Procurada: VII

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VIELAS, PERIFERIA.

V I O L E T

Estavamos no piso debaixo quando ouvi diversos passos e sons de armas sacadas. Bufei, amaldiçoando aquela mulher mentalmente. Ela tinha traído minha confiança, então? Chamado a corja dos defensores e o conselho pra levar Powder caso ela estivesse ali?

Pensei em correr, mas era uma burrice imensa. Meus olhos estreitaram na escuridão quando vi que uma figura menor vinha em minha direção silenciosa, cuidadosa, como se quisesse passar batido.

Quando saiu na luz e vi os cabelos azulados, a puxei para o escuro de novo e tapei sua boca.

— Vou tirar você daqui. Aquela desgraçada me paga.

Por um lado, estava furiosa. Por outro, meu peito se acalmava só de ter minha irmã ali, em meus braços. Claro que isso não significava que a tinha sob controle ou dentro dos eixos, mas era a oportunidade que eu precisava pra mudar o rumo cruel que a vida tinha tomado conosco. O rumo cruel que ela sempre tomava com os desafortunados debaixo.

Powder tentou balbuciar algo, mas o som dos passos se intensificaram e voltei a tapar sua boca na mesma velocidade que havia tentado soltar. Não queria ouvir. Precisava alimentar meu ódio do peito. Queria sair do escuro e descer o cacete em quem precisasse, mas sabia que era uma só contra toda aquela corja corrupta que a riquinha mimada matava e morria. Não acreditava que ela havia realmente entregado minha irmã, me traído. Ela com certeza diria que não se estivesse do meu lado agora.

Ekko finalmente chegou, em cima de um negócio flutuante esquisito que parecia um skate. Entreguei Powder pra ele, um pedido silencioso que a levasse dali para o mais longe e protegido possível. Ainda tinha algo que eu precisava fazer.

Subi para o andar onde ela estava. A encarei de costas, vendo que algumas pessoas estavam por perto. Jayce estava por perto. Era o suficiente.

— O que está fazendo aqui? — ela tinha preocupação no olhar. E tinha que ter mesmo. E agradecer por estarmos cercadas de outras pessoas, ou eu a jogaria daquela porcaria comigo na base do meu ódio.

— Vim contar pros seus amigos defensores, essa gente que se acha — comecei, andando na direção dela — que você ajudou a procurar uma criminosa. E não era pra eles. — Bradei perto do seu rosto, onde ela tinha um olhar confuso.

— Por que está fazendo isso? — Ela sussurrou, segurando a arma com força. Eu odiava quando ela sussurrava. Jayce se aproximou.

— Estranho. Subi ate aqui pensando exatamente o mesmo porque a ouvi conversando com alguém e sacando a arma, mas quando cheguei, ela estava sozinha.

Meu coração falhou uma batida no peito. Olhei para o rosto dela, que ainda estava assustada. Queria pedir desculpas, mas não podia. Ekko não havia a encontrado e nem eu. Powder tinha ido diretamente para o piso onde eu estava, e veio do corredor de cima, onde Caitlyn estava.

Ela não tinha entregado ninguém, mas salvado.

E eu quem tinha a traído.