1 - O labirinto

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Não consigo me controlar em nada, falar nada, e nem fazer nada, estou parecendo uma morta-viva, dó que a minha diferença e a dos outros, é que eu ainda tenho sentimentos neste navio que está tudo afundado aqui comigo.

  _Será que se eu vender minha alma, eu posso ter minha vida de volta?

É muito difícil responder esta pergunta não é?

Nunca mais terei minha vida de volta, vocês não entendem como é ficar presa no meu próprio corpo, sem dizer nada, sem poder sorrir mais, estou me sentindo congelada, posso me mover normalmente, vejo isso, mas eu não estou no comando aqui direito, e mesmo assim meu corpo faz tudo, como se outra pessoa estivesse me possuindo.

_Como será que eu faço para me achar, achar meu caminho de volta? Se é que há uma maneira de voltar, vou ficar aqui para sempre, presa eu meu próprio corpo, nesta imensidão de pensamentos vazios, dados quase como mortos já.

   Nada é exatamente o que esperamos.

_Será que ainda estou estre os vivos?

Pergunto a mim mesma, e nenhuma resposta aparece, apenas, tudo vai se apagando.

Nós deveríamos dar valor melhor ao que temos, pois todo esse mundinho que temos, é que gira em torno disto. Todos vamos morrer um dia, o meu está próximo, mas se a morte não te pega, o tempo leva você, simplesmente acho que decidi me concentrar muito no passado, e por isso para mim já não há mais futuro, a dor dos que já se foram é a pior das dores, algo muito significativo para mim, e muito mais do que isso, não somente me foquei de mais no passado, que já é como se nós tivéssemos um especial convívio.

   Eu e o passado, que união em, juntos se tornaremos a mais assombrosa escuridão que poderia existir. "O meu próprio eu".

  _Será que pelo menos uma única vez eu vou ter só um maldito dia de sorte nesta vida, ?!!

Pensamentos voam com o além,

Todo o sentimento com certeza tem valor, a culpa, pra mim é o mais forte, no começo eram apenas sentimentos que uma pessoa normal tem, mas depois ela te consome. Ouço um ronco vindo do meu estômago.

Talvez ele esteja com fome, mas eu não estou, minha mente, as vezes não quer responder ao meu corpo corretamente como deveria, pois quando quero muito uma coisa, exemplo: comer, acabo não conseguindo comer, o cheiro fica terrível e o gosto ainda pior, minha mente não conduz claramente.

Contando os segundos, minha dor é maximizada por uma intensa raiva, e culpa, que juntas se tornam ondas destruindo-me aos poucos, me matando inteiramente por dentro. Muitos e muitos cacos de uma peça muito grande e valiosa, como se alguém tivesse construindo um prédio grande todo feito com cacos de vidro, cada detalhe, do começo ao fim, inteiramente de cacos brilhantes com uma torre bem grande em cima e é como se essa torre, que estava simplesmente bem lá no alto, que brilhava como uma estrela, agora, estava quebrada.

Tento juntar cada caco mas infelizmente não consigo, coloco um pouco em minha blusa tentando reuni-los e a seguro fortemente contra me peito para não cair, mas são muitos, e não consigo pegar o suficiente, vejo que o que eu tentava fazer era inútil, não há como restaura-lo igual o que eram antes, é mesma coisa que alguém quebrasse a pirâmide de vidro que tem em Paris, em um local público no pátio que encontra-se ao ar livre em frente ao museu do Louvre, a famosa "Pirâmide de vidro" e tentasse remonta-la novamente, não seria a mesma coisa de antes, mas sim algo reconstruído, não novo, não perfeitamente esculpido, e nunca mais será.

Acredito que na vida, tudo há uma explicação, para cada coisa neste mundo. "O do porquê de existirmos!

A curiosidade toma conta de mim, querendo saber de tudo, fico em frente ao espelho, e vejo tristeza em meus olhos, reparo bem neles, são verdes, iguais os da minha avó, os do meu pai são verdes-castanhos, reparo também, que meu cabelo está em um castanho mais claro do

que era antes, igual do meu pai, que é castanho-escuro, agora estão mais parecidos com o da minha avó, lembrar disso me faz um pouco feliz, digamos que dos meus cem por cento de felicidade agora fica em cinco por cento mais ou menos, mas me lembro do que aconteceu e volto a olhar meu rosto se entristecendo novamente e penso que já não tem mais graça de viver, a vida não passa de uma emoção, nós temos que contê-la, pois sem a emoção de viver, não há porque viver. Igual a emoção de se ler um livro novo, acabado de comprar com muita ansiedade e tempo de espera, então você começa a lê-lo com grande emoção, assim ele será muito mais legal do que você ter que ler um livro que você não queira, vai ser uma merda, e minha vida e assim pra mim, não tem mais emoção.

Ouço o ventilador que está ligado ranger conforme gira, como se fosse o barulho de uma porta se abrindo, e fico com medo.

Olho para os lados começando a pensar:

Ouço passos, talvez seja outra pessoa, e fico quieta, esperando que alguém chame por mim ou bata na porta, mais nada acontece e então, me levanto da cama apoiando minhas mãos contra o colchão, ficando sentada e falo bem alto:

_Oi! Oi!

 Falo a mesma palavra duas vezes, uma após a outra, me sinto a um certo ponto meio louco de mais e penso, que posso fazer amizades com pessoas que traem as outras, porque elas são iguais a mim, elas descobriram isto um dia, e quando este dia chegar, elas vão se sentir culpadas, iguaizinhas a mim, e então teremos uma coisa em comum que podemos conversar.

Mas não sei porque penso isso, e falo para mim mesma em voz alta,

_Não sou traidora!

The Girl Of PsychoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora