Small Meeting About Your Problems

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Em diversos sites de noticias, fossem sites de fofoca de celebridades ou não, havia basicamente a mesma coisa naquele dia:

Hoje pela manhã o vocalista recluso da famosa banda Psycho Heads, Christopher Kaufmann , recebeu alta do Pacific Medical Center, em Seattle, após 5 dias internado, depois que uma dramática overdose o deixou temporariamente inconsciente. A equipe do hospital não pôde revelar muitos detalhes, assim como ninguém da assessoria da banda se pronunciou. Essas são as imagens do exato momento que ele deixou o local. 

Nas imagens, fotógrafos lotavam a entrada do hospital, enquanto Chris tentava a todo custo sair de lá e chegar ao carro.

‘’ Christopher parece colecionar mais uma fofoca ao mundo das celebridades. Antes deste dramático caso, ele foi flagrado com uma moça morena e desconhecida. Seria ela a mais nova eleita do rockstar? A mulher em questão não se sabe quem é’’ – Enquanto isso apareciam fotos do Pontiack de Chris, de uma moça de cabelos castanhos saindo, depois uma dele saindo do carro no estacionamento e a ultima de ambos entrando no prédio enquanto conversavam.

─ Mas o quê? Quem é essa vadia? – Mia parecia não acreditar no que tinha visto

─ Vejo que a transa de vocês não foi boa o suficiente... – provocou seu parceiro Louis, rindo da ruiva.

─ Vá se foder,Louis. – respondeu a ruiva, enquanto olhava indignada para a TV– Acho que vou ter que partir pro plano B.

─ Plano B?! – ele ria sem parar.

─ Sim, ou você está surdo?! – ela ficou com raiva de repente, e levantou do sofá com pressa.

─ Cara, porque quer tanto perseguir esse Christopher? Não existe apenas ele nos E.U.A...

─ Louis , você não entende. Eu tenho que conquistar esse cara... Eu TENHO, entendeu?!

─ Ainda não, mas de qualquer forma, acho bom você andar logo,– disse dando de ombros – ou essa aí, quem quer que seja vai fisga-lo primeiro.

A ruiva deu um sorriso sinistro. Uma ideia começava a se formar em sua mente.

•••

Naquela noite de sábado, não ter uma TV, um celular ou computador pareceu a melhor ideia do mundo. O apartamento de Aaron havia virado ambiente de reunião sobre aquela situação que tantos comentavam que estava todos os sites e canais de fofoca, futuramente em revistas.

─ Boris disse que com certeza vai te matar. – disse Rose, desligando o celular – E que você vai ter que achar um lugar pra ficar por uns tempos até ele dar um jeito de resolver essa coisa toda, os chatinhos estão na porta do seu prédio esperando que alguma coisa aconteça.

─ Que merda. – Chris respirou fundo. Ele parecia estar longe, olhava para o nada. – Nesse momento, quantas pessoas nessa cidade e no mundo sabem o meu nome e criam teorias malucas sobre mim?

Liz estava na cozinha junto com Kath, tentando aprender a cozinhar alguma coisa elaborada – as receitas que sabia tinha visto na internet e tentado fazer no jogo da “tentativa e erro” - enquanto ouviam toda a conversa. Todos pareciam estressados, mas agradecidos por ninguém ainda ter descoberto onde aquele apartamento ficava e ela também estava. Era incrível como as pessoas podiam usar umas as outras por alguns poucos minutos de fama.

Tudo bem, entendia perfeitamente que aqueles paparazzi só estavam fazendo o próprio trabalho que era de serem chatos e inconvenientes, mas ainda assim...

─ Isso falta do que fazer, sabe? Mesmo que não saibamos quem é essa garota, e eu duvido muito que você vá contar, acho que cuidar da vida dos outros é falta de sexo. – disse Josh – Mesmo que isso seja um trabalho, quem escolheu ele não transa muito.

─ Grande pensamento, Josh. – Rose respondeu, rolando os olhos – Mas podemos falar sério aqui? Nós nunca nos importamos com essas coisas por que agora?

─ Porque as pessoas vão ficar me enchendo. – Chris respondeu – E onde que eu vou ficar nessa porra? Se for pra algum hotel vão notar e ainda tem minhas coisas...

─ Ué, fica aqui, você praticamente morava aqui. – Josh sugeriu – Além disso o Aaron e a Liz podem ficar de olho em você. Certo, Aaron?

Liz quase pôde visualizar seu irmão suspirando e passando as mãos pelo rosto enquanto pensava numa boa resposta.

─ Tudo bem, mas é só até o Boris arranjar uma solução pra essa parada e que seja rápido. – a resposta dele quase a fez largar a colher dentro da panela. – Mas com duas condições: vai dormir no sofá e não vai nem pensar em tocar na minha irmã.

Liz quase se engasgou quando ele disse, recebendo um olhar estranho de Kath logo em seguida. Tarde demais, Aaron, tarde demais...

─ É melhor que nada. – e a sentença foi dada. – Mas e as minhas coisas?

─ Eu dou um jeito. – disse Rose – Até a noite, suas coisas mais importantes estão aqui.

─ E o que vamos fazer quando a poeira baixar? – perguntou Josh.

─ Terminar de gravar a porra do álbum novo. – reclamou Aaron – Estamos enrolando demais, temos um prazo e essas coisas todas acontecendo...

─ Vida problemática a nossa, hein?

Enfim o jantar ficou pronto e comida de graça ninguém desperdiça, então os outros acabaram ficando. Só agora percebia que eles pareciam uma grande família e se perguntava há quanto tempo Aaron e aquelas pessoas se conheciam.

Queria ter amigos assim um dia, pensou.

Notou que quem comeu mais foi Chris ,mas também pudera, comida de hospital é uma droga não importando qual hospital seja. É quase uma regra isso.

A conversa tinha mudado de assunto completamente, para algo mais ameno do que aquela confusão toda, mas isso não mudava o fato de que ela se sentia um pouquinho culpada. Quer dizer, quem já é a pessoa que vai adivinhar onde um paparazzi se esconde? Ela com certeza não era e não tinha culpa mas ainda assim sentia, já que eles já tinham problemas demais na conta deles para a “irmãzinha do Aaron” acrescentar mais um na lista.

E também tinha Chris. Claro, sabia que ele não era o cara mais feliz e animado do mundo, mas parecia estar realmente chateado com alguma coisa. Lembrava perfeitamente daquela ruiva da festa, mas decidiu não questiona-lo sobre o assunto, ao menos não ainda enquanto ele não estava com cabeça para isso. Nem tinha certeza se o faria, considerando aquilo tudo.

Só tinha certeza que teria que se acostumar com a presença dele por umas semanas.

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