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|| Henrique Martinez Mendes ||

Encarei a Valentina, que nem conseguia esconder o nervosismo dela ao me falar tudo aquilo

Ela me olhava atenta, esperando por alguma resposta minha

Peguei a minha cerveja, que a essa altura já deveria estar quente e bebi um gole, me surpreendendo por ela não estar

Ofereci pra Valentina, que negou, ainda me olhando atenta

Deixei a garrafa novamente na mesa de apoio e me levantei, caminhando até o parapeito de vidro

Me apoiei ali e olhei lá pra baixo, pensando em tudo antes de responder ela

Respirei fundo e novamente repassei todas as palavras dela na minha mente

— Olha, Henrique...- Ela falou num tom de voz cansado.

Me virei e encostei minhas costas ali, umideci meus lábios e chamei a Valentina com a mão, que repensou antes de vir, mas se aproximou de mim

Puxei ela pela cintura e grudei nossos corpos, segurando o rosto dela com as duas mãos e encostando as nossas testas

— Primeiro, não fui eu quem esbarrou em ti - Deixei claro e ela riu fechando os olhos — E segundo...Porra, Valentina. Eu tava esperando qualquer coisa, menos tudo isso.

— Eu...- Coloquei o dedo na boca dela, interrompendo que ela falasse

— E eu também te quero pra caralho - Admiti pra mim e pra ela — Te quero como nunca quis alguém, e como não queria querer alguém. Tu me pegou inteiro pra ti e eu nem ao menos consegui perceber isso - Murmurei baixo — Porra...- Eu ri nervoso, sabendo que eu precisava responder ela, mas não sabendo chegar até lá.

Umideci meus lábios e desencostei nossas testas, olhando ao redor e buscando ar

— Não quero essa porra de ficar te dividindo com alguém, ou pensando na possibilidade de fazer isso - Voltei a admitir — Tenho um ciúmes do caralho mesmo, e ou vai ser a gente e pronto, ou porra...- Balancei a cabeça negando

— Tá querendo pedir alguma coisa? - Ergueu as sobrancelhas debochada e eu ri negando

— Não vou pedir isso. - Fui sincero

— Então a gente não vai estar junto, né? - Fingiu parar pra pensar e eu puxei o ar

— Valentina, o que eu faço contigo? - Segurei com mais firmeza o rosto dela, voltando a encostar as nossas testas e fechando os olhos

Ela apertou a lateral do meu corpo com a mão e eu senti meu coração pulsar quase saindo pela boca, querendo que eu fizesse algo, mas eu não sabia como fazer

— Eu e tu, já não é suficiente? - Perguntei e ela riu, abrindo os olhos com um sorriso no rosto

— É sim. - Sussurrou com as nossas bocas próximas e eu terminei de grudar elas

O beijo foi calmo, trazendo a calmaria que eu precisei durante a semana inteira

A Valentina intensificou o beijo, ainda deixando ele calmo, fazendo daquele o nosso momento.

l. Melhor Parte de MimOnde as histórias ganham vida. Descobre agora