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|| Valentina Lancellotti Felipiní ||

— Isso aqui tá ficando movimentado, hein? - A Isa perguntou me vendo voltar com um gatinho no colo

— Graças a Deus, né? - Eu ri colocando o gatinho na gaiola — Avisa no whatsapp da clinica pra mim que ele já ta pronto? O nome é Frederico.

— Ele teve que ficar aqui por que? - Perguntou indo ate o computador

— Tinha muitos exames pra fazer e a dona trabalha, não podia ficar junto - Murmurei anotando na minha ficha as informações dele.

— Clube da luluzinha ta reunido, é isso? - Ouvi a voz da minha irmã e sorri.

— Ai que saudade! - A isa falou dando um gritinho e eu ri

— E ai garotão, como tu ta? - Brinquei com o cachorro que também tava na gaiola pra fazer exames.

Não era uma gaiola apertada, era bem espaçosa e confortável. Era embutida na parede, com os mesmos materiais, divididas somente por um acrílico forte.

Peguei ele no colo e cumprimentei a minha irmã com um beijo no rosto. Indo pra sala de exames.

Coloquei o cachorro na maca e ele se levantou querendo vir brincar me fazendo sorrir.

[...]

— Tina, vem cá.. - Ouvi a voz da Liz batendo na porta

— Agora não posso - Falei posicionando o gato na máquina de ecografia.

— É um pouquinho urgente. - Respirei fundo e olhei pra dona do gato

— Já volto - Sorri pra ela

— Sem problemas - Retribuiu o sorriso e pegou o gato que já estava estressado

— Fala rápido - Pedi me aproximando dela, já fora da sala

— O Henrique tá ai. - Apontou e eu olhei na direção

— Que porra ele ta fazendo aqui? - Bufei — E porque isso seria urgente?

— Porque ele ta com um cachorro da Policia machucado. - Me olhou como se fosse óbvio

— E os veterinários da Policia meu Deus? - Falei já indo na direção dele

— Pergunta pra ele, não pra mim. 

Ignorei a patada da Liz e me aproximei do embuste que segurava um Pastor Alemão no colo

— O que aconteceu com ele? - Perguntei me aproximando

— Caiu de um barranco de 5m - Arregalei os olhos — Ele não consegue colocar a pata no chão.

— E nem é pra ele tentar, pelo amor de Deus - Virei pra liz — Explica a situação pra moça que tá lá na sala, diz que eu já vou ali. Eu preciso fazer um exame geral nesse cachorro o mais rápido possível.

Ela balançou a  cabeça concordando e correu pra sala de ecografias

Pela altura que ele caiu, dependendo a forma que aconteceu, os orgaos podem ter sido danificados e se ele forçar peso em cima dos mesmos, podem literalmente explodir...

— Coloca ele em cima da maca - Pedi — Por que não levou ele pra veterinária da Policia?

— Teve três cachorros machucados da operação, eles tavam com dois e acharam que esse ai tava bem, que era só uma pata machucada - Debochou — Mas já tinha visto uma vez falar que tombo de altura grande pode danificar os ossos.

Dei um sorriso discreto de lado e balancei a cabeça concordando

— Pode esperar do lado de fora, por causa da radiação da máquina - Apontei

— Não precisa segurar ele? - Apontou e eu neguei

— Ele nem tá se mexendo

Henrique ficou me olhando por alguns segundos e balançou a cabeça concordando, saindo da sala em seguida.

Olhei pras costas dele, vendo a camisa escrita "Polica Federal"

— E ai, garoto - Acaricei a cabeça dele — Espero que tu esteja bem.

Ele deu uma chorada e eu senti meu coração se apertar

Vesti o meu colete de chumbo e posicionei a máquina pelo corpo do cachorro, vendo se tava tudo bem.

Tirei os raio-x que eram necessários e coloquei os mesmos contra a tela branca

Cocei a cabeça vendo o osso da costela e o das duas patas de trás fraturado, mas não tendo uma visão dos órgãos

— Liz? - Gritei por ela que logo apareceu na porta — A moça ainda ta na sala de eco?

— Não, ela ta esperando aqui na frente. - Balancei a cabeça concordando

— Abre as duas portas pra mim - Pedi e ela fez

Puxei a maca e empurrei pela rodinha até a sala de eco, aonde as portas se abriam apenas empurrando

— Ele ta bem? - O Henrique perguntou vindo atrás de mim que nem uma mosca tonta

— To fazendo os exames - Respondi tentando abrir o colete na parte de trás, mas não conseguindo por conta do peso

Senti as mãos do Henrique no meu corpo, me fazendo arrepiar e logo o colete se soltando

— Obrigada - Agradeci terminando de tirar aquele peso de mim

— Mas não sabe nada ainda dele? - Respirei fundo me virando

— Sei, mas quero ter toda a informação antes de falar alguma coisa. Com licença?

— Me fala alguma coisa - Se alterou e eu olhei feio pra ele

— Henrique, ele ta machucado, a pata tá quebrada, eu to tentando descobrir dos órgãos dele. 

— E aí - Ouvi a voz do Daniel e continuei encarando os olhos do Henrique 

— Assim que eu souber de mais alguma coisa eu te aviso - Falei e ele continuou sustentando o olhar

— Henrique, vai logo pra lá - A Liz pediu — Se não sair ela não faz o exame, se ela não fizer, ele pode piorar.

Ele balançou a cabeça concordando e saiu de sala

Sussurrei um obrigada pra Liz que sorriu, saindo da sala também

— Eu espero muito que tu esteja bem, carinha - Falei deixando um beijo na cabeça dele.


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l. Melhor Parte de MimOnde as histórias ganham vida. Descobre agora