– Você está se divertindo, não é? Nem parece que acabou de levar um pé na bunda. - ele disse sem papas na língua.

– Ei! Vovô! - eu protestei incrédulo e ele quem começou a rir. Como ele sabia?

– Tudo bem, rapazinho. Conte logo o que aconteceu para o seu velho avô... - ele se ajeitou na cadeira, largou o rádio e voltou sua atenção para mim.

– Bem, o nome dela é... Marinette. Marinette Dupain-Cheng. Ela tem os olhos azuis, usa marias chiquinhas e tem uma mecha meio rebelde em forma de coração que é incrível, deixa ela ainda mais linda. Ela usa bonés, boinas e tudo pra cobrir, mas eu continuo achando o máximo. Ela é tão legal, eu adoro estar com ela, adoro fazer companhia pra ela e...- meu avô imediatamente me interrompeu.

– Você está parecendo um bobão, meu filho. Pule para a parte principal. - ele disse entediado.

– Ah sim, desculpe. Eu conheci ela naquele incidente do shopping com as fãs e agora nós estamos na mesma ONG como voluntários. Eu me desculpei com ela e nós nos aproximamos, pensei que estava tudo bem, mas sei lá, de repente ela disse algumas coisas estranhas.

– Como...? - ele disse um pouco mais interessado.

– Ela disse que era melhor nos afastarmos porque não queria se magoar quando voltássemos para as nossas rotinas normais, após as férias. Me pediu para que eu não falasse com ela mais. - suspirei me sentindo derrotado.

– E você, Adrien, o que disse a ela? - ele questionou.

– Ahn..."Ok". - eu respondi envergonhado.

– Ok o que, Adrien? - ele pareceu irritado.

– Eu... Eu respondi "Ok", vovô. - eu disse desviando o olhar e ele deu um tabefe na beira da poltrona, tenho certeza que ele queria que aquele tabefe fosse em mim.

– P%t# que pariu! Você é idiota, Adrien? Como você se derrota tão fácil assim? Onde está a persistência dessa juventude, Senhor? Onde estão os valores? Onde está o romantismo? Será que ficou enfiado no c%? - ele estava indignado e fiquei com medo do meu avô ter um piripaque ali mesmo.

– V-vô, calma. Eu só não soube o que fazer na hora, achei melhor dar o espaço que ela precisava, do que ficar em cima. - tentei me explicar e ele se pacificou.

– Filho, às vezes a gente precisa dizer às pessoas o que sentimos quando sentimos. Ela pode ter se afastado de você porque não tinha uma resposta certa.

– Mas eu também não tenho uma resposta certa, vô. Nem eu mesmo sei porquê me importo tanto com ela. Ela é só uma garota.

– Pela sua descrição no começo da nossa conversa, ela não parecia ser "só" uma garota. - vovô fez aspas com as mãos e e eu ri.

– Tá, tá. Talvez ela não seja só uma garota e talvez eu esteja gostando dela um pouco mais do que deveria.

– Você está admitindo que tá caidinho pela garota, isso já é um começo pra se entender melhor. Só falta tomar vergonha na cara e falar com ela!

– Eu não sei por onde começar. - aquela frase estava começando a me aterrorizar.

– Sabe, Adrien. Quando eu tinha a sua idade, eu também conheci uma garota. - eu o interrompi um pouco na empolgação.

– É sua história de amor com a vovó?!

– Claro que não, seu moleque safado! Essa foi uma das histórias de amor que eu já tive com uma das mulheres que quase casei antes da sua avó.

– Hmmm, ok... - falei meio decepcionado, mas relevei, ainda era uma história.

– Eu conhecia uma menina quando tinha mais ou menos a sua idade. Assim como você, eu a achava a garota mais incrível do mundo. Mandona, estressada e às vezes soltava um palavrão ou outro, era como eu, sabe? Parecia minha cara metade. E eu sempre quis dizer para ela que ela era como o raio de Sol para as terças-feiras chuvosas da minha vida. Era com ela que eu gostaria de ter meu primeiro filho ou caminhar de bicicleta pelas manhãs ensolaradas de Paris. Mas ela partiu antes que eu tivesse a chance e nunca soube o quanto era especial. - ele suspirou, parecia realmente triste.

Fontaine - Meu Amor de Verão [NOVA TEMPORADA]Where stories live. Discover now