I.
Por muito tempo busquei o amor
Por muito tempo dele procurei
Nos recândidos do mundo
Perguntando a mim mesmo
De algo que jamais saberei
Agora, em silêncio profundo
Basta-me saber da lei:
Quero é ser o amor
Como a abelha é parte da colméia
Quero é viver o amor
Como só tu o soube
Ò rabi da Galileia
II.
Eis me aqui neste templo mental
Cercado de anjos e velhos pretos
Dançando ao toque
Do tambor ancestral...
Agora, em silêncio profundo
Basta-me imaginar ao sol
A iluminar divina cachoeira
– Um longo rio a desaguar
No mais belo jardim
Quem lá esteve, sabe que é assim:
O Éden não foi, nem será...
Em nossa volta
Na mente plena de paz
Tudo apenas é
III.
Por muito tempo busquei a luz
E, partindo de mim
Tal qual raio, a projetar
Até que um ser alado
Das falanges de muitas eras atrás
Ensinou-me a evocar
A pirâmide branca
De cume dourado...
Como o ótico de Haia
Vi a luz em reflexão
Dos confins do Cosmos
Até este nosso mundo
– Charco de solidão
IV.
Eis me aqui envolto em rede
De luz eterna
Tecida entre dois planos
Tão próximos
Tão distantes...
Eis o que sei por ora:
O amor está dentro
O amor é um fio
Mas a luz vem de fora
Agora, em silêncio profundo
A cangoma ainda toca...
Da outra ponta do mundo
Um fio é puxado
E todos os anjos
E pretos velhos
E todos os rabis
E neófitos
E todos os pensamentos em reflexão
Pendem
Na sua direção
– Quer compreendam
Quer não...
raph’12’A.’.A.’.
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você é um poema
PoetryUma rima rápida é como um trovão de poesia: O retoar atordoa, e a luz se propaga com maestria. O que será um trovão de poesia? Imaginamos um trovão no céu chuvoso, ou uma chuva de palavras descoordenadas? Será que o trovão se refere apenas ao sentim...