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Há um tempo atrás deixei uma lacuna vazia em uma das lembranças e hoje me deu uma leve vontade de contar pra vocês.

Ela é praticamente o inicio da minha era iludida, pouquíssimo antes de que ele se declarasse pra mim pela primeira vez, e provavelmente pouco depois de ele realmente começar a gostar de mim. Acho que eu ainda acredito que ele gostou de mim a partir disso.

Como vocês já sabem que eu e ele tínhamos vários amigos em comum, é necessário citar que o meu (Ex) Melhor Amigo daquela época também era um desses amigos em comum, digamos que era esse meu amigo que me acalmava e me dava "esperanças", escutava/lia minhas deprês, etc.

Assim que as nossas aulas começaram, eu estava meio em crise com essa minha amizade por motivos de (eu tinha motivos e ponto). E certa tarde chata da escola eu estava no Face quando esse meu amigo (Vamos chamá-lo de Gumball! OK?), o Gumball veio conversar comigo, dizendo que tava incomodado por a gente passar tanto tempo sem se falar (3 dias... Atualmente estamos a um ano, mas tudo bem, isso passa!) e perguntou se eu queria dar um rolê com ele, conversar, pra reatar a amizade e coisas do tipo... Só que a proposta era no fim de semana. Entenderam o problema? Pois, eu simplesmente disse pra ele que ia ver com o fulano (estou afim de criar nome pra todo mundo, então Ele, o Ele da história, o Ele motivo disso tudo vai se chamar Peter. Porque eu quero!), enfim, eu disse que iria ver com o Peter se nós teríamos aula nesse final de semana, ainda era terça feira, e eu me lembro que nós havíamos tido uma conversa tensa no dia anterior e ele ficou de me responder algo. Voltando ao Gumball, ele me mandou apenas isso:

Estou sabendo desses finais de semana mágicos com o Peter.

Noooossa, pra quê? Fiz um auê! Queria a todo custo saber como ele tava sabendo dessas aulas, quem contou e o que contaram sobre isso.

Ele me falou dessas aulas, e tem mais coisa. Mas te conto quando nós nos vermos.

Como eu saia mais cedo da escola nesse dia, já imaginam que eu marquei compromisso pra aquela tarde na mesma hora.

Toda esperançosa e curiosa, eu fui, me encontrei com esse amigo na frente de uma escola que fica perto da casa dele, e ele me contou o seguinte.

2:30 (madrugada)
Gumball, eu to apaixonado pela Minene. (sim, vocês me chamarão de Minene.) Ela consegue me fazer mais feliz que música, os finais de semana com ela estão sendo os melhores que eu tive até agora.

Não entenderam? Eu explico. ELE SIMPLESMENTE NUNCA, REPITO >>>NUNCA<<< CONFESSOU QUE HAVIA SIDO FELIZ. E os dois já se conheciam desde criança. Sem contar que pra alguém fazer mais por ele que a música, é pq deve ser realmente FODA.

Na mesma noite, ele se declarou pra mim. E eu confessei que era por ele que eu tava "apaixonada". Sim, na época eu frisava a paixão como sensação decorrente da carência e da tentativa de achar algo legal na minha rotina, principalmente a parte da escola. Aquele era meu primeiro ano em escola técnica, ou seja, meus dias eram um saco e não tinha nada de legal neles. Eu simplesmente queria criar uma desculpa pra dizer que eu não podia me envolver com alguém só por sentir atração... No intervalo de tempo em que eu filosofava amargamente sobre minha recusa, NINGUÉM SABIA POR QUEM EU ESTAVA "APAIXONADA". E mesmo antes de saber quem era, ele, o Peter, tentava com todos os argumentos possíveis me fazer ceder a esse tipo de sentimento, seja lá por quem fosse.

Essa decorrência foi o primeiro arrependimento da minha vida. E a partir desse dia, ele, indiretamente, fez com que eu quebrasse praticamente todos os meus tabus. As vezes eu sinto falta de quem eu era naquele tempo, das minhas barreiras, e do meu "darknismo" como muita gente brinca. E algumas outras vezes eu me sinto agradecida pela mudança. Mesmo com a dor, eu aprendi a colorir a vida, literalmente. Eu sou mais livre em sentidos emocionais, digo... Eu sempre estava com pesos nas costas, mesmo quando não tinha ninguém pra me fazer mal. E eu me libertei de mim mesma, das maldades que eu fazia a mim mesma. Posso dizer que cresci em muitos pontos, passei enxergar as coisas de uma forma diferente, melhor, posso até dizer.

Mas nem tudo são rosas, não é?

(Nossa, quanta coisa. Como você está inspirada!) Na verdade não. Kk eu só estou naquela fase aliviada de uma crise existencial. Que eu juro que não tem nada a ver com ele... Ele foi só a alavanca que me deixou pior.

Sem versos - IgnoremWhere stories live. Discover now