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— VOU BEIJANDO ESSE COPO, ABRAÇANDO AS GARRAFAS...

— Alguém, por favor, faz ela calar a boca... — o líder da gangue pediu, mas os demais estavam entretidos demais cantando junto.

— SOLIDÃO É COMPANHEIRA NESSE RISCA FACA. ENQUANTO CÊ NÃO VOLTA... EU TÔ LARGADA ÀS TRAÇAS. MALDITO SENTIMENTO QUE NUNCA SE ACABA. UÔ Ô Ô, UÔ Ô ÔÔ...

— A FALTA DE VOCÊ BEBIDA NÃO AMENIZA. UÔ Ô Ô... —. o companheiro completou, fazendo com que o rapaz batesse na própria máscara e quisesse descer uma porrada em Violet.

Quando ela foi jogada no chão e amarrada a um tronco, finalmente se calou. Talvez agora realmente entendesse seu papel ali: de novo, prisioneira.

E isso não a deixou nada feliz.

Foi levada a um local desconhecido e decidiu que o estudaria antes de agir com a raiva. Claro que o pensamento não durou muito depois da primeira oportunidade. As vozes eram conhecidas, mas estava bêbada demais para conseguir descobrir de quem eram. Enquanto isso, Ekko ponderava o que fazer. Entregá-la para Jinx? Para a Xerife? Onde ela correria menos risco de vida?

Quando ele retirou a máscara, Violet sentiu seu corpo congelar. Ekko estava... Vivo. Seus olhos até marejaram, mas depois das lágrimas recentes nos braços de Caitlyn, preferia morrer do que chorar de novo.

— Chefinho... Você está vivo — disse para si mesma, perplexa demais pra balbuciar qualquer outra coisa que fosse. Enquanto isso, Ekko tentava definir seus melhores próximos passos.

— Sua irmã... Não está bem.

A alegria por ver um velho amigo vivo e bem se dissipou em seu peito. A culpa preencheu seu corpo novamente sem um pingo de dó, quase como se fosse parte do seu ser. Violet respirou fundo, pois aquela não era uma novidade. No fundo, ela sabia. Não tinha noção do quão grave era, mas sabia que havia algo errado. Só desejava que os erros de Jinx fossem pra sobreviver, e não, jamais, por gostar de provocar sofrimento.

Ter feito isso com a irmã seria demais pra ela, se esse fosse o caso.

— Procurando você. Há anos. Não tinha ideia de onde você estava antes, então... Ela meio que começou a forjar pistas de que era você por onde passava, atraindo a polícia a descobrir seu paradeiro.

— Caralho tio, eu tô muito... Eu acho que vou desmaiar. Que noia é essa que a Powder tá — a cabeça doeu tanto que ela levou a mão até a região frontal e apertou, na tentativa de se fazer amenizar — Meio que... Se passando por mim? Espera, será que... Puta que pariu, a gata sabe disso?

Ekko a olhou confuso, tentando entender onde ela queria chegar, mas falhou pela falta de dicção que a bebida lhe dera. E sério, como ela podia pensar em gata quando o assunto era literalmente o que questionava sua liberdade temporária?

— Que tipo de coisa a Powder tem feito em meu nome? Porque se a Defensora encontrar e achar que sou eu... Vou voltar pra Águamansa, e aí sim vou ter problemas — finalmente a dor a deixou concluir.

— Você está preocupada com que uma Defensora pensa de você, enquanto sua irmã está nas mãos de um lunático?

Violet suspirou, cansada. Nem a bebida a impedia de encarar certas realidades.

— A preocupação com a Defensora, é porque ela pode ajudar. Talvez ela saiba como encontrar Powder.

— Uma pessoa que nunca pisou na subferia?

— Não existe um só rastro que ela não saiba seguir — Violet respondeu, sem saber que Jinx estava por perto, de um lugar cujo qual o som de sua voz era nítido e fez-se muito bem ouvido.

Agora, tudo o que rondava a mente da mais jovem, era que encontrar Caitlyn era mais importante do que encontrá-lo para Violet, e que Ekko estava a escondendo coisas.

Cada dia mais, o universo a provava que não podia confiar em ninguém, e a recordava o quanto quebras de confiança são destrutivas.

Procurada: VIIOnde histórias criam vida. Descubra agora