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Orelha 🦅

Festinha da hora depois do meu mano ter pedido a Luaninha em casamento e tava um clima maneiro, eu tava conversando com os moleques na beira da piscina quando vi que a Mariana tava se despedindo das meninas.

Gaspar: Leva a doutora pra casa mano, aproveita a chance aí.- Bateu no meu branco.

Coronel: Qual foi, se for pra ser filho da puta com ela é pra ser depois que meu filho nascer, vai que ela pegue raiva geral depois de tu fazer merda com ela.-  Negou com a cabeça.

Orelha: A doida é casada pô, tá maluco?! - Dei os ombros.

Goiaba: Faz ela terminar.- Falou óbvio.

Luana: Quem aí pode ir levar a Mariana em casa? - Chegou chutando as costas do Gaspar que se esticou reclamando.

Coronel: Sou casado! - Negou, apontando pra mim.

Luana me olhou fazendo bico e eu levantei, pegando o carro do Gaspar e a doutora me olhou, tirei o carro da garagem e ela entrou, soltando uma risada fraca, mas ela sentou no banco de trás e eu olhei pra ela pelo retrovisor.

Orelha: Tá com medo de sentar na frente, cara?! - Gastei, dando partida do carro.

Mari: Prefiro ficar quietinha aqui.- Deitou a cabeça no vidro.

Orelha: E aí pô, gostou do morro?

Mari: Já tinha visitado um antes, o tempo da faculdade foi bem intenso.- Soltou uma risada fraca.

Orelha: E o que mudou agora, cara? O trabalho ou cansou de conhecer o mundo? - Falei saindo do morro.

Mari: Fui colocada na prisão.- Debochou soltando uma risada fraca.- Casei, na verdade.

Orelha: Pelo visto tá felizona ein.- Passei a mão na cabeça.- Mora por onde?

Mari: Na sul, perto da clínica... Eu não diria que felicidade é a tal palavra, mas tá tudo bem...- Olhei pra trás.

Orelha: Pô, acontece algum bagulho ruim? - Ela ficou calada, e eu me liguei, respirando fundo.- Quer dar uma volta antes de ir pra casa?

Mari: Não, obrigado.- Respondeu olhando o relógio.

Fui quieto e ela foi me guiando até a casa dela, quando a gente chegou era uma casa grande e bonita pra caralho, até eu fiquei de cara com o
bagulho, e ela me olhou.

Mari: Obrigado.- Foi abrir a porta.

Orelha: Aí Mari, se tu precisar de algum bagulho, quiser fugir de casa pra conhecer um morro maneiro, quiser conversar com um amigo...- Ela sorriu fraco.- Fazer algum bagulho errado...

Mari: Que tipo de coisa errada? - Soltou uma risadinha.

Orelha: Quando quiser descobrir, tô aqui...- Ela baixou a cabeça sorrindo e eu estendi a mão.- Me dá o celular aí pô, te dou meu número.

Ela estendeu o celular me entregando e eu coloquei meu número, ela saiu sorrindo mas ao abrir o portão respirou fundo e fechou a cara aos poucos, entrando naquela mansão.

Estilo vagabundo. Onde as histórias ganham vida. Descobre agora