Presídio feminino de New York
Seu corpo foi lançado com força para a frente, fazendo-a quase cair antes de conseguir se equilibrar. Seus olhos Azuis percorreram a extensão de todo o pátio, analisando meticulosamente todas as garotas do local. Kate pôde perceber que andavam em bandos, e que ela aparentemente era a carne nova no pedaço, pois todos os olhares estavam focados nela.
Enormes cercas elétricas era coladas com paredes quilométricas. Havia câmeras de segurança por todos os lados e os uniformes laranjas se destacavam entre os marrons e brancos. Policiais femininas rondavam por ali, prestavam atenção em toda e qualquer aproximação estranha que poderia ser uma possível briga.
Kate não deixou de notar que, em algum momento, todos abaixaram a cabeça quando uma mulher de pele extremamente clara e de cabelos loiros passava por elas. Curiosa como costumava ser, Kate jamais baixou o olhar, vendo a loira subir na arquibancada, feita de ferro e madeira, e se sentar.
A loira percorreu o olhar pelo perímetro, contudo, ele parou em Kate. A expressão solene entregava que ela não queria que a olhasse, mas algo na garota a prendia.
- Bishop? Estou te chamando! - O grito da policial fez Kate pular de susto.
- Desculpe, eu não te ouvi. - Pediu, vendo a policial de roupa azul escuro, lhe fitar seriamente.
- Eu não costumo dar avisos para as presidiárias novatas, mas vi que ficará um bom tempo aqui, então sugiro que não a encare. Ela não gosta. - A policial falou e Kate assentiu, dando uma última olhada para a garota antes de ler o nome no crachá da policial.
- Em que posso ajudar, senhorita Maximoff? - Kate perguntou e a policial apoiou sua mão direita sobre a arma em sua cintura.
- Tem visita para você, me acompanhe. - Ela disse, prendendo as mãos de Kate em suas costas e a levando dali.
- Visita? Sabe quem é? - Kate indagou.
- Não sou sua escrava, detenta. Da próxima vez descubra por si só. - Wanda disse friamente. - Nem todas as policiais aturam essas perguntas. Algumas são realmente más, então procure não falar com elas. - A policial alertou. - Enfim, é sua advogada e sua irmã.
- Obrigada pelo conselho. - Kate disse. Caminharam o resto do caminho em profundo silêncio e quando finalmente chegaram, a advogada fez questão de deixar que soltasse Kate das algemas e assegurava que ela não era perigosa.
- Por onde esteve? - Kate perguntou assim que a policial a soltou e se afastou. Sua irmã correu para seus braços e a abraçou fortemente.
- Eu realmente quis tirar férias do mundo. A assistente social de Judie que conseguiu me contatar através de um amigo. - Falou, se separando do abraço.
- Judie ficará com você? - Kate perguntou e Sofia suspirou, assentindo. Judie era filha de seu irmão mais novo, ele havia tido ela muito novo, porém a mãe da criança morreu na mesa de parto logo após o nascimento da menina, desde então Kate que ajudava a cuidar da criança, junto com Eleanor.
- Sim, não pude acreditar que mamãe fez isso. - Sofia disse paralisada, prendendo o choro. - Ela nunca havia feito nada mais do que nos agredir, mas isso há muito tempo. Nós deveríamos ter..
- Hey...- Kate disse, segurando sua mão e olhou de relance para a advogada, que mantinha a cabeça baixa esperando o momento íntimo delas acabar. - Não dá mais para mudarmos isso, é melhor não nos machucarmos dessa forma. - A mais nova assentiu cabisbaixa. - Como você está?
- Como eu estou? - A irmã dela perguntou incrédula. - Você é que foi presa injustamente, não eu. Como você está? - Kate suspirou.
- E, mas você também perdeu um irmão.
- Você não precisa ser tão empática o tempo inteiro. Eu estou me virando aqui fora e eu vou te tirar daqui. - Sofia disse com determinação. - Essa é nossa advogada, Bruna, perdão não lhe apresentar antes. - A mulher estendeu a mão para Kate e apertou de modo formal.
- Temos boas e más notícias para você, senhorita. - A advogada anunciou. Kate analisou que ela vestia um conjunto social cinza, com uma blusinha branca por baixo. Sua saia batia um pouco acima do joelho e sua expressão séria.
- Diga qualquer uma primeiro, pior do que estou, só morrendo. - Kate disse dando de ombros.
- Certo. A boa é que ainda nessa semana juntaremos provas o suficiente para te tirar daqui. - Bruna disse, apoiando as duas mãos sobre a mesa de alumínio. - E a má é que, embora sejam uma família rica, a juíza decretou o próxima audiência somente em seis meses. - Os olhos de Kate se esbugalharam.
- O quê? - Exclamou atônita. - Vou ter que ficar seis malditos meses aqui?
- Infelizmente o julgamento já foi finalizado e para reabrir o processo a fila é enorme, é fim de ano, temos poucos juízes neste estado, teremos que esperar. Não posso oferecer dinheiro, seria suborno. - Kate levou as duas mãos até seu rosto e meneou a cabeça, aflita demais para processar a informação.
- Virá me visitar com frequência? - Kate indagou à sua irmã.
- Vou dar meu melhor, com isso das papeladas da Judie e meu trabalho, você sabe... - Sua frase morreu, contudo, Kate assentiu.
- Se não conseguir vir em menos de três semanas, pode me fazer um favor? - Sua irmã assentiu. - Compre um unicórnio enorme de plástico para nossa sobrinha. E o que ela me pediu de aniversário. - Kate disse tristemente. - E diga que foi presente meu.
- Tudo bem, agora precisamos ir, mas se cuida, maninha. - Sofia disse, dando um rápido abraço em Kate. - E se mantenha fora do alcance das garotas daí, são perigosas. Não diga a ninguém que você é rica e tudo ficará bem. - Kate assentiu e se despediram.
Quando a policial lhe colocou no pátio novamente, a primeira coisa que Kate notou foi o par de esferas verdes sobre si e, instantaneamente, o aviso da policial Maximoff soou em sua mente: "Não a encare, ela não gosta."
Se não gosta, então por que fica encarando também? Pensou Kate, mas desviou os olhos mesmo assim, afinal, não queria brigas, muito menos em seu primeiro dia ali.
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Até o próximo capítulo!
- Xoxo
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Presa Por Acaso
FanfictionO que você faria se, por um golpe do destino, você fosse presa mesmo sendo inocente? Kate Bishop não se assustou tanto quando foi mandada a julgamento, afinal sua família tinha a contabancária transbordando dinheiro o suficiente para pagar o melhor...