Capítulo 6

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Celeste

Eu encarei o pequeno bolinho que eu havia comprado na padaria.

Com o esqueiro eu ascendi a velinha que estava ali.

Bibi encarou o bolinho e depois a mim.

Eu encarei os meus livros que estavam nas cadeiras da mesa.

— Podem começar a bater parabéns. -murmurei sorrindo.

Bibi bateu com as patinhas na mesa em um ritmo.

— Parabéns para mim... Nessa data destruída... onde está todo mundo? Como sempre sozinha. -cantarolei baixinho.

Eu assoprei a velinha, um sopro trêmulo.

A primeira lágrima caiu, e então várias outras, Bibi choramingou, pulando em meu colo.

— Ah, só você me ama. —murmurei beijando sua cabecinha— todo mundo que eu já amei foi embora.

Um ano havia se passado, um ano.

Eu solucei baixinho.

— Pelo menos tenho você, Bibi. -abracei a minha cachorrinha que lambeu minha bochecha.

Eu inspirei fundo.

— É a minha festa eu vou chorar caso eu queira, chorar caso eu queira. -cantarolei em meio às lágrimas.

Então um barulho.

Eu ergui minha cabeça junto com Bibi.

Ela farejou o ar e pulou do meu colo, e saiu correndo até a janela, saltitando animada.

Eu peguei um livro, crescent city, então saí devagar, às lágrimas ainda rolando.

Eu encarei uma silhueta alta dentro da minha casa, ao lado da janela.

Eu me preparei para acertar-lhe na cabeça, quando meu pulso fora segurado e eu fui puxada e girada para ficar diante do ser.

Eu encarei o par de olhos violetas brilhantes.

— Dessa vez vim preparado. -o macho sorriu divertido.

— Rhysand? -me soltei dele.

Um sorriso de lado.

— Olá, Celeste, querida. -ele ronronou.

Eu peguei Bibi nos braços, o encarando estranha.

— O que faz aqui?

— Eu prometi voltar, não prometi?

— Tanto faz. —sussurrei— já pode ir.

Eu caminhei até a mesa, o macho ficou segundos me encarando, confuso, então veio até mim.

— O que você tem? Por que está chorando? -ele questionou me encarando.

— Importa para você? -abracei Bibi.

Ele encarou o bolinho na mesa, então ergueu as sobrancelhas.

— Está fazendo aniversário??

— Me deixe em paz. -falei.

Ele me encarou.

— O que há? Você não é a Celeste que eu conheço. -ele disse.

— Ninguém me reconhece nessa data, não ache-se especial por notar isso. -murmurei.

Ele ergueu meu queixo com a mão.

— Me diga o que tem. -ele pediu.

— Não é da conta de ninguém. -falei desviando o rosto.

Corte De Mundos OpostosOnde as histórias ganham vida. Descobre agora