Softcore

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Daiki acordou com cutucões insistentes em suas costas, despertando levemente assustado ao se deparar com Yonjin ao lado da sua cama, o chamando praticamente aos sussurros.

— Caiu da cama de novo, Thomas? – O Hirai falou ainda sonolento, acostumando-se aos poucos com a claridade do pequeno abajur que ficava ao lado da cama e que foi aceso pelo mais novo.

— N-não, só não estou conseguindo dormir direito. – O Park hesitou, mas continuou a sussurrar, como se estivesse contando um segredo que ninguém mais pudesse ouvir. — Tive um pesadelo com meus pais. Eles estavam brigando muito feio e no final os dois foram embora, me deixando sozinho pra sempre. – O mais novo confidenciou seu medo para o melhor amigo, esse que a essa altura já se encontrava sentado na cama e escutava com atenção o mais novo, enquanto coçava levemente os olhos para se acordar.

— Eu já tive um sonho bem parecido com esse seu e também fiquei muito assustado. – O pequeno japonês imitou o amigo ao sussurrar, espalmando as mãos no colchão para que ele pudesse se sentar também. — Mas depois de um tempo eu percebi que as minhas mães continuavam aqui, apesar de tudo... – O Hirai deu uma rápida pausa — O tio e a tia jamais te abandonaria, e mesmo se fizessem, eu e minha omma ainda estaríamos aqui pra você, certo? Sozinho você não fica. - Daiki sorriu genuinamente para o menor, que parecia mais calmo.

— É, acho que sim... – Yonjin falou um pouco inseguro, começando a se convencer sobre o que o Hirai falava. Afinal, aquilo não passava de sonhos, e isso não queria dizer que iria acontecer de verdade.

— Você já escolheu em qual clube entrar? – O Park então mudou drasticamente o rumo do assunto para algo mais interessante e agradável para ambos, disposto a esquecer sobre os pesadelos que às vezes o perturbava.

Seoul Elementary School aquele ano liberaria a participação dos alunos do fundamental para entrarem em clubes específicos e participarem de competições escolares. Geralmente aqueles clubes eram levados mais a sério pelos alunos do ensino médio, mas a diretoria achou que seria interessante a ideia das crianças já começarem a praticar e entender o novo sistema de clubes que havia sido implementado dois anos antes.

— Acho que minha kaasan iria gostar que eu entrasse no clube de dança, mas ainda estou pensando... Eu gosto muito de nadar, então o clube de natação é muito interessante também. – O Hirai falou nostálgico ao se lembrar de quando nadava quase todos os dias, mas ao olhar para a mesinha ao lado e visualizar a pequena bombinha que agora o perseguia, ele se lembrava do porquê de ter parado.

Depois ele teria que conversar com suas mães pra ver se tinha alguma chance dele conseguir voltar a praticar o esporte.

— E você? Já sabe o que vai querer?

— Appa queria que eu entrasse pro clube de futebol... mas fiquei sabendo que tem um clube de coral bem legal, então talvez eu vá pra lá.

Os dois garotos ficaram mais algum tempo conversando trivialidades sobre os clubes e a escola no geral, chegando até a falar sobre a Im, que agora meio que fazia parte do grupinho deles. Ficaram nessa até finalmente pegarem no sono e descansarem o restinho da noite.










O quarto levemente escuro pelas cortinas recém fechadas encontrava-se no mais puro silêncio naquele momento.

Já de manhã, Momo despertou atordoada, e por meio segundo se questionou onde estava. Até que flashs da última noite passaram rapidamente por suas memórias, trazendo-a de volta para a realidade.

Na noite anterior, o desespero pelo contato alheio foi tanto que sequer cogitaram a possibilidade de irem para a residência da mais velha, tendo em vista que o apartamento da coreana era consideravelmente mais perto de onde estavam.

A professora do meu filho - SaiDahMo (samo,dahmo,saida)Onde histórias criam vida. Descubra agora