A sereia e o pirata

Uma Sereia Sonhadora

Marinette

Tive um sonho hoje, um sonho que a muito tempo me persegue, eu era uma descobridora, uma viajante, em busca de coisas novos. Era um lindo e passageiro sonho, mas lembro de cada detalhe, cada cheiro, cada som, cada sensação. Hoje, depois de tanto tempo irei realizá-lo, é meu aniversário de 18 anos e vou, finalmente, conhecer como são as terras firmes. Finalmente vou ter a chance de me afastar, pelo menos um pouco, dessas águas profundas e sentir a terra nos dedos, o vento no cabelo. Vou viver esse sonho, por pelo menos um tempo, até precisar de água salgada de novo.

Estou me sentindo leve de tanta felicidade que começo girar, imaginando como é andar, correr, dançar. Minha cauda se agita, e ondas de água começam a se agitar ao meu redor, isso faz meu corpo se arrepiar.

- Marinette. – A voz da minha mãe me assusta.

- SIM! – Digo assustada.

- Vejo que acordou animada. – Disse ela entre risos.

- Ah! Mamãe. – Vou até ela depressa. – Não sabe o quanto estou ansiosa vou, finalmente, poder ver a terra e as coisa que se tem lá em cima. Estou tão feliz.

- É um dia realmente especial querida. – Mamãe me abraçou. – A terra pode ser um lugar de muitas descobertas, é verdade, mas também é um lugar de muitos perigos.

- Eu sei mamãe... – Mamãe me fez decorar uma lista de regras para poder ir para superfície. – Cuidado ao conversar com humanos, não os deixe levantar suspeitas; sempre fique próxima da água salgada, as primeiras transformações são sempre as mais instáveis, nunca se sabe quando vai precisar de água; voltar para a casa sempre antes do Sol se pôr, a noite é sempre perigosa, tanto na terra firme quando na superfície da água. Estou esquecendo algo?

- Sim! – Foi papai que me surpreendeu dessa vez. – Esqueceu que eu e sua mãe te amamos e só queremos o seu melhor. – Disse ele se aproximando e entrando no abraço, o tornando mais quentinho, em seguida nos afastamos. – E não se esqueça disso.

Papai estendeu para mim uma corrente com um pingente, era uma joia oval com o desenho de estrela do mar, e bem no meio uma safira, cor de azul profundo.

- Papai, é lindo. Obrigada.

Empolgado, já foi colocando a corrente em meu pescoço.

- Não é só isso. – Mamãe se aproximou, me ajudou a colocar o colar e ficou do meu lado, pegou o pingente e o abriu, dentro dele havia um desenho dos dois, sorrindo, protegido por um vidro muito bem preso, que separava o papel da água que podia destruí-lo

- Ficou ainda mais bonito. – Dei outro abraço nos dois. – Muito obrigada, eu amo vocês.

- Feliz aniversário minha estrela do mar. – Papai afagou minha cabeça.

- Minha estrelinha, você cresceu tão rápido. – Mamãe disse emocionada. – Sabemos que logo ira fazer seu próprio caminho, por isso, queremos que sempre se lembre da gente quando estiver por ia, explorando.

- Oh! Mamãe, pare de ser tão dramática. – Disse também já me emocionado também. – Eu só irei ficar um dia fora.

- Eu sei querida, mas... – Mamãe não terminou a frase, sorriu, me deu um beijo na testa. – Só vá, antes que fique muito tarde, e você deve aproveitar tudo que tem direito lá em cima.

- Quando você chegar lá em cima Tikki estará te esperando com roupas e um saquinho com dinheiro humano, para que você possa se divertir. – Papai me deu outro beijo na testa. – Aproveite seu dia.

Sorria para os dois, e sem demora foi subi para a praia, estava tão eufórica e tão feliz que nem notei o meu redor, só subia e subia. Quando emergi com a cabeça não demorei muito para ver o passarinho vermelho que me aguardava.