Metrô

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Olá! Esse capítulo é um pouco mais pesado que os outros, ok? Ele aborda um pouco mais da violência vista em Demolidor, então já aviso logo.

~~~ — <3 — ~~~

  Yelena caminhou até a janela. Um drone médio tilintava ao colidir com o vidro, uma pequena corda enrolada a um pequeno pacote arredondado. Quando abriu a janela e resgatou o embrulho, o “carteiro” apenas se retirou. Percebi que o objeto parecia ter dificuldade em manter sua estabilidade, o vento estava forte e chovia. Assim que fechou a janela, Yelena veio sentar-se ao meu lado enquanto desembrulhava a pequena pedra envolvida com papel e plástico. Era um post-it amarelo, com apenas três linhas escritas em letra de máquina.

AVISAR BARTON PERIGO JÁ
23H PIER 96 AMANHÃ
NÃO IR SOZINHA

    A russa apenas me olhou nos olhos enquanto se colocava de pé em um salto. Me ergui e corri, pulando poltronas, desviando de vasos e subindo as escadas com toda a velocidade que podia. Cheguei ao escritório ouvindo passos apressados atrás de mim. Fui em direção a um livro encadernado em couro marrom e abri, revelando um buraco no meio das páginas em branco. Um pequeno celular barato lá dentro. Liguei para o único número registrado, que chamou apenas duas vezes. 

   — O que houve? — A voz urgente de Clint do outro lado. Era o celular para emergências. 
   — Manda ele sair de lá AGORA! — Yelena disse alto, se aproximando de mim. 
   — Yelena? — O homem parecia confuso.
   — Escuta, Clint, sem tempo para explicações. Você ouviu, sai daí AGORA! Vocês estão em perigo. — Pedi com toda urgência que podia.
Ok! — Respondeu firme. Pude ouvi-lo gritar antes que desligasse — Laura, pegue as coisas. Crianças, já para o carro! 

Abaixei o celular e levei a mão esquerda a boca, mordiscando minha unha. 
   — O que fazemos agora? — Perguntei preocupada e com mil e uma perguntas em minha mente.

   Yelena se serviu de uma boa dose de whisky antes de se sentar na cadeira de couro atrás da mesa. 
   — Agora, querida Katherine, acho que deveríamos focar nos próximos passos enquanto assistimos ao noticiário. 
   — Não podemos fazer mais nada?  — Falei enquanto me sentava no sofá, meus ombros tensos enquanto tentava parecer tão relaxada quanto ela. Yelena negou com a cabeça, seus lábios crispados. — Eu preciso terminar meu trabalho da faculdade. 

   Ela, que parecia entretida com o copo esculpido, ergueu a cabeça e me olhou como se eu houvesse acabado de cometer um crime. Meu próximo passo era manter minha imagem, já que estava impotente novamente. “Imagem a frente de tudo” deveria ser meu novo mantra. 
   — Você tá brincando, né? — Sua voz saiu carregada de ironia. Eu neguei com a cabeça e ela riu— Kate Bishop, você é muito engraçada. 
   — Eu realmente não estou mentindo, tenho que terminar um trabalho da faculdade para amanhã. — Rebati, tentando dar seriedade ao que eu falava. Me sentia patética. 
   — Tem pessoas querendo nos matar e você…
   — Você disse que devíamos falar sobre os próximos passos! — Falei em tom acusatório.
   — Próximos passos para salvar nossas vidas! — falou apontando para nós duas.
   — Esse trabalho pode nos garantir mais um dia de vida! — Meu tom de voz saiu firme, mas ela fez uma cara como se eu fosse patética. 
   — E como um trabalho de colégio vai salvar nossas vidas? — Perguntou incrédula. 
   — Corrigindo, é da faculdade — Quando disse isso ela sacudiu a cabeça como se fossem a mesma coisa. — E a minha imagem é importante, ok? Sem ela eu já estaria a sete palmos abaixo da terra. 
  — Ah, claro, eu acompanhei o BBB. — Falou com humor. Eu transpareci confusão — É, Kate, Big Brother Bishop. Acho que toda população norte americana também acompanhou. 

Safe and Sound - Kate Bishop x Yelena BelovaOnde histórias criam vida. Descubra agora