|| Valentina Lancellotti Felipíni ||
Dirigi em velocidade alta pela cidade, apertando o volante e tentando controlar o nervoso que tinha dentro de mim
A preocupação, a raiva, qualquer sentimento, eu tentava desacelerar a cabeça enquanto dirigia até a casa da minha irmã
Após 15 minutos, já estava entrando no condomínio e parando em frente a casa dela
Vi o André sentado na calçada com o alfa e respirei fundo, xingando mentalmente o Henrique, pois sei que ele avisou que eu estava vindo pra cá
Abri a porta do carro e caminhei na direção da casa, fingindo nem ter visto o André
— Espera aí, Valentina. Namoral, vamo trocar uma ideia. - Pediu se levantando e soltando o alfa, que correu na minha direção
— Por que caralhos vocês ainda tão deixando ela aqui? - Apontei irritada
— Por mim eu já tinha tirado ela daqui à muito tempo, desde que descobri - Passou a mão no rosto — Mas o comandante da operação quer observar mais - Debochou
— E quem é esse idiota? - Falei alto e ele me olhou de cara feia
— Não grita porra, vai chamar atenção de vizinho e da Liz.
Respirei fundo e passei a mão no rosto
— Quem é?
— O Henrique. - Respondeu e eu ri de nervoso
Henrique só pode ser idiota mesmo, tantas formas de observar alguém e ele resolve cruzar os braços e esperar alguma merda acontecer
— André, pelo amor de Deus. - Eu falei nervosa — Ela não pode ficar aqui, ela tá grávida!
— Eu concordo, eu não quero que ela fique aqui, só que porra... - Se abaixou e passou a mão no rosto — Infelizmente não é só a minha mulher e meus filhos, tem uma operação por trás.
— Que tá colocando a vida de uma mulher grávida em risco - Choraminguei — Isso tá errado, e eu sei que não sou policial e que vocês entendem disso melhor que eu, mas não dá pra ficar de braços cruzados esperando alguma coisa acontecer.
Vi o carro preto do Henrique estacionar em frente a casa e joguei a cabeça pra trás, tentando controlar meu surto
— Vocês tão discutindo no meio da rua? - Falou do jeito ignorante dele — Vocês são dois idiotas.
— Idiota é tu, Henrique! - Falei no mesmo tom — Não vem com essas tuas grosserias pro meu lado.
— Vocês dois ficarem brigando não vai adiantar porra nenhuma. - O André disse respirando fundo — A Liz daqui a pouco vai ouvir essa porra toda.
O Henrique parou na minha frente e me empurrou pra trás, me levando pra dentro da casa
Empurrei ele e me soltei
— Tá ficando louco, porra? - Falei grossa, mas não alto, pra não chamar a atenção da Liz
— Era o mesmo cara. - O André falou pegando o celular — Eles tão repetindo.
Nem me dei esforços de entender, eu não queria saber da operação, apenas da segurança da minha irmã
— Ela não pode ficar aqui. - Falei firma — Foda-se que o condomínio é seguro e a porra toda, se fosse tão seguro, eles não estavam rondando a casa e marcando a Liz.
O André respirou fundo e olhou pro Henrique, esperando alguma resposta
— Se a gente tirar a Liz daqui eles vão saber que percebemos.
— E qual o problema disso? - Eu ri frustada — Prefere que eles fiquem sabendo que vocês sabem que estão sendo perseguidos com a minha irmã num hospital entre a vida e a morte com os meus sobrinhos?
— Tina, se acalma. - O André pediu — Cara, eu já te dei a minha opinião disso, então namoral, tá cada vez pior...Eles tavam aqui na frente quando te liguei, viram movimentação, voltaram....
O Henrique passou as mãos atordoado na cabeça e andou pra longe da gente
Ele parou na porta que dava pra área externa e ficou parado olhando na direção da Liz, que tomava banho de sol, com os braços cruzados
— Ela iria pra onde? - Perguntou grosso
— A casa dos nossos pais é em condomínio fechado, tem bastante segurança e eles não estão lá - Murmurei — Eu posso ficar com ela lá
— Que desculpa iríamos dar pra ela? - Se virou — Ou vocês querem dizer pra uma mulher grávida de gêmeos no sétimo mês que tão atrás dela?
Respirei fundo, não sabendo o que dizer
— Da pra falar que eu vou reformar aqui, tem umas coisas com infiltração, da pra dar uma desculpa - O André falou — Essa parte é tranquila
O Henrique me olhou, claramente irritado e com a mandíbula travada
— Satisfeita? - Ergueu as sobrancelhas — Quinta feira ela vai pra lá.
Ignorei totalmente ele e o tom arrogante, saindo do cômodo e indo na direção da minha irmã
Ela sorriu ao me ver e de certa forma o meu coração desacelerou
— E aí, mana. - abracei ela apertado — Como tu tá?
— Tô bem, nos estamos. - Acariciou a barriga sorrindo — Que carinha é essa?
— Nada de mais - Murmurei me sentando do lado dela — Lá na clínica tá um caos
Ela riu concordando
— Eu imaginei, tu tá sendo praticamente professora.
O André se aproximou da gente após alguns minutos e me olhou
— O Henrique foi embora. - Murmurou — Pediu pra ti avisar ele quando fosse.
Balancei a cabeça concordando, sabendo que eu não ia
Henrique quando quer, consegue ser o maior idiota que existe, e eu não vou aturar as grosserias dele comigo, não sou os agentes que trabalham com ele pra me tratar daquela forma.
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l. Melhor Parte de Mim
Teen Fiction|+16| Um esbarrão, uma troca de olhares, a falta de um pedido de desculpas e pronto...Bastou pro destino entrar em ação. Chegar de mansinho, conquistando e mudando tudo, dando o nome. Foi assim que ela fez. E ele? Ele nem imaginava que tudo isso iri...