FUTURO:
Espero que tenha paciência com a escrita chula e com as inconsistências narrativas, pois sou muito jovem e imaturo demais pra assimilar essa merda toda sem conseguir não perder a cabeça diante de tudo, que aconteceu de forma tão gradual que não pude sentir todo os meus escrúpulos e meu senso do moral e do ridículo se dissipando. Quando vi, já era a porra de um monstro, e o caos, as descobertas que fiz não me permitem respirar devagar por um segundo. Então com muita dificuldade vou tentar dar órdem às coisas que aconteceram
E eu sei que parece mentira, ou que estou ficando louco, mas acredite em mim. ''Eu não estou ficando louco''
PASSADO:
Parece um clichê de antigamente, e uma raridade do 'hoje-em-dia', me julgue... mas meu sonho sempre foi construir uma família, e falando isso parece que eu tô ficando louco, mas não estou, é sério. Sabe... o conceito de ter uma esposa que te ama no fim do dia, um pet (porque nunca pode faltar), mas o principal de tudo, um filho. A ideia de criar uma vida, de vê-la crescer diante dos seus pequenos olhos, de moldar um caráter ou a falta dele, de ter todos os seus sonhos dele ser uma fotocópia sua sendo quebrado pelo livre arbítrio de filho, em contrapartida com seus problemas paternos o seguindo por toooda a vida... Sabe, poder influenciar alguém, de forma positiva é lindo, e até a parte negativa têm seu charme.
Com o tempo conheci a Natalya, linda Natalya... com ela achei que poderia seguir o meu sonho de seguir o famigerado sonho americano. E seria perfeito se tivesse dado certo, ela não me achava louco, e eu realmente não era, oras, e nem tô ficando... Ela me entendia, gostava de mim, e tinha uma visão de futuro; mas por razões que não importam ela não trilhou esse caminho junto comigo.
Ainda sim não desisti, e num salto temporal, quando me dei conta de reparar, eu já tinha conseguido, eu tinha tido um filho lindo! Ele era meio diferente, mas ainda sim lindo, eu jurei pra Deus e o Mundo que cuidaria dele com carinho, e que ele seguiria meu legado, assim como eu seguiria o dele se preciso, Deus sabe que eu não to ficando louco, é só um gesto de amor paterno.
Eu era um pai solteiro de filho lindo, o garoto tinha cinco anos, já estava bem velhinho por sinal. Mas mesmo assim ele não tem uma fala muito desenvolvida, aliás ele só repete sempre o mesmo som, para tudo. Soa como um "Pai", só que sem o "P" e com uma vogal trocada, e não, eu não estou ficando louco.
É notável que nossa relação familiar era saudável, comum, e muito feliz, e era tipo.. muito feliz mesmo. E foi assim por um bom tempo, até mais ou menos os seus cinco anos de idade, (não me obrigue a saber o dia e hora certa de seu nascimento, pelo amor de Deus) quando chegou o fatídico dia, um dia que me dá um frio na espinha, aquele frio na espinha de quando recebemos aquela notícia ruim, sabe? Então, foi esse o dia.
Num dia qualquer de uma semana qualquer, meu filho estava assistindo desenhos como qualquer outro pré adolescente na idade dele, até eu preparar seu almoço, e se for comparar com uma criança, ele não era muito exigente com comida.
Jamais poderia imaginar que por um descuido, pela porcaria do meu déficit de atenção, ou por ter dado confiança demais para ele, o destino mais fatal do mundo foi traçado.
Às três da tarde, meu vizinho me liga e diz que meu pequeno foi atropelado; agora mesmo, em frente de casa. Sabe como são essas crianças né, acham que são independentes, e que só de ver uma porta aberta já quer sair de casa. Eu juro que ele não era assim, que ele não era como todos os filhos. Mais uma vez, reitero, eu não estou ficando louco.
Fiquei com pena por milhares, que como ele acabam por morrer dessa forma.
No dia seguinte recolhi toda a minha melancolia e enxuguei todas as minhas lágrimas que caíam sob o leite derramado, e resolvi lidar com isso. Cheguei à conclusão de que um corpo dele precisava de um lar enquanto sua alma vai desta para melhor.

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DIÁRIO DE UM HOMEM ARREPENDIDO: VOL.2
Science FictionUm adulto têm consigo o sonho da paternidade, e a frustração do fracasso o faz cometer falhas irremediáveis