Prólogo ✓

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(Olá meus amores, iniciamos aqui nossa jornada por SEAP, espero que gostem...)

Anne era apenas uma menina de 7 anos, com inúmeros sonhos e bonecas espalhados pelo chão. De uma imaginação única, vivia pela casa criando cenários e brincadeiras que somente ela entendia.

E juntamente com seus sonhos, se encontravam o de encontrar seu segundo príncipe encantado.

Aquele mesmo, no cavalo branco, que todas as meninas sonham. Ela procurava pelo segundo príncipe, pois sempre dizia que sua mãe era uma linda princesa e seu pai era um príncipe. Sua mãe lhe dizia que o correto seria que ela fosse a princesa, já sua mãe a rainha, mas a ruiva retrucava dizendo que sua mãe seria rainha apenas quando fosse bem velhinha.

Mas ela sequer poderia imaginar o que o destino lhe reservava. Com ela seria diferente, não existiriam príncipes, nem tão pouco cavalos brancos.

Existiria medo, dor e muito sangue. Seu coração seria quebrado inúmeras vezes, sem que a menor pudesse fazer absolutamente nada para se defender.

Teria todos os sonhos quebrados e jogados no lixo de uma só vez, toda a sua vida mudaria de uma maneira que não se deve desejar nem ao seu pior inimigo.

Anne sempre teve um lindo sorriso, e era muito educada. Sua mãe era muito amorosa, lhe fazia belos penteados para que fosse a escola, porém um pouco ausente por conta do trabalho, Fabiela era o seu nome.

Em uma bela tarde de outono, a ruiva se encontrava brincando com suas bonecas como sempre fazia aos sábados a tarde. Mas algo desde o amanhecer afligia seu pobre coração, um medo súbito lhe abateu, mas ela não entendia o por que, e na realidade, ninguém entenderia.

Sua mãe havia acabado de sair para o trabalho e seu pai estava na sala assistindo ao futebol. Minutos depois chegaram dois amigos seus para acompanhá-lo, começando assim a rotina de sempre, regada a bebidas, petiscos e muitas palavras de baixo calão.

Fabiela só voltaria para a casa às 21h e ainda mal passavam das 17h, que era o horário do banho de Anne. Ela sempre foi muito independente, e para ajudar a sua mãe, foi aprendendo a se virar sozinha.

Quando o relógio marcou 17h exatas, a menor começou a juntar seus brinquedos e organizou suas coisas para tomar seu banho de banheira no quarto de sua mãe.

Os minutos se passaram, e após o término do jogo os amigos de seu pai haviam se retirado do local. Então a ruiva percebe que seu progenitor se encontrava na porta do banheiro lhe observando.

—Papai? —pergunta a menor exalando inocência —O que o senhor faz aí parado? —o olha sorrindo.

—Nada meu bebê, estou apenas te observando, você está cada dia mais linda —fala enquanto se aproxima lentamente.

—Obrigada papai —sorri com seus olhos brilhando.

Ela se lembra de sentir algo estranho quando seu pai lhe tocou o corpo de modo tão íntimo.

E isso só avançava, a cada dia tudo piorava. Anne nunca mais brincou de bonecas, nunca mais se viu seu lindo sorriso, nem jamais a veriam na pacata cidade de Ouro Preto/MG.

Assim que completou 15 anos, pediu para sua mãe lhe deixar morar com sua tia Saly no Rio de Janeiro. Fabiela não entendia o porquê de sua amada filha querer ir embora, porém a sua felicidade era o mais importante para ela, e se morar com sua tia em outra cidade era o que faria a sua felicidade, que assim seja.

Ela sonhava que sua filha fosse livre, livre como ela nunca pode ser, mas não deixaria que por suas escolhas erradas sua filha sofresse com as consequências.

Queria que ela fizesse amigos, saísse, se machucasse, errasse como todo adolescente erra, e que voltasse correndo para os seus braços chorando ao ter seu coração quebrado pela primeira vez.

Fabiela faleceu aos 39 anos, menos de um mês após Anne ter ido embora.

Seu pai tentou se reaproximar, mas a ruiva o ameaçou com uma faca e com a ajuda de sua tia postiça, conseguiu por fim se ver livre daquele que tanto a fez mal.

Mas uma certeza lhe atormentava todos os dias, pois tinha plena convicção de que seu pai havia assassinado sua mãe.

Era somente disso que Anne se lembrava, parece que existia um bloqueio que a impedia de recordar o que aquele monstro havia feito com a mesma, mas na realidade ela não queria se lembrar.

x-x

(Eai meus amores, gostaram? Se sim, comentem, deem estrelinhas e divulguem bastante, beijos e até o próximo.)

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Se Entregando Ao Pecado (EM REVISÃO)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora