(...)

Ela pe-pegou... pegou o sapato, levan... levantando do lu-lugar..."— bati palmas após ela terminar a frase.

— Muito bem, estrelinha! Estamos avançando bastante, logo logo conseguirá ler uma página completa sem gaguejar!— elogio.

— Não exagere, lírio, mal consegui ler a frase sem titubear quem dirá uma página completa.

— Falando assim até parece que o que fez não é para tanto! Não fique desmerecendo seus logros dessa forma.

Estávamos na biblioteca da mansão, era uma tarde agradável e resolvi voltar com as aulas de Feyre. Havíamos dado uma pausa antes por toda a situação em que estávamos mas agora estava decidida a ensinar minha irmã.

Lily...

Paro de corrigir as tarefas e olho para minha irmã, estranhando seu tom exitante.

— Sim?

Ela apenas me olha, parecendo incerta em me contar o que quer que ela queira dizer.

— Preciso de um favor...

Franzo minhas sobrancelhas em um gesto de confusão mas apenas assinto.

— Claro, não poderia ser tão difícil, certo?

Fey desvia o olhar me dando um sorriso nervoso. Pela mãe, já to me arrependendo.

                                  (...)

Penas voavam em todas as direções, as galinhas corriam desesperadas pelo campo enquanto faziam uma barulheira enorme que eu não duvidava ser ouvida até mesmo em outras cortes, eu estava soando demasiadamente e meus cabelos — outrora impecáveis em um belo e elegante penteado — estavam agora parecendo um ninho de ratos, folhas e penas decorando os nós selvagens. Meu vestido já estava perdido, extremamente sujo na barra e cheio de marcas daquelas criaturas malignas.

Feyre estava extremamente roxa, apoiada na cerca que impedia a saída daqueles demônios e apertando sua barriga enquanto seu corpo se curvava, o som de sua gargalhada sendo abafado pelo cacarejar das galinhas.

— Poderia parar de rir e vir me ajudar!? Não se esqueça que essa merda foi ideia sua!

— Pe-perdão... — ela pausa tentando recuperar o fôlego.— Mas isso ta-ta muito bom...

E volta a rir. Bufo irritada soprando uma mecha de cabelo de meu rosto.

Feyre disse que precisava de uma galinha para assim poder capturar o Suriel e sanar suas dúvidas sobre a corte primaveril. Eu poderia dizer a ela? Sim, mas não poderia perder a oportunidade de conhecer o ser mais fofoqueiro que existe!

Tudo bem, vamo lá.

Encaro diretamente nos olhos da fera, meu corpo tensionado enquanto tentava não mexer um músculo sequer. A criatura me encarava intensamente enquanto continuava igualmente imóvel, um esperando o próximo passo do outro, um guerreiro estudando o inimigo no campo de batalha.

Eu pisquei.

Ela piscou.

Eu avancei.

ᏒᎬᏁᎪᎦᏟᎥᎠᎪ ᎬᎷ ᎪᏟᎾᏆᎪᏒ Where stories live. Discover now