1. Negócios

24.8K 939 53
                                    

Acordei com o toque do despertador, na verdade eu não usaria a palavra acordar e sim a palavra susto. Que merda, aquilo não era um despertador, era um terremoto em forma de eletrônico.

Sentei-me na cama tentando abrir os olhos, me estiquei para pegar uma liga sem sair da cama, amarrei o cabelo e me espreguicei.
Escutei baterem na porta do quarto, presumi que fosse a empregada.

— Entre! — Eu estava com os olhos fechados espreguiçando-me ainda, achei esquisito ela não falar nada. Escutei uma risadinha familiar. Meu Deus, abri os olhos e me cobri com o lençol rapidamente, eu estava só de lingerie.

— Que porra é essa? — Perguntei, Dominic deu aquela risadinha sexy enquanto eu estava toda "empacotada" No meu lençol.
— Pensei que estivesse vestida! — Presumiu rindo de canto — Quer dizer que deixa a empregada entrar enquanto está só de calcinha e sutiã?
— É uma senhora de 60 anos, não vejo nada demais nisso, ela só entra, pega as roupas (que aliás estavam espalhadas pelo chão) e sai voltando depois para arrumar o resto.

Ele me olhou com malícia — Por que que eu estou me justificando? — Questionei.
— Quando na verdade eu deveria estar pedindo uma explicação plausível pra você entrar assim no meu quarto.

Ele olhou para um lado e para o outro tentando lembrar-se o motivo de penetrar o meu quarto — Anda logo Nick!
— Eu acabei esquecendo! — Ele riu e continuou a me olhar, droga.

Levantei-me da cama enrolada no lençol.
— Lingerie? — Perguntou sútil  — Pensei que dormisse de sei lá, babydoll! — Completou.
Caminhei até o banheiro e Dominic continuou lá, eu estava esperando que ele se tocasse e saísse do quarto.

— Não quando tenho companhia. — Falei irônica — Bem? — Perguntei mirando o olhar na porta. Ele me fitou fazendo uma expressão confusa.
— Está bem... já vou sair. — Disse sorrindo e prolongando um pouco sua estadia. Lancei um olhar claramente furioso e ele entendeu o recado.
— Já estou saindo — Disse frustado abrindo a porta e saindo do quarto.

Dominic era meu melhor amigo e braço direito, tínhamos morado nas ruas juntos e eu o considerava um irmão. Andrea também o tinha adotado, era um homem extremamente sexy e atraente.
Seus 1.92, as feições do rosto e corpo musculoso chamavam a atenção de qualquer uma, seu cabelo vinha até a nuca e seus olhos claros eram penetrantes. A barba rala só lhe dava um ar de mais masculinidade e todo esse lance de "testosterona".

Eu não pretendia demorar muito no banho então achei melhor tomar uma ducha, a banheira ficava pra mais tarde junto com o vinho. Sai do banheiro só de roupão e fui até o closet. Tirei uma calça de coro preta, uma blusa tomara que caia branca e uma jaqueta com alguns spikes, jeans escuro.

Meu celular tocou, fui correndo atender. Era Nádia, minha prima adotiva e também minha melhor amiga.

— Fala Vadia, o que manda?  — Atendi "simpática" como sempre, fiquei parada em frente à sapateira decidindo qual salto eu usaria no meio de tantos.
— Oi cadela, tudo bom? — Me perguntou.
— Estou bem, ainda está em Chicago? — Perguntei pegando meu scarpin azul e apoiando-me na parede para colocá-lo.

— Não mais, estou quase chegando em Nova York, rola uma noitada hoje? — Questionou-me.
— Claro, porquê não?!
— Ainda bem, achei que a mafiosa andava ocupada demais pra se divertir com a melhor amiga. — Ela disse ironizando.

Nádia era um ano mais nova, eu tinha vinte e três e ela vinte e dois. Seu pai cuidava dos negócios da família na Italia e como Nádia era a garota problema, ele tinha lhe enviado-a para Nova York afim de que ela desfrutasse dos "laços familiares" dos Santori e assim aprendesse a se manter na linha.
O que em pratica não funcionava já que nem eu conseguia me manter na linha.

I Livro Mafiosa (Sem Revisão)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora