Wildlife

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— Por favor! — A voz de Harry repetiu a súplica pela vigésima vez, e contando, em direção a Draco, que grunhiu irritado. — Por favorzinho!

— Não! — Malfoy levantou do sofá em um solavanco, desistindo da televisão ligada e do namorado irritante.

— Baby... — Harry choramingou ao segurar a cintura de Draco com uma mão e seu braço com a outra, ele estava torto, meio sentado e meio deitado, mas não deixando o loiro sair. — Só uma vez na vida seja irreverente, confio no seu potencial!

— Não fico suficientemente irreverente enquanto te fodo? — Draco maliciou ao sorrir sacana e olhá-lo dos pés à cabeça.

— Argh, não mude o foco, Malfoy! — Potter soltou o namorado, sentindo-se corar, ao bater a cabeça no estofado.

— Harry, não insista, eu já vou nessa festa, se dê por satisfeito — disse Malfoy.

— Você sabe que não me satisfaço com pouco — foi a vez de Harry maliciar, o que fez Draco rir.

— Essa foi boa, uma boa de verdade — conseguiu rir.

— Anjo, todos os meus amigos vão vestidos de seus patronos, eu queria que meu amado, lindo, charmoso e amável namorado pudesse participar comigo, ser minha dupla, parceiro. Sabe, estar comigo ali, na vergonha e na humilhação, tal qual na fama e na exaltação — Harry falou como se estivesse com dor física, seus olhos piscavam, segurando as falsas lágrimas.

— Sem chantagem — semicerrou os olhos para o moreno, que fez bico.

— Eu deixo você me fuder usando a roupa de cervo

— Eu já como um veado, não preciso mudar de herbívoro — Draco estalou a língua no céu da boca, fazendo pouco caso, ganhando um tapa no braço, visto que a essa altura, ele já voltara a sentar no sofá com a cabeça de Harry em seu colo.

— Eu sempre me fantasio de gente riquinha em seus jantares! — argumentou.

— Você é rico, Harry! — contrapôs, arqueando a sobrancelha em puro julgamento.

— Mas não uso a fantasia, nem as palavras difíceis, os ternos caros-

— Já entendi, Harry — Draco tampou a boca dele com sua mão. — Não posso fazer isso...

— Nem por mim? — sussurrou com os olhos pidões, quando a mão do loiro caiu ao lado do seu rosto, o clima leve se transformando em melancólico, o olhar pesado de Malfoy para o nada.

Tardou longos segundos para Draco falar, e Harry já se arrependia da insistência, o olhar pesaroso dizia que havia tocado onde não devia. Não sabia o quê, mas já se culpava.

— Eu literalmente não posso, não tenho patrono.

E assim um silêncio estranho caiu na sala.

— Mas durante a guerra, precisamos-

— Blaise, Pansy, Theo, Snape... Todos me ajudaram com dementadores e mensagens. — deu de ombros, jogando-se contra o encosto.

— Eu não sabia — Potter sentou, segurando a mão do namorado.

— Eu nunca disse, de qualquer forma — Malfoy suspirou e começou a mudar de assunto. — Eu não usaria nada cafona no halloween, com ou sem patrono.

— Há quantos anos não tenta invocar? — Harry não deixou o assunto morrer nem que fosse desviado.

— Precisamos falar sobre isso? — Draco fez uma careta desgostosa, recebendo apenas um olhar carregado do moreno.

Fantasy PatronumWhere stories live. Discover now