capítulo 01

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PARK JIMIN -

O que se pode fazer quando se vive em uma cidade com apenas 278.500 habitantes?

Eu vivo em Gyeongsan, mais precisamente em uma fazenda com meus pais. Aos 22 anos, nunca saí daqui — exceto nos finais de semana, quando precisava ir ao armazém abastecer o que faltava em casa. Ainda assim, sempre carreguei comigo um sonho. Não apenas meu, mas também dos meus pais.

Muito em breve, estarei me mudando para Seul. Só de imaginar as tantas possibilidades que terei em uma cidade com 9.904.312 habitantes… aí sim, será a realização de um sonho.

Tudo isso está acontecendo graças ao meu amigo Beto, que conheci através das redes sociais há pouco mais de dois anos e meio. Ele é estrangeiro, tem 28 anos agora — mas ainda se lembra de quando tinha 26 e me encontrou pela primeira vez.

Ganhei meu primeiro celular aos 20 anos. Meus pais, agricultores, nunca ligaram para esse tipo de coisa. Tenho três irmãos, todos casados e com suas próprias famílias. E eu? Bom, eu nunca tive vontade de sair, muito menos de formar uma família. Sempre vivi afastado da tecnologia, mas aprendo rápido. Talvez por isso, neste momento, esteja em uma chamada de vídeo com o Beto, arrumando minhas malas para uma nova vida.

— Nem acredito que finalmente iremos nos conhecer pessoalmente, Ji. — Beto disse, observando-me através da pequena tela do celular.

— Nem eu! Nesse um ano conseguimos pagar boa parte do apartamento. Meu trabalho de domingo a domingo valeu a pena. — respondi, um sorriso largo no rosto.

Conseguimos, juntos, comprar um apartamento no centro de Seul. Agora, depois de um ano inteiro de espera, eu, Park Jimin, finalmente estou prestes a me mudar e dividir o espaço com meu amigo.

— Minha parte do restante já está aqui. — Beto ergueu um bolo de dinheiro, exatos 4.912.923,35 won (cerca de vinte mil reais).

Sorrio, mostrando a minha parte também, e comento que guardaria tudo na bagagem de mão para ter mais segurança.

— Te vejo em duas horas, Beto.

— Até mais, Ji! Mal posso esperar para te abraçar e sairmos por aí… quem sabe encontrar algumas garotas.

Apenas sorri em negação, encerrando a chamada. Logo depois, despedi-me dos meus pais e aceitei a carona do meu irmão mais velho até a estação. Era real. A tão sonhada Seul estava logo à minha frente.

Quando foi que tudo passou a ser tão palpável? Assim que cheguei à estação, apresentei minha passagem. Ao meu lado, uma senhora de aproximadamente 70 anos fazia companhia, contando que estava a caminho para visitar o filho que estudava em Seul.

Contei a ela que também pretendia estudar, já que nunca tive muitas oportunidades na minha cidade natal. Fiz o ensino médio, mas meu verdadeiro sonho era cursar uma faculdade.

O trabalho como entregador na empresa do Beto seria essencial para que eu conquistasse esse objetivo. Desde que ganhei meu celular, me viciei em vídeos e passei a acreditar, com todas as forças, que poderia alcançar algo maior.

Agora, sentado e observando as árvores passarem pela janela, o anúncio da chegada me arrancou do devaneio. Meus olhos se arregalaram ao ver a movimentação intensa de pessoas, os cheiros diferentes misturados no ar.

Meu sorriso quase rasgava meu rosto. Apertei contra o peito minha mala de mão — dentro dela estava o início de todas as minhas realizações. Juntando meu dinheiro ao de Beto, finalmente quitaríamos o apartamento.

Ao descer, a senhora se despediu com um sorriso gentil, e eu segui em frente, enviando uma mensagem para o meu amigo. Ele respondeu sem demora: pediu que eu o esperasse do lado de fora.

Passei por entre as pessoas cumprimentando algumas, sorrindo para outras. Para quem esperou um ano, alguns minutos a mais não significavam nada. Distraído no celular, ouvi uma voz grossa, estranhamente familiar.

Um homem, de chapéu e máscara negra cobrindo quase todo o rosto, se aproximou.

— Park Jimin?

Antes que eu pudesse responder, tudo escureceu.

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O JUIZ - jikook (Em Revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora