barreto de informações incorretas pra tirar vocês da reta e conseguir passar tranquilo pra fora, independente do caminho que ele tome.

Pegamos mais algumas informações com ele e foi o suficiente pra montarmos a operação

— Então é isso. - Falei ficando de pé e cruzando os braços, atraindo a atenção pra mim — Dia 10, nos separamos em duas equipes. Uma parte sai às 16h pro interior pra estar prontos pra quando eles chegarem lá às 3h, e a outra metade se divide em ir pro aeroporto, rodoviária e as divisas.

Separei meu pessoal do COT, deixando 4 pra operação do interior, 4 pra rodoviária e mais 4 pro aeroporto, enquanto eu, o André e o Daniel iríamos fechar a divisa

O delegado da PM e o da PC também separaram as equipes, deixando assim, tudo preparado pro dia 10.

Iríamos avisar a PRF dia 9, pra nenhuma informação acabar sendo vazada

Passei a mão no rosto cansado e me retirei de sala, pegando meu celular do bolso

—————————
W H A T S A P P
—————————

amor

H.M: terminei a reunião agora
H.M: tá acordada ainda?
H.M: se não vou pra casa

Enquanto organizava minhas coisas, esperei pela resposta da Valentina, que não veio

Imaginei que ela já estivesse dormindo, então apenas segui meu caminho pra casa

l. Melhor Parte de MimOnde as histórias ganham vida. Descobre agora